Mostra traz acervo do Museu do Tribunal.
Há exatamente 88 anos tinha início um dos momentos mais importantes da história de São Paulo: a Revolução Constitucionalista de 1932. O movimento, que objetivava a restauração do regime constitucional no país após a supressão da Constituição de 1891 pelo governo provisório de Getúlio Vargas, ocorreu em São Paulo entre julho e outubro de 32. No total, foram 85 dias de combates, (de 9 de julho a 2 de outubro de 1932), com um saldo oficial de 934 mortos, embora estimativas não-oficiais reportem até 2,2 mil vítimas. A Revolução fortaleceu o movimento constitucionalista, que culminou na promulgação da Constituição de 1934.
Para rememorar estes fatos, hoje (9) o Museu do Tribunal de Justiça de São Paulo lança a
exposição virtual sobre os 88 anos da Revolução de 32. Por meio da mostra, que apresenta peças inéditas do acervo, o museu destaca a participação da Corte paulista no movimento. Uma das novidades é que os materiais foram especialmente adaptados para divulgação em redes sociais.
Composta por cinco álbuns com fotografias e cartazes, a exposição começa com ilustrações do momento de tensão e agitação política que pairava em São Paulo antes do início do conflito armado. Um dos destaques é a seção “Paulo Bomfim e a Revolução de 1932”, que traz os poemas “Os jovens de 32” e “O que foi 32?”, do poeta Paulo Bomfim. O “Príncipe dos poetas”, como era chamado, faleceu no dia 7 de julho do ano passado, aos 92 anos. Foi a memória viva de uma época, legando à população paulista produção artística inestimável, que mescla lirismo e história. Testemunha ocular do impacto do movimento na sociedade paulista em sua infância, o poeta teve a vida e obra marcadas pela Revolução de 1932.
Em outro álbum, os visitantes virtuais podem ler, na íntegra, o artigo “O Poder Judiciário e a Revolução Constitucionalista de 1932”, do saudoso desembargador Emeric Levai, que aborda a participação do TJSP no movimento revolucionário. Ainda mais duas partes compõem a mostra e completam a narrativa do movimento: uma seleção especial do acervo do Museu da Justiça que está originalmente exposta no Espaço Cultural Poeta Paulo Bomfim e no Palacete Conde de Sarzedas; o célebre discurso proferido em 1932 pelo ministro Manoel da Costa Manso; e ainda documentos do inquérito policial que investigou os acontecimentos relacionados à morte de Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo, consagrados na história pelo acrônimo MMDC.
Clique
aqui e visite a exposição virtual dos 88 anos da Revolução de 1932.
O Centro de Apoio ao Direito Público também fez um informativo especial: "Memória do Judiciário - 9 de Julho". O material tem textos e imagens que contam um pouco da história do Brasil e do importante movimento paulista. "Em um autoritário, repressivo e de supressão de direitos e garantias que no Estado de São Paulo surge um movimento para exigir a edição de uma nova constituição, estabelecer direitos, garantias, liberdades democráticas e recuperar a autonomia dos Estados", descreve um trecho.
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