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Maestro João Carlos Martins se apresenta no TJSP

    O maestro e pianista João Carlos Martins se apresentou nesta terça-feira (15/12), no Tribunal de Justiça de São Paulo, dando início às festividades natalinas. O evento, denominado Mosaico Cultural, contou também com a participação do Quinteto Bachiana e da Especial Academia de Ballet. O espetáculo foi realizado no Salão dos Passos Perdidos do Palácio da Justiça. O presidente do Tribunal, desembargador Roberto Antonio Vallim Bellocchi, abriu a cerimônia lembrando que sua gestão foi marcada pela ampla diversidade cultural, com a exibição de exposições, corais, grupos de canto e de dança. “Espera-se que o Tribunal de Justiça de São Paulo seja um espaço jurídico de alto valor artístico. Fica aqui a homenagem de todos os funcionários desta Casa mas, em especial, a gratidão de um homem que teve orgulho de dirigir este Tribunal”, disse o magistrado.  
    A apresentação começou com a Especial Academia de Ballet, que  enviou integrantes de sua Companhia Brasileira de Danças Clássicas. Os bailarinos apresentaram quatro números: “Grand Pás Classique”, com música de Daniel Auber; “O Lago dos Cisnes”, com música de Tchaikovsky; “Chorinho”, com música de Jacob do Bandolim; e cenas de “O Quebra-Nozes”, com música de Tchaikovsky. O grupo foi escolhido, pelo Ministério da Cultura brasileiro, para representar o País em junho de 2009 na competição russa International Ballet Competition And Contest of Choreographers. “A beleza plástica do balé clássico acaba sendo um poema gráfico. O Tribunal de Justiça é clássico, com os olhos para a frente”, afirmou o presidente do TJSP ao homenagear os bailarinos.
    Em seguinda, houve a apresentação conjunta do maestro João Carlos Martins e do Quinteto Bachiana. Eles tocaram “Reverie”, de Shulmann; “Ária da Quarta” de Bach; “Samba em Prelúdio”, de Baden Powel; “My Way”, de Claude François, Jacques Revaux, Paul Anka; “Por uma Cabeça”, de Astor Piazzola; “Ave Maria”, de Bach e Gounod; e “Hino Nacional Brasileiro”, de Francisco Manuel da Silva Joaquim Osório.

João Carlos Martins e Orquestra Bachiana

    O paulistano João Carlos Gandra da Silva Martins estreou como pianista no Carnegie Hall aos vinte anos, patrocinado por Eleanor Roosevelt. Tocou com as maiores orquestras norte-americanas e gravou para piano a obra completa de Johann Sebastian Bach, de quem é um dos maiores intérpretes para teclado no século XX. 
    O músico teve sua carreira meteórica interrompida aos 26 anos, após um acidente que causou a perda dos movimentos da mão direita. Com vários tratamentos, recuperou-se parcialmente, mas desenvolveu lesão por esforços repetitivos (LER). Vendeu todos os seus pianos e tornou-se treinador de boxe. Na Bulgária, onde realizaria um concerto, foi agredido na cabeça por assaltantes e outra vez perdeu parte dos movimentos das mãos. A partir de então, quando forçava principalmente a mão esquerda, sentia dores intensas. Para reverter o quadro, ele se submeteu a tratamentos e treinamentos até encontrar novamente uma nova maneira de tocar, utilizando os dedos que podia em cada mão. João Carlos Martins, que já tocou com as maiores orquestras americanas e européias, também aprendeu regência e hoje é e diretor da Faculdade de Música das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU). Lá,  dirige a Orquestra Bachiana Jovem, que conta com instrumentos de sopro, cordas, metais e madeiras. “Quando a gente menos espera, o sonho começa a correr atrás de você. E é isso que está acontecendo nessa fase da minha vida”, disse durante a apresentação no Tribunal de Justiça de São Paulo.
    O Quinteto Bachiana de cordas foi criado por João Carlos Martins e é composto por cinco jovens músicos advindos da Orquestra Bachiana Jovem. Além do cantor (tenor) Jean William, a equipe é formada por duas violinistas, uma violonista e uma violoncelista. “O Jean, criado por um bóia-fria e uma faxineira, é um dos diamantes que encontrou na música o seu caminho e que, Graças a Deus, tenho a honra de estar lapidando”, comentou o maestro. O tenor se apresentará ao lado do pianista em evento das Nações Unidas, no Lincoln Center, no dia 19 de setembro de 2010.


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