A Coordenadoria da Infância e da Juventude (CIJ) e a Escola Judicial dos Servidores (EJUS) do Tribunal de Justiça de São Paulo realizaram, hoje (7), a palestra “Adoção e os pretendentes à adoção - Reflexões acerca da avaliação e acompanhamento”. A exposição foi feita pela psicóloga doutoranda em Psicologia Clínica e supervisora do curso “Do caso ao laudo - Adoção”, Carla Kozesinski. O evento foi mediado pela juíza integrante da CIJ Patrícia Martins Conceição, que abriu o evento agradecendo aos desembargadores Gilson Delgado Miranda, diretor da EJUS; Reinaldo Cintra Torres de Carvalho, coordenador da CIJ; e Gilda Cerqueira Alves Barbosa Amaral Diodatti, vice-coordenadora da CIJ.
A palestrante iniciou contextualizando a legislação do processo de adoção no Brasil. Nas primeiras leis do país, o Direito de Família se sobrepunha aos direitos do adotado. Ela ressaltou a inovação trazida pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) na implementação dessas questões. “O ECA, diferentemente do Código de Menores, não vai segregar a criança ou o adolescente por qualquer uma de suas condições. Ele vai colocar a criança num lugar central de protagonismo. Eles passam a ser sujeitos de direitos e deveres e deixam de ser objetos da lei”.
Em seguida, abordou o conceito de parentalidade adotiva, que trata do processo psíquico de se tornar pai ou mãe. Segundo a psicóloga, existe um consenso de se pensar a parentalidade como uma mudança de lugar na cadeia geracional. “É preciso deixar o lugar simbólico de filho para se tornar pai”, explicou. Ela ressaltou, também, como as especificidades de cada caso tornam o processo de adoção particular, com desafios a serem superados. “A entrada na parentalidade começa com o sonho do filho. Tem o processo de poder encontrar no filho real a criança sonhada, mas com o tempo ir podendo fazer essa diferenciação, poder enxergar o filho real.”
A palestra destrinchou a importância do processo de avaliação dos pretendentes, promovido pela equipe técnica do TJSP. Na entrevista são abordados aspectos como a motivação dos pais, o desejo pela adoção, se existem processos de luto ou idealizações exacerbadas sobre a criança, além de reflexões acerca do perfil e da rede de apoio da família. “A gente sempre tem que lembrar que a preparação não é a situação em si. Tem questões que somente serão ativadas no momento da convivência. É importante ter esse acompanhamento, esse apoio, no caso de uma frustração”, concluiu.
Comunicação Social TJSP – IM (texto) / PS (arte)
imprensatj@tjsp.jus.br