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Seminário ‘Recreação Popular e Infância e Juventude’ é realizado na EPM

        A Coordenadoria da Infância e da Juventude (CIJ) e a Escola Paulista da Magistratura (EPM) realizaram ontem (7) o seminário Recreação Popular e Infância e Juventude, com exposições do secretário municipal de Promoção da Igualdade Racial de São Paulo, Antonio Pinto, e do juiz Kalid Hussein Hassan, integrante da CIJ.

        O evento aconteceu no auditório da EPM, sob a coordenação do desembargador Antonio Carlos Malheiros, integrante consultor da CIJ. Ao abrir os trabalhos, ele salientou a importância do tema e as dificuldades no tratamento da questão, em especial, os bailes funk. “Tenho certeza de que aprenderemos muito com os palestrantes, que vivem essas complicações que nós – Estado e sociedade civil – provocamos.”

        A desembargadora Maria Olívia Pinto Esteves Alves, vice-coordenadora da Infância e da Juventude do TJSP, representou o diretor da EPM e o coordenador da CIJ no evento. “É um tema que está na pauta do dia, em todo o Estado, com várias questões urgentes a serem resolvidas”, afirmou.

Representando a Presidência do TJSP, a juíza Dora Aparecida Martins, integrante da CIJ, ressaltou que há um desejo do Judiciário de estender seu olhar para o que existe na sociedade. “Esse evento nos propiciará o contato com uma realidade que acompanhamos de longe, porque diariamente morrem jovens na periferia e nos presídios, a maior parte negros e provenientes da população mais carente.”

        O juiz auxiliar da Corregedoria e integrante da CIJ, Paulo Roberto Fadigas Cesar, lembrou que a Justiça resolve problemas passados, mas não costuma administrar questões futuras, como a vida de uma criança acolhida. Entretanto, ressaltou que o Judiciário está desenvolvendo iniciativas para atendimento de vítimas de abusos, tráfico de pessoas e preconceito e proteção a refugiados, além de um protocolo de trabalho artístico infantil a ser firmado com outras instituições.

        Antonio Pinto apresentou o projeto “Funk SP”, da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial, que busca harmonizar os direitos da população. Revelou que, de acordo com a Polícia Militar, existiam cerca de 600 “pancadões” ou “fluxos” na cidade, com uma média de três a cinco mil participantes – a maior parte menores negros.

        Também relatou as ações em diversos bairros da periferia para a realização controlada dos bailes, com assistência da Prefeitura e apoio de outras secretarias. “Nosso objetivo é criar meios para os jovens se organizarem, com sustentabilidade, autonomia e profissionalização, além de alargar seu horizonte cultural”. Destacou o papel da sociedade: “Esses jovens não vieram de Marte. São filhos da própria comunidade, que tem o papel de entender o problema e contribuir para a sua solução, ao invés de apenas exigir a repressão”.

        Na sequência, o juiz Kalid Hussein Hassan citou alguns dos problemas enfrentados na Vara da Infância e da Juventude de Itaquera, onde é titular. Ele apontou a dificuldade das famílias na formação dos jovens para o convívio social e frisou que o problema não é exclusivo das classes menos favorecidas. “Estamos perdendo a capacidade não só de dialogar entre nós, mas também com os jovens.” Ressaltou a necessidade de dialogar com as famílias para estabelecer limites e compromissos, pois, mais que o Poder Público atue, não pode substituir o referencial de afeto de uma criança. “Podemos cuidar e minimizar danos, mas precisamos fortalecer as famílias, e isso se faz conversando com elas.”

 

        Comunicação Social TJSP – MA (texto e fotos)
        
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