A Secretaria de Gestão de Pessoas (SGP) do Tribunal de Justiça de São Paulo, em parceria com Escola Judicial dos Servidores (EJUS), realizou a palestra "Novembro Azul – O que é preciso saber sobre a saúde masculina?" na manhã desta terça-feira (19), na Sala do Servidor, no Fórum João Mendes Júnior, em São Paulo. Com o objetivo de conscientizar magistrados e serventuários da Justiça sobre cuidados e exames preventivos em relação ao câncer de próstata e outras doenças que acometem a população masculina, a apresentação do médico Rafael Favero Ambar, especialista em Medicina Sexual e Infertilidade Masculina, foi acompanhada por cerca de 550 pessoas a distância e presencialmente.
Após fala introdutória de Tarcísio dos Santos, diretor da Diretoria de Assistência e Promoção de Saúde (SGP 4), que encorajou todos a romperem com a tradição cultural dos homens em negligenciar a própria saúde, o médico Rafael Ambar explicou a necessidade de um diagnóstico precoce do câncer de próstata. Este tipo de carcinoma, causador de um óbito a cada 40 minutos, é o mais comum no sexo masculino e acomete um a cada seis homens no mundo."
Se diagnosticado precocemente, antes dos sintomas aparecerem, há 90% de chance de cura, taxa que justifica completamente a nossa preocupação com o assunto", disse o urologista. "Por outro lado, se for esperar ter sintomas, em 95% dos casos, a doença já vai ser avançada, o que poderá ser tarde demais", acrescentou.
O médico exibiu gráfico de um estudo sobre a mortalidade decorrente de casos de câncer de próstata de 1975 até 2013. A partir de 1975, com o rastreio desse tipo de carcinoma com exames médicos de rotina, houve uma redução em 50% nas mortes causadas pelo tumor maligno.
Vale ressaltar, no entanto, que sintomas clássicos iniciais do câncer de próstata são os mesmos da Hiperplasia Prostática Benigna (HPB), um aumento natural do tamanho da próstata que pode acarretar problemas. As manifestações que merecem atenção são: levantar várias vezes durante a noite para urinar ou sentir vontade frequentemente ao longo do dia; dificuldade em iniciar e manter um jato contínuo; urgência em urinar; gotejamento no fim do fluxo urinário; sangue na urina; e dor e esforço para esvaziar a bexiga. Em fases avançadas, podem surgir dores nas costas, costelas e quadril; anemia e fadiga; e obstrução do fluxo urinário, com consequente perda da função renal.
Os fatores de risco incluem histórico familiar, no caso do paciente ter um parente em primeiro grau (pai, tio, avô ou irmão) com câncer de próstata; sedentarismo; alimentação inadequada; obesidade; idade (quanto mais avançada maior a chance); e condição genética (registra-se maior incidência entre homens afrodescendentes).
A recomendação é frequentar o médico regularmente, mesmo na ausência de sintomas. Os primeiros exames para diagnóstico são o Antígeno Prostático Específico (PSA), por coleta de sangue, e o toque retal. Essas averiguações são indicadas a partir dos 50 anos, ou 45 dentro dos fatores de risco. No caso de haver sintoma, é mandatório procurar um médico imediatamente.
A parte final da palestra foi dedicada a abordar informações sobre a saúde global do homem. O médico Rafael Ambar citou uma série de investigações possíveis em uma consulta de rotina ao urologista, como disfunção sexual, transplante renal, infecções urinárias, incontinência urinária, cálculos renais e casos de câncer de bexiga, de rim, testículos, pênis, entre outras subespecialidades urológicas, com especial atenção à andropausa, com especial atenção à andropausa, que é a diminuição nos níveis de testosterona, possivelmente a partir dos 40 anos de idade, o que afeta sensivelmente a qualidade de vida."
Grande parte dos homens que chegam ao meu consultório para fazer exames de rotina dizem: 'estou aqui porque minha mulher pediu'. Por isso, eu costumo dizer que as mulheres também têm esse papel importante de conscientizar seus parceiros, amigos ou irmãos. No Brasil, sabemos por pesquisas e estudos que os índices de qualquer disfunção sexual, seja impotência, ejaculação precoce ou diminuição de libido, são altos e começam a partir dos 40 anos, na maioria das vezes. E isso não pode ser tabu, tem de ser falado e comunicado ao médico", concluiu.
Comunicação Social TJSP – AL (texto) / PS (fotos)
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