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TJSP abriga exposição sobre Barroco brasileiro

        O Tribunal de Justiça de São Paulo abriu nesta quarta-feira (12/5), no Salão dos Passos Perdidos do Palácio da Justiça, a mostra “O Berço do Barroco Brasileiro no Tribunal de Justiça e seu Apogeu com Antonio Francisco Lisboa – O Aleijadinho”.                                                  
        A exposição ficará aberta ao público até o dia 30 deste mês, diariamente das 13 às 18 horas, inclusive no próximo domingo (16/5), durante a Virada Cultural. Na ocasião, o historiador mineiro Márcio Jardim, autor do catálogo geral da obra de Aleijadinho, fará duas palestras, 14 e 16 horas, sobre o tema Aleijadinho: Metodologia da Atribuição – Estilemas e Caracteres.  A entrada é gratuita. 
        A mostra foi aberta pelo desembargador Alexandre Moreira Germano, coordenador do Museu do Tribunal, que falou da honra que significa  para a instituição receber obras atribuídas ao grande artista mineiro e a Frei Agostinho da Piedade. Germano destacou ainda do orgulho em receber a escultura de Nossa Senhora de Montesserrate, pertencente ao Mosteiro de São Bento. Ao final, ele agradeceu aos responsáveis pela exposição, magistrado Ary Casagrande Filho e ao curador Marcelo Coimbra, além do presidente Antonio Carlos Viana Santos, por abrir as portas do Tribunal para receber a exposição. 
        Paulo Dimas de Bellis Mascaretti,  presidente da Associação Paulista dos Magistrados (Apamagis), também parabenizou o presidente Viana Santos por permitir que o prédio do Tribunal de Justiça, onde são discutidos valores do Direito no dia-a-dia, passe a abrigar eventos como esta exposição sobre os artistas brasileiros do passado. 
        O presidente do TJSP, desembargador Viana Santos, falou em seguida destacando a harmonia entre a arquitetura do prédio quase secular do Tribunal de Justiça e a exposição do barroco brasileiro que estava sendo aberta naquele instante. Após lembrar a importância para o Brasil de Aleijadinho e outros artistas barrocos, Viana Santos agradeceu à presença dos monges do mosteiro de São Bento que entoaram cantos gregorianos e permitiram que pela primeira vez fosse exposta a imagem de Nossa Senhora de Montesserrate fora das dependências do Mosteiro. 
        O curador da mostra, Marcelo Coimbra ressaltou a importância do barroco mineiro, que teve o seu apogeu nas mãos do genial mineiro Antonio Francisco  Lisboa – o Aleijadinho,que consegue mostrar a todos o poder  que tem  o povo brasileiro em suplantar as mais variadas dificuldades que a vida nos oferece. 
        Quanto a seu trabalho, concluiu: “A grande virtude de uma curadoria é poder tornar públicas obras normalmente guardadas a sete chaves. Obras estas que pertencem a todo o povo brasileiro” 

        A Exposição 
        Essa é a primeira vez que a imagem de Nossa Senhora de Montesserrate estará sendo exposta no Brasil. Peça única, de 84 cm de altura e 34 kg, confeccionada provavelmente em 1636, atribuída ao monge artista Frei Agostinho da Piedade, a obra pertence ao mosteiro São Bento da capital paulista. A peça só foi redescoberta, em 1940, no sótão de uma Igreja em São Bernardo do Campo.Para recebê-la, o Tribunal montou um esquema especial de segurança.                                                                                                               
        As obras expostas são atribuídas a Aleijadinho e a alguns dos primeiros escultores que se dedicaram a fazer imagens para a Igreja, artistas conhecidos como santeiros que atuaram no Estado de São Paulo.                                                       
        A coleção de arte sacra em terracota (barro cozido) pertence ao colecionador brasileiro Ary Casagrande Filho e nunca foi exposta antes no país. O curador da mostra é Marcelo Coimbra.                                                               
        Segundo ele, as esculturas remontam à chegada dos beneditinos europeus no Brasil, quando o português Frei Agostinho da Piedade fundou a primeira escola de imaginário sacro-barrista, baseada nos princípios do barroco renascentista europeu.                                                                                                                  
        Entretanto, ao invés do mármore de carrara importado, os artistas brasileiros esculpiam usando o barro paulista, gerando uma arte sacra originalmente brasileira.
        Merecem especial atenção a imagem de Nossa Senhora da Conceição, esculpida em barro branco cozido e a de Santo Antonio confeccionada no final do século XVIII em madeira policromada, obras que nunca foram expostas, atribuídas a Frei Agostinho de Jesus e Aleijadinho, respectivamente.                                      

        Assessoria de Imprensa TJSP - LV (texto) e RP (fotos)


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