O Tribunal de Justiça de São Paulo, por meio de sua Secretaria da Área da Saúde (SAS), realizou ontem (26), em parceria com o setor Psicossocial Clínico, o programa Cuide de Sua Mente. O evento aconteceu no Fórum Hely Lopes Meirelles com palestras sobre depressão.

        O programa, que conta com a participação de equipe multidisciplinar formada por psiquiatras, psicólogos e assistentes sociais, foi criado para conscientizar servidores e magistrados sobre a importância do diagnóstico precoce da depressão, formas de tratamento e controle da doença. “O ciclo de palestras procura dar uma dimensão mais abrangente sobre a doença”, afirmou o coordenador de Promoção à Saúde da SAS, Marcelo Angotti.

        Primeiro palestrante, o psiquiatra Fábio Shikasho explicou que, dentre as doenças psiquiátricas, a depressão é a mais comum. “É preciso entender que a depressão não é uma fraqueza, é uma doença que afeta o indivíduo de forma global, não apenas no campo emocional. O deprimido não consegue reagir e melhorar prontamente, por mais que queira e tente. Criticá-lo como fraco e incapaz só piora o quadro”, disse. Também pontuou os principais sintomas: tristeza; ansiedade/angústia; desinteresse por quase todas as atividades; fadiga; pessimismo; e, em casos graves, tendências suicidas.

        A assistente social judiciária Sandra Maria Andrade de Freitas falou sobre os aspectos sociais que contribuem para a depressão e listou os principais fatores estressantes. “Pesquisas recentes indicam que as relações de trabalho, perda por morte, trabalho doméstico das mulheres com filhos pequenos e o fato de viver em um local turbulento, assim como o estilo de vida e a vivência do desencanto em nossa incapacidade de mudar algumas coisas compõem essa vulnerabilidade”, afirmou. Ela também abordou as estratégias para fortalecimento de vínculos, utilizando a convivência como fator de proteção.

       A psicóloga clínica e supervisora do Serviço Psicossocial Clínico, Leila Josefina Rodrigues Vianna,  tratou dos aspectos psicológicos envolvidos na depressão. “Cada um tem um psiquismo singular, que conjuga as histórias de lacunas e conquistas do seu desenvolvimento. Quando essa capacidade falha e a pessoa se despedaça, sucumbe ou paralisa sem condições de reagir”, contou. Também explicou o funcionamento da psicoterapia: “Oferece um ambiente protegido pelo sigilo, livre de julgamentos e respeito ao ritmo de elaboração do paciente. Favorece o psiquismo a encontrar recursos para se reorganizar, proporcionando uma condição de amparo, reparando as rupturas internas”.

        Ao final, os participantes esclareceram dúvidas sobre a doença e as melhores formas de tratamento.

 

        Melhor Sem Tabaco

        A SAS também realizou ontem, na sede da Secretaria, mais uma etapa da edição do programa Melhor Sem Tabaco, que teve início em agosto. No evento, servidores e magistrados participaram da sexta e última reunião de grupos terapêuticos, encontros semanais para encorajá-los a seguir adiante com o desejo de parar de fumar, com exposições das próprias dificuldades para o grupo.

        A reunião foi conduzida pelo psiquiatra Fábio Shikasho e pela psicóloga Marcella Ferreira Gonçalves. Os participantes receberam o “kit fissura”, que contém cravo da índia, canela e frutas secas para aliviar o desejo intenso de fumar. Também passaram por aferição de concentração do monóxido de carbono pulmonar, com o uso de aparelho chamado “monoxímetro”. 

        Na última fase do programa será realizado acompanhamento trimestral por telefone para avaliar a evolução e dificuldade dos participantes pelo período de um ano.

 

        Comunicação Social TJSP – AG (texto) / DG - RL (fotos)
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