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Mais de 50 mil servidores do Judiciário aqui representados

TJSP valoriza sua força de trabalho.

 

        Se fosse comemorar o “Dia do Servidor Público” diária e individualmente, o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo levaria quase doze anos para citar um a um de seus 42.678 servidores ativos, sem contar os magistrados, os terceirizados, os estagiários e os seus colaboradores.

        Neste ano, em homenagem a essa força de trabalho, o TJSP destaca a história de três servidores: um deles está aposentado, outro atua há 45 anos na Comarca de Jaboticabal e uma no setor de Recursos Humanos na Capital. O trabalho desenvolvido por essas pessoas é dignificado pelo comprometimento e amor. Essa é a função do servidor público: servir ao público. Parabéns a todo o quadro do Judiciário paulista.

 

Lei nº 8.112, de 11/12/90: Dispõe sobre o regime jurídico dos servidores públicos civis da União, das autarquias e das fundações públicas federais.

Art. 236 – O Dia do Servidor Público será comemorado a vinte e oito de outubro.

 

        O que eles dizem:

 

Milton Alberto Manfredini: Da máquina de escrever aos processos digitalizados

Com quase meio século de serviços prestados em Jaboticabal, servidor vivenciou toda a modernização do Judiciário paulista

 

        Há 45 anos na Comarca de Jaboticabal, Milton Alberto Manfredini, 63, escrevente técnico judiciário da 1ª Vara Cível, atribui à motivação e à satisfação pessoal essa longevidade no trabalho. “O segredo para exercer uma atividade por tanto tempo no mesmo local é primordialmente gostar do que faz e procurar prestar sempre o melhor atendimento, pois o bom resultado é o que nos traz a realização profissional”, afirma.

        Ele tomou posse em 1973, aos 18 anos, quando os cartórios ainda não eram oficializados. Naquela época, quem contratava eram os próprios escrivães, que exerciam as funções tanto no tabelionato quanto na parte judicial (processual). “No início tudo era difícil, o cartório não possuía máquina copiadora e quando os processos eram remetidos aos Tribunais, por força de recursos, era necessário fazer autos suplementares, e as cópias eram feitas manualmente, datilografando as principais peças dos autos”, conta. “Eu exercia também a atividade de escrevente de sala, fazia as audiências, e como cada funcionário possuía apenas uma máquina de escrever, era preciso transportá-la para onde fosse necessário”, acrescenta.

        Milton presenciou cenas inusitadas entre 1970 e 1980, impensáveis nos dias atuais. “Tudo era diferente, o fórum permanecia com as portas abertas, sem muito controle de entrada e saída, nem segurança armada. Não raramente o juiz determinava que o escrevente de sala retirasse algum cachorro que entrava na sala de audiências seguindo o dono, ou que fosse parte ou testemunha no processo”, lembra. “Já separei casais que se atracaram na sala de audiências por ocasião dos processos de separação judicial ou divórcio.” Milton desempenhou praticamente todas as funções cartorárias e viu sua rotina de trabalho se modernizar até se tornar digital. Também foi voluntário da Infância e Juventude e prestou serviço em diversos pleitos eleitorais.

        Casado, pai de quatro filhos e avô de dois netos, Milton é respeitado entre os colegas como um servidor exemplar e é grato pela confiança. “É fundamental ter o respeito dos colegas e de todos aqueles com quem convivemos. Se pautarmos nossas vidas pela dignidade e respeitabilidade, seremos reconhecidos. Tudo que possuo, tanto no campo material quanto no campo profissional, devo ao Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.”

 

 

Maria de Fátima Nunes: Uma ideia inspiradora que define a história de nossas vidas

Há 45 anos, a decisão de se tornar servidora pública seria o início de uma trajetória de sucesso para Maria de Fátima

 

        Quando chegou a São Paulo, vinda do Interior de Minas Gerais, em 1970, aos 15 anos de idade, Maria de Fátima Nunes, atual diretora da Secretaria de Gestão de Pessoas (SGP), passeava pelo centro da Capital quando teve uma inspiração que transformaria sua vida. “Quando passei em frente ao Fórum João Mendes fiquei encantada, nunca tinha visto um prédio tão grande e pensei: ‘vou trabalhar neste lugar’”, lembra.

        Cerca de três anos após essa epifania, a jovem – casada e no último mês de gravidez do primeiro filho – passou no concurso para escrevente técnico judiciário, na época escriturária, do Departamento Pessoal do TJSP. Tomou posse em dezembro de 1973.

        Fátima desenvolve uma trajetória de sucesso na carreira pública. Ela participou da reestruturação e modernização do setor, formou-se em Direito em 1991 e ocupou os cargos de chefe de Seção, supervisora de Serviço e coordenadora até assumir a Diretoria, em 2006. Hoje, com 45 anos de serviço público, três filhos casados e três netos, orgulha-se por ter superado situações difíceis e conseguido encontrar o equilíbrio entre realização profissional e satisfação pessoal. “Todas as dificuldades tiveram desfechos tranquilos e sempre zelei por amor e respeito às pessoas e ao trabalho que faço”, diz. “Apesar de receber retornos positivos, tenho consciência que possuo defeitos e tenho muito a melhorar”, acrescenta.

        Para ela, é uma honra ser servidora pública e aconselha a quem quer uma carreira longeva. “Trabalhe com amor, respeite a casa onde trabalha e os colegas, procure estar sempre à disposição para ajudar as pessoas que lhe procuram e faça tudo lembrando sempre que é impossível agradar a todos.”

 

Luiz Muniz Saraiva: Amizade e profissionalismo pelas ruas e estradas de São Paulo

‘Seo’ Muniz, recém-aposentado como motorista, em 50 anos de vida profissional fez amigos por onde passou

 

        É recorrente a constatação de que passamos mais tempo de nossas vidas no trabalho do que com nossos familiares. Essa afirmação é, de fato, uma realidade no Brasil, onde a maioria dos profissionais trabalha, ao menos, oito horas por dia, ou 44 horas semanais. Muitas vezes, no entanto, a agitada rotina diária nos dá a oportunidade de conhecer colegas que se tornam amigos para toda a vida e até passamos a considerá-los “uma segunda família”.

        Esse é o sentimento do paulistano Luiz Muniz Saraiva, 66, motorista e agente de segurança do Judiciário paulista, recém-aposentado, após conviver cerca de 20 anos com o presidente do TJSP, desembargador Manoel de Queiroz Pereira Calças. “Tivemos uma boa afinidade e servi exclusivamente o doutor Manoel por quase 10 anos. Existem pessoas que nos sentimos bem ao lado, gostamos de conversar, com ele foi assim. Por todo esse tempo respeitei a hierarquia e procurei ser o melhor profissional possível; e o doutor Manoel sempre me deixou à vontade, é uma pessoa ótima para se conviver, um amigo o qual tenho grande admiração, e é um desembargador nota 10!”

        Muniz começou a trabalhar no prédio do antigo 2º Tribunal de Alçada Civil (2º TAC), atual Gabinete dos Desembargadores (Gade 23 Maio), na rua Conde de Sarzedas, 38, em 1998. Antes, havia trabalhado como motorista em grandes companhias, como a Telesp (1980-1987) e o Banespa (1987-1997). Nesta última, dirigia por todo o Brasil para fazer manutenção de agências do maior banco público estadual do País. Foi nessa época que vivenciou a histórica intervenção federal do Banco Central, fase que antecedeu a privatização durante o Governo Mário Covas (1995-1998), ao fazer um acordo de demissão voluntária. Em paralelo, complementava a renda com seu táxi.

        Ele se recorda com orgulho da decisão de se tornar servidor público, aos 43 anos, casado e com dois filhos jovens universitários. “Um dia, perto do Natal de 1997, passando na Avenida Sumaré, parei o táxi para tomar um café e vi o Jornal do Concurso na banca. Tive a atenção voltada para o concurso público em aberto para o 2º TAC. Pensei na estabilidade e em uma carreira segura. Comprei o jornal e vi, da própria padaria, uma agência da Caixa Econômica Federal logo em frente. Saí dali com a guia de inscrição, que vinha no próprio jornal, e fiz o pagamento no banco. O bancário que me atendeu disse: ‘que legal, faz mesmo que você vai passar’. Não me esqueço desses detalhes. Esse dia me marcou porque parecia que tudo estava se encaixando na minha vida.”

        E tudo deu mesmo certo. Passou na 16ª colocação e chegou ao Judiciário com sólida experiência como motorista. Rapidamente, adaptou-se ao ritmo acelerado da rotina. “Passei a servir o doutor Manoel em muitos compromissos e, às vezes, o levava de volta para casa tarde da noite. Rodávamos todo o Estado e conversávamos sobre tudo. Fomos criando uma proximidade de amigos, inclusive as nossas famílias se conheceram. Sei que ganhei a confiança dele porque lidava com carro há muito tempo, conhecia bem São Paulo e as estradas, e a pontualidade era meu forte.”

        Com a vinda do desembargador para a Corregedoria, em 2016, Muniz passou a integrar a equipe de motoristas do Palácio da Justiça. Nesta época, com cerca de 50 anos de trabalho ininterrupto, ele planejava a aposentadoria. Apesar da boa saúde e plena disposição, a pontualidade, que sempre foi o seu ponto forte, poderia ficar comprometida. “Dirigia direto até Presidente Prudente, 554 km de São Paulo, e só parava para pôr gasolina no carro. Chegava inteiro! De uns tempos para cá, já não podia mais fazer isso, ficava cheio de dor. Além disso, a visão à noite, chovendo, já estava prejudicada. Quando dirijo para mim, posso parar em condições ruins, mas para levar um passageiro que tem um compromisso, não posso”, avalia. Resultado: entrou com o pedido em abril e a aposentadoria foi publicada em setembro. Aposentado, pretende ajudar nos negócios no Brasil de seu filho mais velho, o economista José Luiz, que mora nos Estados Unidos. “A decisão por aposentar foi bem planejada com meu filho, que tem investimentos em vários negócios. Minha atividade principal será supervisionar a plantação, as colheitas e as entregas da fazenda de melão, em Juazeiro, na Bahia, até aqui em São Paulo, no Ceasa”, revela.

        O motorista, servidor aposentado, pai, marido, avô de cinco netos e amigo do desembargador Pereira Calças, mostra-se agradecido aos amigos que fez no Judiciário e deixa um conselho às pessoas. “Sempre fui de fazer amizade fácil e nunca fiquei falando mal dos outros por trás, nem reclamando do chefe. É melhor ser transparente com as pessoas. Sempre agi com amizade e compreensão e fui feliz em todos os lugares onde passei. Por isso, digo: se você está infeliz no seu trabalho da iniciativa privada, procure outro emprego. Se é servidor público e não está feliz, peça transferência. Mas não fique reclamando da vida e dos outros.”

 

Homenagem do TJSP a todos os seus servidores que fazem sempre mais para o aperfeiçoamento da Justiça paulista

 

        Comunicação Social TJSP – AL e RS (texto) / AC e AP (fotos) / MC (Arte)

        imprensatj@tjsp.jus.br


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