Boas práticas – Cartório da Infância e Juventude é um dos mais bem avaliados do Fórum de Santo Amaro

        São muitas as atividades exercidas pela escrevente Angélica Cardoso Gama, 28 anos, no cartório da Infância e Juventude do Fórum de Santo Amaro, zona sul de São Paulo. Ela, que começou a trabalhar no Ofício em julho de 2011, atende advogados e partes no balcão, redige certidões e documentos importantes – como autorizações para viagens de menores –, numera processos e realiza pesquisas de andamento processual, entre outras tarefas. Mãe de uma menina de seis anos, tradutora e intérprete de inglês, ela é uma pessoa comum, a não ser por um detalhe: é deficiente visual total, desde o nascimento.

        Angélica, que utiliza um programa de computador desenvolvido para suas necessidades, é um bom exemplo de que, às vezes, menos é mais. “Ela tem uma mente brilhante”, elogia o coordenador do Ofício, Geraldo Silveira. Para ele, a funcionária é uma das responsáveis pelo bom atendimento realizado pelo cartório, eleito recentemente em pesquisa da Associação dos Advogados de São Paulo (AASP) um dos quatro melhores do Fórum de Santo Amaro – mais de 700 associados participaram da enquete. “Para mim foi uma surpresa, e a Angélica tem grande mérito nisso”, diz Silveira.

        A eleição do Ofício é uma clara demonstração de que um bom método de trabalho e o engajamento dos servidores fazem uma fórmula fácil de sucesso. Com 25 anos de atuação na área da infância e juventude, o coordenador implantou a Nova Estratégia da Produção (NEP) no cartório em 14 de março de 2011. A mudança foi profunda e decisiva para tirar o cartório de um estado “inadministrável”, palavra de Silveira. Até então, os processos eram distribuídos aos funcionários por finais, e isso causava um problema: os servidores mais rápidos acabavam trabalhando mais que os outros, porque acumulavam mais finais. Com o NEP, criaram-se dois grandes núcleos. O primeiro recebe processos e petições, e o segundo dá andamento ao que vem do núcleo I, como intimações e processamento de feitos urgentes. “O grande mérito do NEP é permitir o controle do cartório. Os funcionários ficam à vontade para trabalhar”, afirma o coordenador, que conta com 19 servidores para dar andamento a mais de 3.800 processos.

        Maestro – “Apesar das limitações em termos operacionais, como a falta de funcionários, esse reconhecimento público nos tranquiliza”, declara o juiz titular da Vara, Iasin Issa Ahmed. Com mais de sete anos de atuação na Vara, integrante da Coordenadoria da Infância e Juventude do Tribunal de Justiça de São Paulo e um dos idealizadores do Estatuto da Criança e do Adolescente, o magistrado preconiza um relacionamento com os servidores baseado na igualdade, no respeito e no afeto, mas esclarece que um mínimo de distância é necessário, como a existente entre professor e aluno. “Eu gosto de atender muito bem as pessoas e exijo isso deles”, diz. “Os funcionários também dependem do maestro.”

        E os servidores, de fato, têm correspondido às expectativas do juiz, como demonstrou a pesquisa “De Olho no Fórum”, da AASP. “Os funcionários, em sua maioria, são engajados, em prol de um princípio maior que é a proteção dos direitos da criança e do adolescente.” Dentre eles, Angélica talvez seja uma das mais dedicadas a essa causa. “Adoro crianças. Dentro do Tribunal de Justiça, uma Vara da Infância e Juventude seria o local onde eu poderia estar mais próxima delas, inclusive fazendo um trabalho social, podendo ajudar”, conta.

        As crianças e a sociedade, Angélica, agradecem.

 

        Comunicação Social TJSP – MR e DS (texto) / DS (fotos)
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