Comunicação Social

Notícia

Cão-guia ajuda na inclusão social de pessoas com deficiência visual

Melhor amigo do homem: não é à toa que esse título pertence ao cão e não a outro animal

    

        Em setembro de 2015, o Tribunal de Justiça paulista publicou um memorando noticiando que Marina Alonso Guimarães contaria com o apoio de um cão-guia durante o exercício de suas atividades no Juizado Especial Cível Central. Nessa ocasião, lançou também uma minuta com orientações em relação à presença do animal no ambiente de trabalho.
        
Marina tem 29 anos, é servidora, deficiente visual e trabalha todos os dias acompanhada do pastor alemão Duke, seu cão-guia americano. Ele a ajuda a andar pelas ruas com agilidade e a desviar dos obstáculos, ganhar independência e a reduzir a limitação física. Mais do que amizade, criaram uma parceria de companheirismo e trabalho mútuos.
        
Durante o trajeto diário, Duke permanece quieto e atento. Ele auxilia Marina na locomoção, contorna os obstáculos do caminho e reduz significativamente as chances de acidente. É treinado para obedecer aos seus comandos, mas também para desobedecê-los quando há algum risco à frente. 
        
No desempenho de suas atividades, Marina utiliza um software especial para ouvir o que é feito no computador – o sistema narra os textos com os quais precisa lidar. Ela atende às várias solicitações do público em geral e elabora as petições iniciais. Formada em nutrição, faz também aulas de inglês e é bailarina profissional. “Fiquei cega logo quando nasci, mas levo uma vida normal. Desde pequena ando de bicicleta e patins. Quando tinha 10 anos, recebi o convite para ter aulas de balé. Aceitei o desafio e quase não acreditei quando fomos selecionados para participar das Paraolimpíadas de Londres. A Associação de Ballet e Artes para Cegos Fernanda Bianchini é única”, diz.
        
Após passar seis anos na fila de espera por um cão-guia, Marina começou a enviar solicitações para instituições em outros países. Uma delas, a Guide Dog of the Desert, na Califórnia, aceitou a inscrição. “A escolha não foi aleatória. Mandei laudos, referências pessoais e vídeos. Após um longo processo de seleção, em outubro paguei as passagens e passei um mês treinando com o Duke, que obedece aos comandos em inglês. É preciso unir cachorros e acompanhantes compatíveis. A instituição arcou com todos os demais custos, como estadia, treinamento e alimentação por meio de doações que recebe.”
        
Questionada sobre o que mudou após a chegada de Duke, Marina enfatiza independência e inclusão social. “Quando andava de bengala, precisava me preocupar com os obstáculos à minha frente e ficava muito incomodada com o preconceito das pessoas, com o estigma que a bengala carrega. É horrível que sintam pena de mim quando nem eu sinto. Com o Duke, tenho mais liberdade, locomovo-me com mais velocidade e segurança. A questão da inclusão social também é muito marcante, melhorou até a minha autoestima. É impressionante como esses cães mudam a nossa vida em todos os sentidos”, afirma.
        
Ela também lembra que é preciso ter responsabilidade e criar uma rotina para cuidar do companheiro. “Ele está sempre ao meu lado, mas tem horário para tudo. Para fazer suas necessidades, alimentar-se, escovar os dentes e dormir. O processo de adaptação é longo, mas o resultado é gratificante.”
        
No próximo dia 25, é comemorado o Dia Internacional do Cão-Guia.

        N.R.: texto originalmente publicado no DJE de 20/4/16.

        Comunicação Social TJSP – AG (texto) / GD (fotos)
        
imprensatj@tjsp.jus.br


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