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Na véspera do Dia dos Pais, mais de 1.200 pessoas participaram do mutirão de paternidade

            Muitas pessoas poderão comemorar o Dia dos Pais mais felizes graças ao "Paternidade Responsável", projeto pioneiro no Brasil, criado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo há 10 anos. O objetivo é preencher a lacuna paterna nas certidões de nascimento de crianças e adolescentes em idade escolar. O evento aconteceu neste sábado (13), no CEU Alvarenga, região sob a competência da Vara da Infância e da Juventude de Santo Amaro, coordenada pelas juízas Maria Silvia Gomes Sterman e Sirley Claus Prado Tonello. Foram atendidas mais de 1.200 pessoas, sendo que 130 reconheceram espontaneamente o filho.

            Em cada caso, uma história emocionante. Como a das gêmeas Laura e Valentina, de seis meses. "Dar meu sobrenome para minhas filhas é um presente. Elas ainda não têm ideia do que isso significa, mas eu, como pai, sei o quanto elas significam para mim e a importância desse ato para o relacionamento e criação delas", disse Alessandro Ribeiro Marins. Ele e Cibele Ferreira tiveram um relacionamento, mas estavam separados na época do registro das bebês. Cibele acreditava que precisariam ir a Barueri, onde as meninas foram registradas, para acertar a documentação, o que não aconteceu por falta de tempo. Na manhã de sábado, Alessandro assistia ao jornal quando viu a notícia do mutirão. Ligou imediatamente para Cibele para irem ao CEU. Assim, Valentina e Laura ganharam nova certidão de nascimento, agora, com o nome do pai.

            Jaime Nascimento dos Santos e a esposa Rosangela Lenz foram ao mutirão para a adoção unilateral de Richard (21) e Joyce (18). Agora, além do sobrenome Lenz, os jovens ganharam o sobrenome do homem que, apesar de não ser o pai biológico, esteve sempre ao lado deles. "Dei educação de pai e eles me tratam como se fossem meus filhos", contou Jaime. "Às vezes as pessoas comentavam que eu não tinha pai, mas eu tenho. Pra mim, ele (Jaime) sempre foi meu pai!", reforçou Richard.

Tânia Regina e Jair Rodrigues compareceram para regularizar o registro de Luis Gustavo, de 11 anos. Jair não pôde assumir o menino na época de seu nascimento. Tania contou que o garoto chorava porque não tinha o nome do pai na certidão e também por não ter para quem dar as lembrancinhas feitas na escola. A mãe de Jair sempre insistiu para que ele reconhecesse o neto. Esse dia finalmente chegou, graças ao Mutirão da Paternidade.

            A juíza Maria Silvia destacou o sucesso do projeto e sua alegria em constatar o grande interesse de pais em dar seus nomes aos filhos de forma espontânea. "Isso demonstra que, quando a Justiça se aproxima da sociedade, o resultado é mais expressivo".

Para a oficial do Cartório de Registro Civis de Pessoas Naturais, Evanice Callado Rodrigues dos Santos, trabalhar com o projeto Paternidade Responsável é emocionante. "Pais chegam orgulhosos e apresentam seus filhos. Percebe-se que muitos não reconhecem por falta de oportunidade ou informação, não porque não quiseram", relata.

            Denise Conceição e José César Garcia Ferreira foram  atendidos por Evanice Callado para incluir o nome do pai na certidão de Victor, de cinco anos. Denise estava grávida quando José César teve que voltar ao Ceará e só retornou quando o filho estava com três meses. "Um problema que se arrastava há cinco anos foi resolvido em menos de uma hora, tudo muito rápido e sem nenhum custo", salientou a mãe. José César também deixou sua impressão: "Este é o melhor presente do Dia dos Pais. O Victor já estava cobrando o porquê do Enzo ter o 'Ferreira' no nome e ele não", contou o pai.

            Para a magistrada Sirley Claus, o mutirão também é um estímulo para as pessoas resolverem a lacuna paterna. "É um 'empurrãozinho' que faltava", completa.

            A realização do evento tornou-se possível com a ajuda de 120 voluntários, dentre eles servidores das Secretaria de Primeira Instância (SPI), que coordenou o evento, Secretaria de  Tecnologia da Informação (STI),  Secretaria da  Área da  Saúde (SAS)  e Assessoria Policial Militar do Tribunal de Justiça de São Paulo (APMTJ),  magistrados e integrantes das instituições parceiras. Contou, também, com a parceria da Corregedoria Geral da Justiça (CGJ), da Secretaria Estadual de Educação (SEE); da Secretaria Municipal de Educação (SME); do Instituto de Medicina Social e de Criminologia de São Paulo (Imesc); de cartórios de Registro Civil da Região Sul da Capital (Santo Amaro, Capela do Socorro, Parelheiros, Jardim São Luis e Capão Redondo); do Centro Judiciário de Solução de Conflitos do TJSP (Cejusc); do Serviço Social da Indústria (SESI) e do CEU Alvarenga.
Estiveram presentes ao evento os desembargadores Antonio Carlos Malheiros (consultor da Coordenadoria da Infância e da Juventude do TJSP) e Waldir Sebastião de Nuevo Campos Júnior; o juiz assessor da CGJ Gabriel Pires de Campos Sormani; a juíza Andrea Ayres Trigo, que auxiliou nos trabalhos do mutirão, e demais autoridades.

Comunicação Social TJSP – LV (texto) / KS (fotos)
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