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TJSP inaugura Memorial Hely Lopes Meirelles

        O Tribunal de Justiça de São Paulo inaugurou ontem (15) o Memorial Hely Lopes Meirelles, instalado no terceiro andar do fórum que também leva o nome do grande jurista e onde funcionam as varas da Fazenda Pública e de Acidentes do Trabalho, no centro de São Paulo. A cerimônia contou com as presenças de filhos, netas e bisnetos do homenageado.

        O acervo permanente conta com condecorações, diplomas, carteiras funcionais e painéis que mostram um pouco da trajetória de Hely Lopes Meirelles como cidadão, advogado, magistrado, jurista e integrante do Executivo.  As portas dos elevadores do mezanino do terceiro andar, área do memorial, foram revestidas com belas imagens de vitrais e do Palácio da Justiça, além do poema "Oração aos meus amigos do Tribunal de Justiça", do poeta Paulo Bomfim.  

        A iniciativa é fruto de parceria entre secretarias do Tribunal; administração do fórum; Museu do TJSP, que registrou as peças no sistema de catalogação; da juíza diretora do fórum, Cynthia Thomé; e, especialmente, do total apoio da família, que doou os pertences de Meirelles. Também foi fundamental o trabalho do arquiteto Antonio Scarpa, que fez o projeto do memorial, e do publicitário Felipe Rodrigues Alexandre, que comandou a produção gráfica, ambos sem custo para o TJSP.

        Para a juíza diretora do fórum, Cynthia Tomé, museus e memoriais são propagadores da memória, dos feitos que formaram a mentalidade de um povo. “Também queremos fazer com que o nosso memorial seja essa forma de memória viva, que seguirá o testemunho amplo e rico dos feitos do doutor Hely Lopes Meirelles. Uma história tão rica e produtiva merece tal lugar em nosso coração e em nossa memória", afirmou.

        O professor Arnoldo Wald assegurou que o homenageado foi um construtor e renovador, sistematizando o Direito Administrativo e pioneiro em várias áreas. "Sua obra marca uma linha divisória na matéria e podemos dizer que o novo Direto Administrativo que consolidou no Brasil, na segunda metade do século passado, nasceu com ele, permitindo que, em seguida, outros juristas fossem os continuadores de seus trabalhos, dando-lhes, inclusive, a linguagem e a feição do nosso tempo", disse.

        Em nome dos familiares, falou a filha de Hely Lopes, Veralice, que parabenizou iniciativa do TJSP de humanizar o Judiciário por meio do resgate da história. "Ao pensar em meu pai como homem, algumas palavras me vêm à cabeça, como honestidade, trabalho, persistência, dignidade e amizade. Está última talvez explique o carinho que recebemos das pessoas deste fórum, principalmente de todos os que participaram o projeto", agradeceu.

        De acordo com o presidente do Tribunal de Justiça, desembargador José Renato Nalini, o resgate histórico permite que crianças e jovens saibam que há motivos para se orgulhar do Brasil. “Tivemos e temos pessoas magnificas, que são inspiração", concluiu.

        Prestigiaram a solenidade o desembargador Ademir de Carvalho Benedito, representando a Academia Paulista de Magistrados; o desembargador Cesar Mecchi Morales; o secretário municipal dos Negócios Jurídicos, Robinson Barreirinhas, representando o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad; o filho de Hely Lopes Meirelles, Flávio Celidônio Meirelles; as netas Ana Paula Meirelles Lo Re e Flavia Meirelles Lo Re; os bisnetos Roberta Meirelles Lo Re Marques Braga, Maria Victoria Meirelles Souza Santos e Gabriel Meirelles Lo Re Berto;  demais autoridades, magistrados, integrantes do Ministério Público, advogados e servidores do Judiciário. O evento foi abrilhantado pelos músicos Horácio e Aldo Scaglione. O TJSP oferecerá visitas guiadas ao memorial.

 

        Hely Lopes Meirelles nasceu em Ribeirão Preto, no ano 1917. Formou-se em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (turma de 1942). Ingressou na Magistratura em 1947, nomeado para a 8ª Seção Judiciária, com sede em Casa Branca. Trabalhou, também, em Itupeva, Ituverava e São Carlos. Assumiu a Vara da Fazenda Nacional e foi juiz substituto em segunda entrância. Aposentou-se em 1965 e voltou a dedicar à advocacia. Foi o homem de confiança do governo Abreu Sodré exercendo os cargos de secretário de Estado dos Negócios do Interior; secretário de Estado dos Negócios da Segurança Pública; secretário de Estado dos Negócios da Justiça; professor; assessor jurídico e membro de diversas comissões. Escreveu inúmeras obras, artigos, pareceres e estudos que são referência para os operadores do Direito. É considerado o maior administrativista do século XX, que também escreveu o Tratado de Direito Administrativo Brasileiro, além de outras obras importantes sobre contratos e licitações e Direito municipal, assim como 11 volumes de pareceres. Estima-se que suas obras tenham alcançado mais de um milhão de exemplares. Dentro da área da Justiça, foi considerado um dos "Brasileiros do Século" em edição especial da revista “Isto é”. Morreu em julho de 1990.


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        Comunicação Social TJSP – LV (texto) / AC (fotos)
        
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