Pianista e maestro João Carlos Martins abrilhanta as festividades natalinas no TJSP

        O Salão dos Passos Perdidos do Palácio da Justiça, sede do Tribunal de Justiça de São Paulo, foi ontem (13) palco de mais um evento cultural. Dessa vez para a apresentação de final de ano do pianista e maestro João Carlos Martins e da Camerata Bachiana, além da pianista Juliana D'Agostini e do Coral Canta TJ – Natal 2013 (formado por funcionários), que iluminaram os olhos e encantaram os ouvidos do público composto por magistrados, servidores, familiares e convidados.

        Antes das apresentações, foi exibido vídeo sobre a história de vida do maestro – sua trajetória, dificuldades superadas e o sucesso alcançado.

        O presidente do TJSP, desembargador Ivan Sartori, abriu o evento agradecendo a presença de todos, as parcerias ao longo de sua gestão e o carinho de funcionários e juízes, manifestado na recepção calorosa encontrada em todos os cantos do Estado que visitou. Sartori declarou que a Presidência encerra a gestão com paz e tranquilidade do dever cumprido. "Desfrutem a apresentação; e desejo a todos Feliz Natal e um ano maravilhoso."                 

        João Carlos Martins falou da satisfação de se apresentar novamente no evento natalino do TJSP e brincou: "Se não me convidarem no próximo ano, vou me apresentar de todo jeito".

        O público delirou em aplausos com o repertório: Louis Moreau Gottschalk – Fantasia Triunfal sobre o Hino Nacional Brasileiro; W.A. Mozart – Concerto nº 21 para Piano e Orquestra 2º Movimento; Baden Powell e Vinícius de Moraes – Samba em prelúdio; V.Monti – Czardas; Astor Piazzolla – Adios Noniño; E. Morricone – Tributo – Cine Paradiso; Astor Piazzolla – Libertango.

        Quando João Carlos Martins anunciou a canção "Trem das Onze”, de Adoniram Barbosa, a plateia comemorou e cantou com os músicos.  Jazz Glória, Não Quero Dinheiro; Linda Estrela, Pastoril Alagoano e Cristo Nasceu fizeram parte da interpretação do Coral do TJ, regida pela servidora Silvana Neres.

 

        Saiba mais – João Carlos Gandra da Silva Martins nasceu em São Paulo e é considerado um grande especialista e intérprete de Johann Sebastian Bach. Começou seus estudos com a professora Aida de Vuono, no dia em que seu pai comprou um piano. Aos oito anos, o pai o inscreveu em um concurso, vencido por ele, para executar obras de Bach. Seria o primeiro prêmio de tantos outros que estavam por vir. Começou a estudar no Liceu Pasteur e com 11 anos já tinha aulas de piano por seis horas diárias, com o maior professor da época – um russo radicado no Brasil, chamado José Kliass. Sempre buscou a perfeição para se tornar um verdadeiro intérprete. Venceu o concurso da Sociedade Brito de São Petersburgo. Desde seus primeiros concertos chamava a atenção da crítica musical internacional. Foi escolhido no Festival Casals, dentre inúmeros candidatos das três Américas para dar o Recital Prêmio em Washington. Aos vinte anos, estreou no Carnegie Hall, patrocinado por Eleanor Roosevelt, primeira dama dos EUA. Tocou com as maiores orquestras norte-americanas e gravou a obra completa de Bach para piano. Foi ele quem inaugurou o Glenn Gould Memorial em Toronto, Canadá.

        Com um amor tão grande pela música, uma dedicação tão intensa e meritória de admiração e respeito, João Carlos se viu privado de seu contato com o piano por algumas vezes, quando teve um nervo rompido e perdeu o movimento da mão direita em um acidente em jogo de futebol em Nova Iorque. Com vários tratamentos, recuperou parte dos movimentos da mão, mas decorridos alguns anos desenvolveu a doença chamada LER, que ocorre devido a movimentos repetitivos e causa o estressamento de nervos. Novamente teve que parar de tocar e, dessa vez, acreditou seria para sempre. Vendeu todos seus pianos e se tornou treinador de boxe, querendo estar o mais longe possível do que sua carreira significava como músico. Mas sua incontrolável paixão o fez retornar, realizou grandes concertos, comprou novos instrumentos e utilizou o movimento de suas mãos criando um estilo único de tocar e aproveitar ao máximo a beleza das peças clássicas. Fez uso da mão esquerda para executar suas peças e obteve extremo sucesso.

        Ao realizar um concerto em Sofia, na Bulgária, sofreu um assalto e um golpe na cabeça lhe fez perder parte do movimento de mãos novamente. A cada esforço sofria dores intensas em suas mãos, principalmente na esquerda. Novamente pensou que nunca mais voltaria a tocar. João Carlos Martins investiu anos de sua carreira em tratamentos, treinamentos e encontrou novamente uma nova maneira de tocar, utilizando os dedos que podia em cada mão.

 

            Comunicação Social TJSP – LV (texto) / AC e GD (fotos)

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