A Escola Judicial dos Servidores (EJUS) promoveu no último dia 29, em sua sede, o workshop Trabalho: fonte de desgaste ou de vitalidade?, tendo como expositores a assistente social Márcia Rejane Oliveira de Mesquita Silva e o psicólogo Miguel Clemente Lohmeyer.
Miguel Lohmeyer ponderou inicialmente que vivemos “em uma era de superficialidade”, em que há um excesso de estímulos, com contato constante com informações de todo tipo, de múltiplas fontes e mídias. “Pegamos apenas os trechos mais importantes, passamos os olhos por muita informação”, disse. Nesse contexto, citou o filósofo Byung-Chul Han, segundo o qual este é “o século neuronal, de excesso de estímulos, de cansaço mental, de depressão e de esgotamento”.
O palestrante salientou que, se não forem bem administradas, essas sensações podem se refletir na vida profissional. “A pessoa não pode se fechar, recolher, enterrar os conflitos em si. É preciso evitar o colapso físico e mental”, considerou a respeito do mal estar no trabalho. E acrescentou que é preciso haver gestão dos conflitos e equilíbrio entre vida pessoal e profissional.
Márcia Oliveira mencionou algumas situações desgastantes da vida profissional, como aquela em que o servidor muda de setor e não é bem acolhido no novo ambiente, gerando sofrimento na construção das novas relações de trabalho.
Ela observou que alguns casos exigem que o servidor tenha um apoio imediato para estancar a crise real, lembrando que o Serviço Psicossocial Clínico do TJSP atende há 22 anos os servidores, seja por questões laborais ou não. Ela explicou que o atendimento de acolhida dura em média um mês. Em seguida, é proposta uma metodologia de abordagem voltada para o caso específico.
Na parte da tarde, foram realizadas oficinas e debates com os participantes.
LS (texto) / MA (fotos)