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Corrida “Sua que é Sua” leva esporte a crianças e adolescentes acolhidos

Iniciativa do TJSP tem poder de transformar vidas. 
 
Os sorrisos nos rostos de crianças e adolescentes que vivem em casas de acolhimento da Capital superam a quantidade de quilômetros percorridos na pista de atletismo e explicitam a felicidade em fazer algo pela primeira vez. No último sábado (2), o Centro Olímpico Marechal Mário Ary Pires foi palco da 6ª Corrida “Sua que é Sua TJSP”, iniciativa do Judiciário paulista que proporciona a inclusão social, o direito ao esporte e a chance de uma trajetória frutífera aos pequenos. O projeto, que começou em 2018, já recebeu cerca de 1.900 inscrições, tanto de jovens acolhidos como de servidores do TJ e seus filhos. Atualmente, além da corrida, eles podem praticar diversas modalidades esportivas, como lançamento de dardo e salto à distância, possível graças à parceria com a Federal Paulista de Atletismo (FPA), que começou em 2021. 
Idealizador da iniciativa, o juiz assessor da Corregedoria Geral da Justiça para a área da Infância e Juventude, Iberê de Castro Dias, explica que o evento é uma das formas de o Tribunal de Justiça de São Paulo concretizar o direito ao esporte previsto na Constituição Federal e no Estatuto da Criança e do Adolescente. “É interessante perceber o TJSP como instituição, participando e abraçando a comunidade”, diz. O magistrado destaca, também, a participação de jovens que cumprem medida de internação na Fundação Casa no evento e a força do esporte para auxiliar no desenvolvimento físico e cerebral, no aprimoramento do convívio social, na capacidade de resiliência, na inclusão de hábitos saudáveis e no combate ao uso de drogas, tabaco e álcool.  
O sucesso do projeto pode ser explicado pela abrangência, efetividade e atuação concomitante em diversas frentes. Além de promover a integração entre os participantes e incentivar a prática esportiva, os jovens têm a oportunidade de frequentar um local adequado para a corrida e demais exercícios com instrução profissional. O presidente da FPA, Joel Lucas Vieira de Oliveira, salienta a capacidade de o atletismo transformar vidas, empoderar os jovens e proporcionar estímulos positivos para toda a vida. “A expectativa é diverti-los e promover uma experiência da qual saiam animados. Assim, terão uma lembrança positiva para se exercitarem novamente”, fala.  
Participam das corridas crianças e jovens entre 3 e 17 anos, divididos por categorias de acordo com a faixa etária para baterias de 30 a 800 metros, além da corrida de dois e cinco quilômetros para os adultos. Em edições anteriores, crianças em tratamento pelo Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer (Graacc) e jovens com paralisia cerebral da Fraternidade Irmã Clara participaram da corrida a Sua que é Sua TJSP com o apoio de instituições públicas e privadas. Em 2021, o projeto também se uniu à FPA para a realização do Festival Brincando com Atletismo, em São Bernardo do Campo, também voltado para crianças e adolescentes acolhidos. 
 
 
Histórias 
 
A espera pelo grande dia invadiu as casas de acolhimento, com crianças curiosas para saber quem seriam seus adversários, a distância percorrida e todos os detalhes das provas. O burburinho se deu porque, apesar de alguns já terem participado das edições anteriores, a programação da 6ª Corrida Sua que é Sua TJSP era nova para grande parte dos meninos e meninas. Os mais experientes comentavam sobre a corrida com os mais novos, que esperavam ansiosos a ocasião. 
É o caso de Lucas* (nome fictício), 16 anos, que participou de todas as edições e aproveitou para conhecer outros adolescentes enquanto aguardava sua vez de correr. “Eu gostei daqui e de participar das atividades com tantas pessoas.” Lívia* (nome fictício), 14 anos, também interagia com outros participantes e falou sobre a experiência. “Estou achando o máximo. É uma coisa nova e vim para me divertir, independentemente de ganhar ou perder.” 
Já Maria Luiza, 7 anos, filha da servidora Luciana Silva de Souza, correu com as crianças de sua faixa etária e se emocionou ao cruzar a linha de chegada. “É bom se enturmar e descobrir novas habilidades. O Tribunal sempre faz eventos interessantes, mas é a primeira vez que participamos dessa”, diz a mãe. 
Além do momento de lazer e prática esportiva, o encontro tem seu caráter afetivo. É o que conta o gestor da Casa Irmã Judith Elisa Lupo, Jorge Ribeiro de Souza, que acompanhou os acolhidos nos anos anteriores e compartilhou algumas das histórias que se desenrolaram nos últimos anos, como jovens que ingressaram em outras modalidades esportivas após a “Sua que é Sua” e um grupo de amigos que se reencontrou após um deles ser transferido para morar com os irmãos. “Quando voltamos para casa, eles colocam a medalha no quarto e têm papo para a semana inteira. É uma pitadinha de esperança para que encontrem algo a mais em suas trajetórias”, explica. O profissional ainda relatou que os educadores da casa conseguem desenvolver um planejamento de treinos e usar a corrida como incentivo para a prática esportiva no dia a dia.  
A técnica pedagoga do Saica Ipiranga Abecal, Joice Batista Pinheiro, ressalta a importância do esporte para a socialização e desenvolvimento. “Oportunidades como essa fazem toda a diferença, porque eles já se encontram em uma situação de vulnerabilidade. Isso faz com que cresçam, amadureçam e tenham acesso a lazer, cultura e educação.” 
 
N.R.: texto originalmente publicado no DJE de 6/12/23.  
 
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