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Desembargadores são homenageados em sua última sessão no Órgão Especial

Alcançados pela aposentadoria, os magistrados deixam o PJ com a sensação de “juventude premida a abandonar a trincheira”

        O Órgão Especial do Tribunal de Justiça de São Paulo prestou hoje (17) homenagem a Antonio Luiz Reis Kuntz e Carlos Eduardo de Carvalho, que participaram da última sessão de julgamento antes deixar os quadros da magistratura paulista.
        No início dos trabalhos, os magistrados dirigiram palavras de admiração ao amigo Reis Kuntz.  O desembargador José Renato Nalini iniciou a homenagem com elogios ao magistrado que “desenvolveu sua vida profissional baseada em princípios nítidos mostrados ao longo de uma carreira diferenciada”, disse. “Acompanhei de perto a trajetória desse homem incorruptível e amante da magistratura. Participei do empenho e do zelo que ele emprestou a esse setor. Espero que se aposente apenas do cargo e não nos prive de sua amizade.” 
        Segundo o desembargador Ivan Ricardo Garisio Sartori, Reis kuntz é “íntegro, afável com os colegas, companheiro e de uma humildade invejável. É uma lição para todos nós, fará muita falta. Desejo uma merecida aposentadoria”. Já para o desembargador Armando Sérgio Prado de Toledo, “é um exemplo de honradez e coragem. Homem que fará muita falta ao Judiciário”.  Para o desembargador Luiz Pantaleão, “trata-se de um homem autêntico que terá um assento perene na memória da nossa instituição”. 
        Nas palavras do desembargador Hamilton Elliot Akel, o decano do Tribunal de Justiça sairá da magistratura “inteiro, feliz e sem qualquer tipo de frustração”. O procurador de Justiça, Motauri de Souza, lembrou que apesar de o Palácio da Justiça ser tombado pelo patrimônio histórico, um prédio não se constrói apenas pela arquitetura, e sim por valores e história. “Quem constrói essas coisas são os homens. Reis Kuntz participou e muito dessa história. Ele deixa aqui um patrimônio imaterial”, disse.
        O presidente do TJSP, desembargador José Roberto Bedran, encerrou as homenagens a Reis Kuntz com o desejo que o amigo seja muito feliz na nova etapa da vida. “Sou suspeito para falar porque tenho a honra de ter sua amizade há mais de 30 anos, quando nos conhecemos no extinto Tribunal de Alçada. Por suas qualidades, foi eleito corregedor-geral e assumiu a presidência do Tribunal de Justiça. Teve ação decisiva nos rumos da última eleição, com uma atuação firme, segura e desprendida. Desejo-lhe sorte nessa nova etapa, na companhia de sua esposa, filhos e netos. Citando Sainte-Beuve ‘envelhecer é aborrecido, mas é a única forma de se viver muito tempo’”, concluiu.
        O desembargador Antonio Luiz Reis Kuntz agradeceu o apoio e homenageou todos os companheiros com os quais conviveu ao longo dos 44 anos de carreira na magistratura. “Com a ajuda de Deus, família e amigos, cumpri a minha missão dentro do Judiciário paulista.” 
        Ao final da sessão desta quarta-feira, foi a vez de o desembargador Carlos Eduardo de Carvalho se emocionar. Os colegas, por unanimidade, lembraram que ele é um amigo que se vai e que deixará muitas saudades. Carvalho é considerado um ser gentil no trato e na serenidade. “É uma das pessoas mais educadas da magistratura paulista”, afirmou o desembargador Antonio Augusto Corrêa Viana. 
        Em suas palavras o presidente José Roberto Bedran disse que teve a honra de conhecê-lo há 50 anos, quando eram colocados da mesma turma na Academia de Direito. ”Estivemos juntos nas mesmas solenidades, nas mesmas festas. Espero que estejamos sempre juntos. O Carlos de Carvalho é a excelência de ser humano; nele se destaca uma grande virtude, a virtude da humildade, uma grande chave do juiz”, disse. Ao encerrar, o presidente disse que ele se aposentará, mas continuará um grande amigo.
        Carlos Eduardo de Carvalho começou um discurso cheio de sentimentos. Disse que o momento de intensa emoção o faz lembrar do último estrofe da poesia Nirvana, de Humberto de Campos:  

“Chegar onde cheguei, subir à altura
Onde agora me encontro – é ter chegado
Aos extremos da Paz e da Ventura” 

        “É o que sinto, de ter chegado aqui e ter o convívio dos colegas. A hora, infelizmente, é de mudar. Mudanças representam desafios. Envolvem emoção e tristeza. Porém, é preciso continuar em frente, navegar é preciso. É de praxe dar o nome da família e companheiros de jornada, funcionários de gabinete e queridos servidores. Mas não tenho condição de nomeá-los, a emoção me impede de fazê-lo. Entretanto, tenho todos no meu coração. Agradeço às amáveis palavras dos colegas. Feliz com o fim de uma etapa de 42 anos, só me resta o ócio criativo e tentar acreditar que nunca é tarde demais para se ter uma infância feliz. Tentarei tê-la”, concluiu.

        Trajetória
        Antonio Luiz Reis Kuntz nasceu em 1941, na capital paulista. Formou-se bacharel em Direito pela Universidade Mackenzie, na turma de 1966. Ingressou na magistratura em 1967, na comarca de Piracicaba. Após trabalhar nas comarcas de Barra Bonita, Cotia, Osasco e nos fóruns distritais de Jabaquara e Vila Prudente, assumiu o cargo de juiz do extinto 1º Tribunal de Alçada Civil em 1983 e foi promovido ao cargo de desembargador do TJSP em 1990.

        Carlos Eduardo Carvalho nasceu em 1941, na cidade de Taubaté, interior de São Paulo. Formou-se pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo no ano de 1967 e ingressou na magistratura em 1968. Ao longo da carreira trabalhou nas comarcas de Jundiaí, Laranjal Paulista, Leme e na capital. Foi promovido a juiz do 1º Tribunal de Alçada Civil, hoje extinto, em 1984, chegando ao cargo de desembargador do TJSP em 1992.

        Comunicação Social TJSP – AG (texto) / DS (fotos)
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