A Coordenadoria de Apoio aos Servidores (CAPS) promoveu, nesta sexta-feira (8), com apoio da Escola Judicial dos Servidores do Tribunal de Justiça de São Paulo (EJUS), a palestra "Expressões Faciais: como detectar mentiras", ministrada pela jornalista Ana Paula Marcolan, perita em micro expressão facial e análise de veracidade. Estiveram presentes ao Plenário 10 do Fórum Criminal Ministro Mário Guimarães cerca de 200 pessoas, além de outras mil que acompanharam pelo sistema de Ensino a Distância (EAD).
Essa é a primeira palestra itinerante da CAPS, atendendo a pedidos de servidores dos diversos prédios da Capital. Até então, elas eram realizadas na Sala do Servidor do Fórum João Mendes Júnior. O objetivo da exposição de hoje foi apresentar algumas técnicas de análise facial e reconhecimento da mentira para utilização no ambiente de trabalho, dinâmicas de grupo e negociações de conflito.
A professora deu início à sua explanação falando sobre o que significa a micro expressão facial, exibindo imagens de rostos de pessoas e perguntando ao público presente que detalhes podiam observar nas expressões. Ainda interagindo com o público, Ana Paula questionou se costumavam reagir às situações do cotidiano mais com a razão ou com a emoção. A maioria das pessoas respondeu que procura agir mais com a razão, mas a perita destacou o fato de que a emoção é inata e, sendo assim, os músculos faciais reagem automaticamente, antes da razão. "Cada parte da nossa face é estimulada por um músculo", explicou. "É isso que estudamos em nosso trabalho. Cada músculo se movimenta diferentemente de outro, como, por exemplo, em casos de raiva, pela vergonha, pela culpa e assim por diante."
Como exemplo ela mostrou um homem sendo averiguado por suspeita de tráfico de cocaína no aeroporto. No começo ele demonstrava, pela movimentação da mandíbula, emoções variadas, como vergonha por estar sendo conduzido e a chamada falsa máscara, com um sorriso como se a prisão fosse um engano. No momento seguinte, após a droga já ter sido encontrada em sua bagagem, ele está algemado, passando a mão no cabelo e com as narinas mais abertas, demonstrando certo desespero.
Ela falou também sobre as reações das pessoas quando passam em frente a restaurantes e confeitarias e sentem o aroma que exala desses locais, mostrando movimentos dos lábios e da boca. Em seguida, apresentou vídeo de depoimento em um caso de assassinato, no qual a pessoa que estava depondo apresentava expressões faciais que não condiziam com alguém cujo parente havia sido brutalmente assassinado.
A palestrante comentou, ainda, sobre a eficácia do polígrafo, equipamento conhecido como detector de mentiras, afirmando que seu uso pode apresentar resultados enganosos, como, por exemplo, deixar nervoso um inocente que vai ser interrogado ou dar tranquilidade a um criminoso que se prepara para ser submetido ao teste.
Para finalizar, convidou aos presentes a refletirem sobre a frase "ser invencível significa conhecer a si mesmo; ser vulnerável significa conhecer o outro", ressaltando a importância de promover o autoconhecimento para se fortalecer e enfrentar seus medos, dores e emoções para crescer. Ao final, respondeu a dúvidas do público presente e dos que assistiram por meio do sistema de ensino a distância.
Comunicação Social TJSP – RP (texto) / AC (fotos)
imprensatj@tjsp.jus.br