Maestro João Carlos Martins e Camerata Bachiana apresentam-se no Palácio da Justiça

        Um dia chuvoso em São Paulo costuma ser algo bucólico e tormentoso. Mas nesta sexta-feira (14) o sentimento dos que estavam no Palácio da Justiça no início da noite certamente foi mais alegre e vibrante. Magistrados, servidores e público observaram o Salão dos Passos Perdidos se transformar num pequeno templo dedicado à música e à emoção trazida por ela. Reunidos às centenas, eles tiveram o privilégio de acompanhar a apresentação do pianista e maestro João Carlos Martins à frente da Camerata Bachiana, com a participação especial do tenor Jean William.

        O presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, desembargador Ivan Sartori, abriu a apresentação e saudou o músico por proporcionar aos presentes momentos sublimes. “O maestro vai nos brindar agora com sua genialidade. Ele é um homem de personalidade grandiosa. Sua progressão como homem é algo realmente grandioso.” O presidente aproveitou o ensejo para agradecer a funcionários e magistrados por colaborarem na administração do Tribunal. “Agradeço o comprometimento de todos neste ano maravilhoso. Espero contar com os senhores no ano que vem”, declarou.

        Antecedido por um vídeo, “E Agora, João?”, que apresentou brevemente uma biografia do maestro, João Carlos Martins adentrou o salão muito aplaudido pelos presentes. Acompanhado pelos jovens e experientes músicos da Camerata Bachiana, composta de dois violinos, uma viola, um violoncelo, um oboé, um clarinete, um fagote, uma flauta e uma percussão, o conjunto apresentou um repertório erudito e popular. Começou com uma peça de Mozart, seguida por uma performance de Renato Yokota ao violino, que executou “Samba em Prelúdio”, composição de Baden Powell e Vinícius de Moraes e inspirada em obra de Johann Sebastian Bach, segundo Martins o maior compositor da história. “Bach inspirou a música de todo o Ocidente.”

        Em seguida, Yokota tocou “Czardas”, de Vittorio Monti. O tenor Jean William, aclamado pelo público por seu talento e trajetória de vida – neto de um boia-fria e de uma faxineira, foi descoberto pelo maestro em Barrinha, interior paulista –, cantou composição de Heitor Villa-Lobos. O italiano Ennio Morricone, o argentino Astor Piazzolla e o paulistaníssimo Adoniran Barbosa, com o clássico “Trem das Onze”, foram também contemplados. João Carlos Martins, entre uma execução e outra, fez breve homenagem ao poeta Paulo Bomfim – expoente da cultura de São Paulo – e ao corregedor-geral da Justiça, desembargador José Renato Nalini. No encerramento, todos pediram “bis”, e com satisfação maestro e orquestra atenderam ao pedido, com “Ave Maria”.

        O músico – Paulistano, João Carlos Martins, 72 anos, é aclamado pela crítica especializada em todo o mundo como um dos mais destacados músicos das últimas décadas e um dos maiores intérpretes de Bach do século passado. Precoce ao piano, começou os estudos do instrumento aos oito anos e aos 13 iniciou sua carreira. Em poucos anos já se apresentava nos principais palcos do mundo.

        Após reiterados problemas físicos que implicaram a perda parcial do movimento das mãos, Martins chegou a desistir da carreira, mas a paixão pela arte apenas adormecia, como o tempo demonstrou. Em razão das limitações, ele desenvolveu um estilo próprio de tocar ao piano, ao mesmo tempo em que começou a se dedicar à regência.
        O maestro atualmente está à frente da Bachiana Filarmônica Sesi-SP, grupo composto de 25 músicos e orientadores de 45 jovens musicistas. A Camerata Bachiana, que se apresentou no Palácio da Justiça, é formada por músicos da Bachiana Filarmônica, ligada à Fundação Bachiana Filarmônica. Criada em 2006 com o apoio de músicos e empresários brasileiros, a fundação tem o objetivo de promover atividades que combinem entre si música e responsabilidade social.

        Mais fotos no Flickr.

 

        Comunicação Social TJSP – MR (texto) / DS  (fotos)
        imprensatj@tjsp.jus.br

COMUNICAÇÃO SOCIAL

NotíciasTJSP

Cadastre-se e receba notícias do TJSP por e-mail



O Tribunal de Justiça de São Paulo utiliza cookies, armazenados apenas em caráter temporário, a fim de obter estatísticas para aprimorar a experiência do usuário. A navegação no portal implica concordância com esse procedimento, em linha com a Política de Privacidade e Proteção de Dados Pessoais do TJSP