COORDENADORIA DA MULHER EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR DO PODER JUDICIÁRIO (COMESP)

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Comunicado

Violência Doméstica Psicológica é abordada em live do projeto #Rompa

Evento de conscientização sobre o tema.

Em nova ação do projeto #Rompa, o Tribunal de Justiça de São Paulo realizou, ontem (8), a live Violência Doméstica psicológica – invisibilidade e danos, transmitida pelo canal oficial do TJSP no Youtube. O bate-papo foi encabeçado pela coordenadora da Coordenadoria da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar do TJSP (Comesp), desembargadora Maria de Lourdes Rachid Vaz de Almeida, e pela médica especialista em ginecologia e obstetrícia Maria de Fátima Duarte. Iniciativa da Comesp e da Associação Paulista de Magistrados (Apamagis), o #Rompa tem o objetivo de conscientizar a população sobre as diversas formas de violência doméstica.
Na abertura, os desembargadores destacaram a importância do tema: “Os danos psicológicos da violência doméstica são os que causam maior prejuízo”, afirmou o corregedor-geral da Justiça, desembargador Ricardo Mair Anafe. Por sua vez, o vice-presidente da Corte paulista, desembargador Luis Soares de Mello, elogiou o trabalho da desembargadora Maria de Lourdes Rachid Vaz de Almeida. “Ela procura trazer para a instituição todas as formas de proteção às mulheres. É uma honra estar presente nesse evento”, afirmou. O desembargador Guilherme Gonçalves Strenger, presidente da Seção de Direito Criminal, onde tramitam os processos referentes aos crimes de violência doméstica, ressaltou a dificuldade na identificação da violência psicológica, pois tem caráter subjetivo. Ele lembrou que, na maioria dos casos, a violência se inicia na forma psicológica, o que demonstra a importância da discussão. O diretor da Escola Paulista da Magistratura, desembargador Luís Francisco Aguilar Cortez, a presidente da Associação Paulista de Magistrados (Apamagis), juíza Vanessa Ribeiro Mateus, e diversos outros magistrados também participaram do evento.
Durante o debate, que envolveu aspectos desse tipo de violência, prevista na Lei Maria da Penha, a desembargadora Rachid Vaz de Almeida classificou a violência doméstica como muito delicada, uma vez que é a porta de entrada para crimes mais graves “que, infelizmente, podem acabar em feminicídio”. A magistrada também destacou que existe uma tendência de que crianças que presenciaram violências dentro de casa repitam as ações dos pais.
Convidada da live, Maria de Fátima Duarte vê a violência doméstica presente em todas as classes sociais e religiões. Daí a importância da conscientização. “Quando as mulheres estão dentro de um relacionamento abusivo, como ele começa? Com encantamento. Ninguém vai se apaixonar pelo sapo. Existe a fase do encantamento, a pessoa envolve, seduz. Depois vem isolamento, em que o abusador quer a vítima só para ele. Esse isolamento vai deixando a pessoa mais enfraquecida. Essas situações acabam migrando para a violência psicológica, com ameaças, constrangimentos, xingamentos. Em seguida vem a violência física, acontece uma ruptura, os parceiros se afastam, mas daí se reconciliam. É muito difícil a mulher conseguir romper com isso nas primeiras vezes”, explicou.
Como médica, Maria de Fátima observou que as mulheres em situação de violência adoecem mais e têm mais dificuldades de manter o emprego. Ou seja, o impacto de uma violência vai além das marcas físicas e psicológicas. Além disso, muitas vezes elas são desencorajadas a denunciar, pois o abusador não se mostra agressivo socialmente. “Quando nós rompemos o ciclo, ajudamos gerações, pois esse homem que bate aprendeu com o pai que batia, com o avô que batia. Não podemos continuar aceitando com naturalidade ser um dos países que mais mata mulheres e delegar apenas a elas ensinar os homens”, enfatizou ao final da live.

Obs: acesso a live pelo site do TJSP:
https://www.tjsp.jus.br/Noticias/Noticia?codigoNoticia=64769&pagina=1

Comunicação Social TJSP – AA (texto)
imprensatj@tjsp.jus.br


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