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Fórum de estudos dos juízes da infância aborda dependência de droga

        A Coordenadoria da Infância e da Juventude (CIJ), a Associação Paulista de Magistrados (Apamagis) e a Escola Paulista da Magistratura (EPM) promoveram hoje (23) o IV Fórum Permanente de Estudos dos Juízes da Infância e da Juventude do Estado de São Paulo, em que foram tratados temas relacionados à drogadição.
        
Os magistrados iniciaram o evento com uma visita ao Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas (Cratod), no centro de São Paulo, onde funciona um anexo do Tribunal de Justiça dedicado a apreciar tutelas de urgência que visem a resguardar a integridade física e mental de dependentes químicos. Eles conheceram as dependências do Cratod, conduzidos pelo juiz da Vara da Infância e da Juventude de Osasco, Samuel Karasin, que também atua no anexo.

        À tarde, no auditório da sede administrativa da Apamagis, o coordenador da CIJ, desembargador Antonio Carlos Malheiros, e o juiz da Vara da Infância e da Juventude do Foro Regional da Lapa, Reinaldo Cintra Torres de Carvalho – representando a Apamagis e a EPM –, abriram mesa de debates com a presença de dois especialistas nas áreas de saúde pública e drogadição: a coordenadora estadual de Saúde Mental, Álcool e Drogas da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, Rosangela Elias, e o neurocientista da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e membro do Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes (Proad) da universidade, Renato Filev.
        
Rosangela Elias tratou da importância da ação conjunta dos atores públicos para o funcionamento efetivo da rede pública de saúde e elogiou o trabalho conjunto entre Executivo e Judiciário – exemplo é a criação do Anexo Judiciário das Varas de Família, Fazenda Pública e Infância e Juventude da Capital no Cratod, em janeiro deste ano. “O trabalho com a Justiça é muito bom e é possível avançar muito mais”, disse.
        
A palestrante abordou o cuidado que se deve ter com o retorno do dependente de droga após sua internação e a importância da proximidade da família do usuário nessa fase de recuperação. “A existência de mais Centros de Assistência Psicossocial, próximos aos dependentes, seria benéfica inclusive às famílias deles, que poderão acompanhá-los de perto depois da internação.” Os Caps visam a atender a população, realizar o acompanhamento clínico do dependente e promover sua reinserção social.

        Renato Filev comentou aspectos biológicos e mentais ligados ao uso abusivo de drogas, a vulnerabilidade dos adolescentes quanto a entorpecentes e atitudes que os pais podem adotar com os filhos no intuito de esclarecer os prejuízos trazidos pelo consumo dessas substâncias. “Estabelecer um consenso sobre o uso de drogas, dedicar-se diariamente a conversar com os filhos a respeito de suas vidas e ajuda-los a definir seus objetivos pessoais, entre outros focos de atenção, podem melhorar o relacionamento interpessoal e a autoestima e esclarecer questões relativas à sexualidade”, afirmou.

        O neurocientista também falou a respeito da epidemia do consumo de álcool, no Brasil e no mundo, e de seus efeitos ainda mais nocivos quando associado a outras drogas. “O álcool, quando consumido com a cocaína, gera uma substância no fígado, o cocaetileno, que é mais prejudicial do que os entorpecentes que o geraram, quando usados isoladamente.”

        O diretor do Departamento de Secretaria da Apamagis, juiz Domingos de Siqueira Frascino, encerrou os debates do fórum.

        
Comunicação Social TJSP – MR (texto) / GD (fotos)
        
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