Notícia

EJUS e Coordenadoria da Infância e Juventude realizam palestra sobre maternidade e paternidade
03/10/2022

A Escola Judicial dos Servidores (EJUS) do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, em conjunto com a Coordenadoria da Infância e Juventude (CIJ), realizou na sexta-feira (30) a palestra virtual “Maternidade e Paternidade e seus Mitos”. O juiz Jefferson Barbin Torelli, da Vara do Júri, Execuções Criminais e da Infância e da Juventude da Comarca de Jundiaí, conduziu o evento e apresentou as palestrantes, a psicanalista Regina Lucia de Amorim e a psicóloga Laucia Amerina Santos Neri.

Durante a palestra, foi destacada a importância de se discutir a construção da maternidade e da paternidade na sociedade e de se pensar nas relações familiares. Além disso, foi abordado o conceito de família, como um grupo de pessoas que convivem por razões afetivas e assumem um compromisso de cuidado mútuo. Mais de 500 pessoas assistiram ao evento ao vivo, que pode ser acessado aqui.

Laucia Neri falou sobre a figura materna e o que envolve a escolha de ser mãe. “A maternidade convida a mulher a um encontro com o inesperado, com o desconhecido, com o vir a ser”, pontuou. Ela disse que existia o mito de que toda mulher nascia preparada para ser mãe, mas que, na realidade, este é um processo complexo: “Nós nos tornamos mães, (...) é nesse acontecimento que não é instintivo, é uma experiência, um encontro permeado pelo bebê que a mãe foi um dia e pelos cuidados que ela recebeu, pela necessidade de construir uma nova identidade”. Segundo a especialista, é preciso “sair do mito de que está tudo pronto, sair da consciência de que já temos tudo estabelecido apenas por ser mulher. É um instante novo, em que tanto a mulher como a sociedade precisam crescer para viver essa maternidade”.

Regina Amorim destacou que não é possível falar sobre a figura paterna sem a separar da forma como o homem é reconhecido na sociedade. “Antes era um caminho bem determinado, de ser provedor e protetor. Era uma paternidade mais ausente em termos de cuidados afetivos, muito voltada para objetivos, direcionamentos, autoridade (...), mas hoje, esse paterno se vê olhando para a frente, encontrando um caminho nebuloso, e essas linhas não estão mais demarcadas”, afirmou.  A psicanalista explicou que a construção do masculino na sociedade reforça a ideia de que os homens não são envolvidos no cuidar e não expressam suas emoções. É este homem que chega à paternidade, momento que vai requerer trocas afetivas e estabelecimento de vínculos. Regina acredita que o caminho do pai contemporâneo passa pelo contato com as emoções, de se descobrir e compartilhar as fragilidades para, assim, reconhecer a importância do cuidado com o outro. 

 

Comunicação Social TJSP – MB (texto) / KS (reprodução e arte)

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