Comunicação Social

Notícia

Projeto Semear desenvolve atividades para recuperação de sentenciados em Limeira

        O Centro de Ressocialização (CR) de Limeira sediou, no último dia 6, a final do II Torneio de Futsal dos sentenciados. O evento faz parte de uma série de atividades implantadas pelo Projeto Semear – Sistema Estadual de Métodos para Execução Penal e Adaptação Social do Recuperando. A iniciativa, criada pela Corregedoria Geral da Justiça, envolve a sociedade civil em ações para maior efetividade na recuperação social do preso e sua família. São promovidos cursos, atividades culturais, oportunidades de trabalho e outros. Participam do projeto o Instituto Ação pela Paz, a Secretaria de Administração Penitenciária e a Secretaria de Planejamento e Gestão do Estado de São Paulo. Em Limeira, também existe apoio da Prefeitura, do Conselho Municipal, do Centro de Promoção Social e de entidades civis (Associação Comercial, Alcóolicos Anônimos, Narcóticos Anônimos, pastorais, advocacia, voluntariado etc).

        Na ocasião também foram entregues certificados de conclusão aos reeducandos que participaram dos cursos de panificação artesanal, barbearia e do chamado “time de emprego” (que prepara os alunos para o mercado de trabalho e auxilia na elaboração de um currículo), todos promovidos pelo Projeto Semear. O juiz da 2ª Vara Criminal da Comarca de Limeira e auxiliar do Departamento Estadual de Execução Criminal (Deecrim),  Luiz Augusto Barrichello Neto, esteve presente ao evento. “A participação da sociedade civil e de diversos setores da Administração Municipal contribuiu para a ampliação do projeto”, disse.

        No mesmo dia, também aconteceu a penúltima sessão do projeto “Semeando Sonhos, Colhendo Realidades”. O objetivo é preparar emocionalmente os sentenciados para que consigam resistir, quando soltos, aos maus caminhos que eventualmente lhes sejam novamente oferecidos. A ação conta com o apoio Universidade Paulista (Unip) de Limeira, que incluiu na sua grade obrigatória de estágios do currículo de Psicologia a participação de quatro estagiários.

        No CR de Limeira, os sentenciados podem cursar aulas noturnas, em turmas de alfabetização, ensino fundamental e médio, com professores da rede municipal de ensino que vão até o local. O Semear também organiza um campeonato de xadrez e, em breve, será inaugurada a biblioteca. Já a Orquestra Sinfônica de Limeira oferecerá aulas de música.

        A saúde dos reeducandos também terá atenção. Além das ações de prevenção à dengue que já acontecem, está previsto que uma equipe de saúde básica (médico, dentista e enfermeiro), paga por subsídios federais e contratada pelo município, será colocada no CR.

        No local, empresas privadas oferecem trabalho aos reeducandos, que confere remição de pena e recebimento de honorários. Ezequiel, sentenciado do CR de Limeira, está contente com as atividades implantadas. “Aqui, a gente pode sair com a cabeça boa para enfrentar o mundo lá fora. A gente sente a melhora e fica pensando em terminar os estudos e onde vai trabalhar, e não pensando em fazer bobagem quando sair,” afirmou.

        Para o juiz Luiz Barrichello, modelos como o de Limeira podem ser replicados em outras unidades prisionais do Estado. “Sem dúvida, pode ser replicado em presídios de porte menor. Isso não impede, entretanto, que seja tentado em penitenciárias de grande porte. A sugestão para presídios com grande número de presos seria a implantação de forma gradativa e por setores ou alas de cada unidade.”

        A diretora executiva do Instituto Ação pela Paz, Maria Solange Rosalem Senese, elogiou a atuação do juiz Luiz Barrichello que, segundo ela, é quem catalisa todos os envolvidos com o projeto. “O trabalho começou a pouco mais de um ano e os resultados começam a surgir. Em abril a Secretaria Estadual de Planejamento iniciou sua participação e está contribuindo com os indicadores e avaliações das atividades. Assim teremos as métricas para a replicação do Semear em outras unidades prisionais.”

        Sobre a final do campeonato de futsal, ela foi disputada entre os times ‘Alvi-verde’ e ‘Já Perdeu’. O Alvi-verde foi campeão ao vencer a final por 2x1, mesmo com o desfalque de dois jogadores.

 

        Comunicação Social TJSP – DI (texto) / Instituto Ação pela Paz (fotos)
        
imprensatj@tjsp.jus.br


O Tribunal de Justiça de São Paulo utiliza cookies, armazenados apenas em caráter temporário, a fim de obter estatísticas para aprimorar a experiência do usuário. A navegação no portal implica concordância com esse procedimento, em linha com a Política de Privacidade e Proteção de Dados Pessoais do TJSP