Roda de conversa também abordou ciclo de violência.
A Vara Central de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher realizou, hoje (27), mais um encontro do projeto “De Portas Abertas com a Rede”, voltado a mulheres em situação de violência doméstica com medidas protetivas vigentes. A iniciativa aconteceu na Casa da Mulher Brasileira, na Capital, e foi conduzida pela juíza Joanna Palmieri Abdallah, pela promotora de Justiça Fabiana Dal'Mas Paes e pela advogada Claudia Patrícia de Luna, que participaram de uma roda de conversa abordando assuntos direcionados tanto às mulheres vítimas de violência quanto às profissionais da rede de apoio.
Iniciando as atividades do semestre, Fabiana Dal'Mas Paes destacou os desafios e conquistas da Lei Maria da Penha, que completou 18 anos neste mês. “É um diploma legal múltiplo, que tem disposições do Direito Penal, mas também do Direito Civil, Administrativo e Trabalhista, por exemplo”, disse a promotora de Justiça, destacando que a lei foi eleita pela Organização das Nações Unidas (ONU) como uma das três melhores do mundo sobre o assunto. “Ela veio para mudar o paradigma da violência, o que é muito importante, pois o nosso país é o quinto que mais mata mulheres", afirmou. A representante do Ministério Público também abordou os crimes contra mulheres, bem como a cultura e as formas de violência.
Já a advogada Claudia Patrícia de Luna falou sobre o ciclo da violência, salientando os impactos psicológicos negativos para as vítimas. “As primeiras coisas que uma mulher em situação de violência perde são a autoestima e autorreferência de identidade, por isso a importância de não colocarmos um rótulo. Elas não permanecem porque querem, mas porque não têm forças e estão paralisadas pelo medo”, explicou. “Nós, que estamos no atendimento, precisamos entender os mecanismos que potencializam a violência e aprimorar nosso olhar para as questões de gênero”, acrescentou.
A juíza Joanna Palmieri Abdallah encerrou o encontro ressaltando a importância de todos divulgarem a lei e iniciativas de combate à violência. “Quanto mais falarmos sobre o assunto, mais as mulheres terão consciência e buscarão garantir seus direitos para sair do ciclo de violência”, declarou.
De portas Abertas com a Rede – É um espaço de diálogo e acolhimento de mulheres em situação de violência doméstica e familiar e profissionais da rede de apoio, que possibilita a troca de experiências, inserção na rede de proteção e identificação de situações de violência. O projeto promove rodas de conversa, orientações jurídicas e encaminhamentos das vítimas.
Comunicação Social TJSP – BC (texto)
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