A Coordenadoria de Apoio aos Servidores (Caps) e a Secretaria de Gestão de Pessoas (SGP) do Tribunal de Justiça de São Paulo realizaram ontem (18), com o apoio da Escola Judicial dos Servidores (Ejus), palestra on-line com o tema "Estresse em tempos de pandemia". O webinar foi o primeiro de uma série de três eventos sobre Saúde mental em tempos de pandemia que abordarão ainda, nos próximos dias 25/6 e 2/7, como lidar com os transtornos de ansiedade e depressivos. A palestra foi ministrada pelo médico psiquiatra Marcelo Fernandes, que é coordenador do serviço de acompanhamento psicossocial do TJSP e especialista em dependências pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Mais de mil pessoas participaram do evento online que está disponível para acesso na página da Caps, assim como as demais palestras promovidas pelo setor.
Ao iniciar sua explanação, o psiquiatra esclareceu que o estresse é "um mecanismo fisiológico do organismo sem o qual nós, nem outros animais, teríamos sobrevivido. Nós existimos porque nossos ancestrais se estressavam, isto é, liberavam uma serie de mediadores químicos que provocavam reações fisiológicas para que, diante do perigo, enfrentassem a fera ou fugissem". No mundo moderno, entretanto, o estresse tem características diferentes, sendo causado pelo acúmulo de pequenos problemas que se repetem com frequência, o que provoca um constante aumento da pressão arterial e dos batimentos cardíacos, gerando consequências graves para o organismo.
De acordo com Marcelo Fernandes, os sintomas mais comuns do estresse são insônia, dor de cabeça, agitação, tristeza e irritabilidade. Além destas alterações, é possível detectar ainda reações físicas muito frequentes, como perda ou ganho de peso em excesso, dores crônicas, dificuldade cognitiva, diminuição da imunidade, surgimento de acnes e queda de cabelo. O especialista explicou que situações de trabalho podem ser causa de estresse que podem chegar ao extremo da síndrome do esgotamento profissional, conhecida como síndrome de Burnout.
Para tratar o estresse, o médico esclarece que é preciso identificar as causas e, se possível, removê-las. Outros fatores essenciais são o cuidado com o sono, manter hobbies, momentos de lazer e atividade física, evitar a automedicação e praticar meditação.
"Estamos em uma situação absolutamente inédita para nós. Há uma sensação de impotência diante do limite imposto pela quarentena, medo do desconhecido, de ficar doente e dificuldade em se adaptar à nova rotina. Mas de fato, se nós olharmos bem, é um momento também de oportunidade para refletirmos sobre uma série de condições da nossa vida pessoal; um tempo de convivência maior com filhos, com a família. Assim, podemos encarar de forma mais suave esse período tão difícil, olharmos para nossos valores e redefinir nossos objetivos", considerou Marcelo Fernandes. E concluiu: "Isso tudo vai passar. Nós temos que ter essa crença e essa possibilidade de transformação de sairmos melhores quando a porta abrir".
Comunicação Social TJSP – TM (texto) / KS (fotos)
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