A Vara Central da Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher promoveu hoje (23), no Complexo Judiciário Ministro Mário Guimarães – Fórum Criminal da Barra Funda –, o 1º Encontro de Assistentes Sociais para debater a violência e suas expressões contemporâneas. No último dia 15 foi comemorado o Dia do Assistente Social.
O evento contou com a presença de assistentes sociais e psicólogos de outras Varas da Violência Doméstica da Capital e de instituições públicas e privadas, dentre as quais o Ministério Público, Centro de Referência e Apoio à Vítima (Cravi), Secretaria Estadual da Justiça e da Defesa da Cidadania e Centro de Referência Especializado de Assistência Social da Prefeitura de São Paulo (Creas).
O encontro foi aberto pela juíza Elaine Cristina Monteiro Cavalcante, titular da Vara Central da Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher. A presidente do CASC (Comitê de Ação Social e Cidadania do TJSP), Maria Luiza de Freitas Nalini, parabenizou todos os trabalhadores sociais por atuarem na perspectiva da defesa e garantia de direitos dos excluídos. “Este é um dia dedicado ao profissional que atua em situações concretas, nos processos relacionados à reprodução social da vida. Dia de homenagear aqueles que assumiram como vocação ser protagonista na luta pela consolidação de direitos em uma sociedade mais humana. Vamos fazer deste dia uma renovação do compromisso com esta política pública de seguridade, incluída em nossa Constituição Federal. Parabéns, sucesso!”, afirmou.
A assistente social Maria de Fátima de Jesus Agostinho Ferreira, da Vara Central da Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher, abriu a série de palestras lembrando que o dia 15 de maio é uma data a se comemorar, mas também é dia de lutar por aquelas pessoas que não têm seus direitos garantidos. “O objetivo deste encontro é refletir sobre nossa carreira profissional.”
Francilene Gomes Fernandes, assistente social do Creas Guaianazes e especialista em políticas públicas de assistência social, deu início à sua explanação falando sobre o Sistema Único de Assistência Social (Suas), reconhecido desde 2011 e que integra todas as esferas de governo. Ela explicou a estrutura de funcionamento do programa de assistência social da cidade de São Paulo e falou sobre violência e criminalização da pobreza. Francilene deu exemplos de alguns episódios violentos ocorridos recentemente, como os ataques de maio de 2006, que deixaram quase 500 mortos em São Paulo.
A coordenadora do Creas da Vila Prudente, Antonia Aleixo Fernandes, abordou a questão da violência contra o idoso, população que vem aumentando de maneira acelerada no País, fato que tem levado a um crescimento da violência contra essas pessoas, tanto por familiares quanto por cuidadores.
O encontro foi encerrado pela assistente social Michelle Dias da Silva, da Casa Viviane dos Santos, do Núcleo de Defesa e Convivência da Mulher de Lajeado, na zona leste. Ela falou sobre a questão do gênero. “Não se pode confundir sexo com gênero”, disse. Ela falou ainda sobre a criação dos papéis destinados à mulher na sociedade, construídos e reforçados historicamente ao longo do tempo. Michelle concluiu enumerando alguns mitos existentes em relação à violência doméstica contra a mulher, como a alegação de que ela ocorre esporadicamente e de que a violência doméstica é um problema exclusivamente familiar.
Para a juíza Elaine Cristina Monteiro Cavalcante, o encontro “é de fundamental importância para o aprimoramento da capacitação dos profissionais de assistência social no enfrentamento da violência doméstica e familiar contra a mulher, que necessita de forma permanente do amparo dessas profissionais”. Além disso, continuou a magistrada, “eventos como este proporcionam a troca de experiências necessárias para que essas profissionais levem novos conhecimentos sobre o tema às instituições e regiões onde trabalham e atuam”.
Comunicação Social TJSP – RP (texto)
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