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Tribunal recebe o velejador Robert Scheidt

        O Centro de Treinamento e Apoio aos Servidores do Tribunal de Justiça de São Paulo (Cetra) promoveu na manhã de hoje (23) a palestra Vencendo ao Sabor do Vento, com o velejador Robert Scheidt. O evento aconteceu às 10 horas, no Salão dos Passos Perdidos do Palácio da Justiça, e contou com a participação de mais de 800 pessoas, entre servidores presentes e os que o acompanharam pela internet, num total de 48 comarcas.

        À mesa estavam o presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Ivan Sartori, o juiz assessor da Presidência Guilherme de Macedo Soares, o secretário da Presidência, Kauy Carlos Lopérgolo de Aguiar, o chefe do gabinete da Presidência, Tarcisio dos Santos, o superintendente do Banco do Brasil Evaldo Borges e o palestrante, Robert Scheidt.

        Na abertura, o presidente Ivan Sartori cumprimentou a todos e disse sentir muita alegria pela presença de tantos servidores na plateia. “A Presidência está sempre aberta aos senhores. Nosso palestrante dispensa apresentações.” Ele também mencionou o brilhante currículo de Robert Scheidt e lembrou que o atleta é um patrimônio brasileiro, por tantas glórias trazidas.

        Robert Scheidt agradeceu a presença maciça dos servidores e disse sentir-se honrado de estar no maior Tribunal de Justiça do mundo e falar a tantas pessoas. “É muita responsabilidade estar aqui e contar a minha história de vida, minhas dificuldades e derrotas. Nem todo dia é dia de ganhar”, afirmou.

        O atleta falou que o esporte de vela é pouco difundido e que somente de quatro em quatro anos, em virtude dos Jogos Olímpicos, é lembrado. Disse ainda que o esporte é o que mais trouxe medalhas para o Brasil, só sendo desbancado agora pelo judô.

        Scheidt contou que começou a praticar iatismo aos  sete anos, guiado pelo pai, um alemão que passava as horas de folga com a família num clube às margens da represa de Guarapiranga. Dois anos depois, ganhou seu primeiro barco de madeira. Aos 11, conquistou seu primeiro titulo importante, o Sul-americano da Classe Optimist. O pai sempre foi seu maior incentivador. O atleta, juntamente com os irmãos, também se dedicou à natação e ao atletismo, mas sua maior paixão foi mesmo a vela, esporte que se abraçou de corpo e alma. “No esporte da vela, um dia nunca é igual ao outro. É preciso preparar o barco, a vela, respeitar a natureza. Virar é natural, é preciso retirar a água e seguir em frente. É preciso perder o medo e começar a velejar em tempos fortes”, afirmou.

        Seu primeiro grande desafio começou quando ganhou do pai um barco de madeira, porque não tinha tanta força como os outros e, com muito esforço físico, superou desafios e ficou com o barco até os seus 13 anos. Após breve passagem pela classe Snipe, começou a competir pela categoria Laser, em que os barcos são padronizados. Depois de ganhar o campeonato brasileiro de juniores, foi treinar na Suécia e na Dinamarca. Em 1991 ganhou dez das onze regatas do campeonato mundial de juniores de Laser, na Escócia.

        O velejador disse que terminou o colégio aos 17 anos, quando começou a cursar a faculdade de Administração de Empresas da Universidade Mackenzie. Para ele, foi muito importante conciliar o atletismo com os estudos, pois a carreira de atleta é imprevisível, depende de patrocínio. Mas... ele não precisou usar o diploma de administrador.

        “Não existe vento bom para quem não sabe aonde vai”, citou o velejador. Scheidt afirmou que é preciso muita dedicação, sorte e treinamento para alcançar a vitória. “Disciplina é a ponte que liga nossos sonhos às nossas realizações. É preciso ser melhor que ontem. Meu objetivo dentro do esporte sempre foi superar e desenvolver o potencial esportivo”, concluiu.

        O iatista se tornou um velejador de nível internacional - o maior do mundo na sua categoria - e dominou completamente a classe Laser por vários anos. Começou suas conquistas em 1995 com a medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos de Mar del Plata e o primeiro título mundial na Ilha de Tenerife, na Espanha. Em 1996, consagrou-se com a medalha de ouro. Nos dez anos seguintes ainda conquistou mais sete títulos mundiais, dois títulos pan-americanos e mais uma medalha de ouro, em 2004, nos Jogos Olímpicos de Atenas, na classe Laser, e conquistou a medalha de prata em 2008, nos Jogos Olímpicos de Pequim, com Bruno Prada na classe Star.

        “Superação é ter a humildade de aprender com o passado, não se conformar com o presente e desafiar o futuro. Não devemos nos orgulhar de ser o melhor do que os outros, mas, sim, melhorar o que já fomos”, afirmou o atleta.

        Robert Scheidt falou sobre seu casamento com a também velejadora e medalhista olimpica Gintare Volungeviciute, do seu filho de três anos, dos pais e da importância do apoio da família durante sua trajetória no esporte. Seu próximo desafio, para 2016, é retornar à categoria Laser para competir nos Jogos Olímpicos. O velejador, que hoje está com 39 anos, terá que enfrentar em 2016 também a idade e o fato de os jogos ocorrerem  no inverno, ocasião em que o Rio de Janeiro não tem vento forte. O vento fraco acaba sendo um grande obstáculo na competição à vela.

        O velejador finalizou a palestra contando a experiência que teve em 1989, em que, em um dos seus treinos, o seu remo quebrou. Ele então remendou o remo e voltou para a terra. Seu pai, Fritz Herman Scheidt, escreveu no pedaço do remo a frase: “Se perder o leme, nunca perca o rumo”. O remo foi pendurado na parede do quarto para ser lembrado todos os dias.

        Depois Robert Scheidt respondeu a algumas perguntas da plateia. Em seguida, o juiz assessor da presidência do TJSP João Batista Galhardo Júnior cumprimentou os presentes e disse que o palestrante é um exemplo de brasileiro e cidadão. O juiz afirmou, também, que a vida do atleta é um exemplo para os 40 mil servidores do Tribunal de Justiça que enfrentam todos os dias as pilhas enormes de processos.

        O superintendente do Banco do Brasil Evaldo Borges agradeceu ao Tribunal de Justiça, em nome do juiz assessor da Presidência Guilherme de Macedo Soares, a acolhida e a organização do evento e disse que já pensa em promover novas palestras para o próximo ano. 

        O desembargador decano do TJSP Francisco Roberto Alves Bevilacqua, também apreciador e praticante do remo, entregou o livro do Tribunal de Justiça ao convidado, e a juíza assessora da Presidência Silvana Amneris Rôlo Pereira Borges entregou uma caneta personalizada do Tribunal ao convidado.

        “Foi muito bom estar aqui. Espero ter passado alguma coisa com a minha experiência, tenho a sensação do dever cumprido.” O público, que lotou o Salão dos Passos Perdidos do Palácio da Justiça, agradeceu a presença do velejador com uma calorosa salva de palmas.

 

        Comunicação Social TJSP – SO (texto) / GD e AC (fotos)  

        imprensatj@tjsp.jus.br


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