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Magistratura prestigia sessão na APL em homenagem a Paulo Bomfim

Por décadas, Paulo Bomfim foi funcionário do TJSP.     

 

        Na última quinta-feira (25), a Academia Paulista de Letras realizou a sessão Saudades para reverenciar o seu decano poeta Paulo Bomfim, conhecido nacionalmente como “Príncipe dos Poetas Brasileiros”, que faleceu no último dia 7.

        Vinte e dois acadêmicos falaram sobre ele, que permaneceu na APL por 56 anos. Paulo Bomfim tomou posse em 23 de maio de 1963, data do MMDC, e foi saudado por Ibrahim Nobre, o tribuno da Revolução Constitucionalista de 1932. Representando o Tribunal de Justiça de São Paulo, o vice-presidente, desembargador Artur Marques da Silva Filho, enalteceu as qualidades do poeta e relembrou fatos que marcaram a convivência junto aos integrantes do Judiciário, nos mais de 50 anos que permaneceu no TJSP. Desse período, Artur Marques conviveu com Paulo Bomfim nos últimos 20 anos. “A cada dia, a cada encontro, mais e mais éramos agraciados com as inteligentes colocações feitas por Paulo Bomfim. Também no Judiciário paulista, Paulo Bomfim sempre será lembrado. Agora e no futuro, nas solenidades, ao ouvirmos ‘é o saber que se faz julgamento, é sentença que é sol de esperança’, frase que encerra o Hino do Tribunal de Justiça de São Paulo, a imagem do poeta será por nós evocada.”

        Outros integrantes do Poder Judiciário também saudaram Paulo Bomfim, assim como o fez a desembargadora Ligia Cristina de Araújo Bisogni. “Conheci pessoalmente o poeta Paulo Bomfim, quando do meu ingresso no TJSP, em 2005; conheci as poesias dele, conheci a história dele, por meio das palavras da professora Ismênia, minha mãe, que hoje tem 92 anos. Tive o prazer de apresentar o poeta, quando ingressei na Academia Paulista de Magistrados, à minha mãe e percebi em seus olhos tamanho encanto que até ciúmes tive pelo meu pai.”

        Durante os pronunciamentos, descritos pela desembargadora Claudia Lucia Fonseca Fanucchi, como “falas do coração”, o presidente emérito, Ives Gandra da Silva Martins, um dos mais antigos dentre os imortais da APL, leu dois sonetos que lavrou para o amigo de tantas décadas. Celso Lafer se referiu às obras e às críticas abalizadas de Antonio Cândido, admirador convicto da poética bomfiniana. Ignácio de Loyola Brandão contou que, na década de cinquenta, pediu a Paulo Bomfim que escrevesse uma poesia para convencer uma jovem a namorá-lo. Atendido, mandou a poesia à moça e ela não o aceitou como parceiro. Contou para o Paulo que concluiu: “falhei como poeta!”. Mas nunca falhou como amigo leal e devotado. Antonio Penteado Mendonça leu uma das crônicas que transmitiu na Rádio Eldorado, lembrando que “os poetas não morrem. Os poetas se transformam e se eternizam, não apenas em palavras, mas como parte do universo”. Os médicos e amigos Raul Cutait e Raul Marino Júnior se emocionaram ao falar de Paulo e das vicissitudes que uma queda pode ocasionar em pessoas que alcançaram a longevidade.

        A emoção de José Pastore enterneceu a todos. Maria Adelaide Amaral proferiu uma oração de improviso, contando o seu contato à distância com o poeta jovem e belo, a frequentar Guilherme de Almeida e, depois, a aproximação, quando ele forneceu precioso material para a minissérie “Um só coração”, cujo nome ele sugeriu à escritora. Todos também se encantaram com a mensagem de Yeda Falzoni. “Conheci-o quando ambos tínhamos catorze anos. Agradeço a Deus o privilégio de oitenta anos de convívio com essa pessoa encantadora!” Pedro Paulo Pena Trindade declamou “Eu te amo, meu São Paulo!”, uma das mais clássicas orações do poeta de 32. Victor Emanuel Barbuy  declamou um poema e Júlio Medaglia fez um haikai: “De dois Paulos foi feita a Paulicéia. Desavairada, eu sei, quiseram assim... Um Paulo é padroeiro, está longe, lá no céu. O outro está perto, é poeta e é Bomfim”. Campinas se fez presente, com o presidente da Academia Campinense de Letras, Jorge Alves de Lima e o ex-presidente Agostinho Tavolaro, ambos também fizeram uso da palavra.

        Segundo José Renato Nalini, “não foi solenidade formal, foi um raro momento em que o coração se exprimiu melhor do que as palavras”.

        Pelo TJSP, também prestigiaram a homenagem os desembargadores José Carlos Gonçalves Xavier de Aquino (decano), Alexandre Alves Lazzarini e Claudia Lucia Fonseca Fanucchi e o juiz Ricardo Felício Scaff. A Justiça Militar se fez representar pelo ex-presidente do Tribunal de Justiça Militar de São Paulo, juiz Silvio Hiroshi Oyama.  

 

        Comunicação Social TJSP – RS (texto com colaboração de José Renato Nalini) / APL e Tiago Queiroz/Estadão(fotos)

        imprensatj@tjsp.jus.br


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