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TJSP lembra Revolução de 32 e inaugura Espaço Cultural Paulo Bomfim

    O Tribunal de Justiça de São Paulo promoveu nesta segunda-feira (6/7), no Salão do Júri do Palácio da Justiça, uma solenidade em comemoração aos 77 anos da Revolução Constitucionalista de 1932 e a inauguração do Espaço Cultural “Poeta Paulo Bomfim”. Na cerimônia, os desembargadores José Renato Nalini e Vanderci Álvares, a presidente do Instituto Ayrton Senna, Viviane Senna, e o bispo Dom Fernando Antônio Figueiredo, da Diocese de Santo Amaro, foram agraciados com o Colar “Carlos de Souza Nazareth”, instituído pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP).
    A professora Edimara Lima, ao falar pela Comissão Cívico-Cultural da Associação Comercial de São Paulo, destacou que a cerimônia “honra a memória de Carlos Nazareth para homenagear figuras ilustres da contemporaneidade”. Ainda segundo a professora, “os heróis de 32 lutaram pela constitucionalidade, e os heróis de 2009 lutam pelo usufruto da constitucionalidade”.
    Em seguida, o presidente da ACSP, Alencar Burti, cumprimentou os homenageados e falou sobre os ideais democráticos e constitucionalistas da Revolução de 1932.
    Após receberem o Colar “Carlos de Souza Nazareth”, Viviane Senna, o desembargador Vanderci Álvares e o bispo Dom Fernando Antônio Figueiredo agradeceram o recebimento da honraria.
    Já o poeta Paulo Bomfim, após dizer palavras de agradecimento ao presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Vallim Bellocchi, pela inauguração do Espaço Cultural Poeta “Paulo Bomfim”, recitou um poema em alusão à Revolução de 1932:

“Minha terra paulista de onde partiram tantos passos inventores do Brasil!
Ah! São Paulo bandeirante, com a saga de meus mortos vem voltando lá do sertão!
Ah! Meu São Paulo dos cafezais cor de esmeraldas, semeando cidades e ferrovias garimpeiras do horizonte.
Ah! Meu São Paulo de 32, percorrendo os trilhos do Trem Blindado, dando sua vida por um ideal.
Falam os numes tutelares deste Tribunal na saudade e na esperança de um povo.
No universo paralelo onde gestos são verdades, Manuel da Costa Manso e Carlos de Souza Nazareth prosseguem irmanados sob a Bandeira Paulista.
Setenta e sete anos são passados e o pequeno escoteiro de 32 acampa agora, para sempre, no coração do Tribunal de Justiça.
Ah! Meu São Paulo de eternidade!”

    Representando o governador do Estado, o secretário da Justiça e da Defesa da Cidadania, Luiz Antônio Guimarães Marrey, cumprimentou o TJSP e a Associação Comercial de São Paulo pela “feliz iniciativa de realizar essa solenidade no Salão do Júri, que está à altura dos seus homenageados”. Felicitou também a sensibilidade do Tribunal por inaugurar um espaço cultural com o nome de Paulo Bomfim, “uma das pessoas mais queridas deste Estado”.
    Ao encerrar a cerimônia, o presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Roberto Antonio Vallim Bellocchi, falou sobre o piloto Ayrton Senna: “Foi-se jovem, mas deixou uma herança magnífica por meio de sua irmã e de seus familiares”. 
    “O Tribunal de Justiça está se integrando à sociedade, abrindo suas portas a vários eventos, realizados desde o início do ano passado. É com orgulho que comemoramos mais um aniversário da Revolução Constitucionalista de 32 nesta sala, onde Ibrahim Nobre desafiou a ditadura de Vargas”, afirmou o presidente, que também citou a inauguração do Espaço Cultural “Poeta Paulo Bomfim” como uma forma de se fazer justiça “ao maior poeta vivo do Brasil”.

O colar

Criada em 2002, a Comissão Cívico-Cultural da Associação Comercial de São Paulo tem entre seus objetivos a instituição de uma honraria destinada a homenagear pessoas físicas e jurídicas que se destacam pela prática de ações relevantes em prol do bem comum. Neste mesmo ano ficou decidido que essa honraria seria concedida na forma de um colar, que levaria o nome de Carlos de Souza Nazareth.

Carlos de Souza Nazareth

Em 1932, era um jovem empresário de 33 anos que tomou posse na presidência da Associação Comercial de São Paulo, no mesmo ano em que eclodiu o Movimento Constitucionalista. Foi quando engajou a entidade na luta pela reconstitucionalização do País, arrecadando recursos, chamando voluntários e organizando a logística do movimento.
Após a derrota militar paulista, foi preso e deportado para Portugal, retornando ao somente dois anos depois, com a consolidação da legalidade no Brasil, quando foi eleito deputado. No entanto, deixou definitivamente a vida política com o golpe de Getúlio Vargas em novembro de 1937.
Carlos de Souza Nazareth morreu em 28 de março de 1951, aos 52 anos de idade.


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