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InspirAÇÕES: servidor do TJSP é cantor sertanejo desde a infância

Entre processos e palcos, o escrevente encontrou a realização.

 

Luciano Antunes do Vale é escrevente técnico judiciário do Tribunal de Justiça de São Paulo e cantor de longa data, combinando sua dedicação à Justiça com a paixão pela música sertaneja, sempre presente em sua vida. No lugar de carrinhos, bolas ou brinquedos, seu presente preferido na infância foi um pequeno violão. “Meu pai foi um grande incentivador e, sempre que recebíamos uma visita, pedia para eu cantar a música Dama de Vermelho”, conta.
Ainda muito jovem, Luciano fez sua primeira apresentação numa creche ao lado de sua casa. “A vizinha me pegou no quintal e me levou para cantar para as crianças. Quando minha mãe percebeu que eu não estava em casa, foi me procurar seguindo o som da minha voz. Foi minha primeira vez e depois disso não parei mais de cantar.”
Aos nove anos, quando morava com a família no interior de Santa Catarina, venceu seu primeiro festival de música. “Quando minha escola viu o sucesso, passou a me inscrever em diversos concursos na região. Devo ter participado de mais de 15”, relembra o escrevente, que atua no 1º Ofício Criminal de Praia Grande. Depois de um dos festivais, aos 17 anos, ele foi convidado a cantar profissionalmente numa pizzaria da cidade. “No dia da minha primeira apresentação profissional, estava tão satisfeito em ganhar dinheiro fazendo o que amo que nem fiquei nervoso. Fiz o que sempre fazia”, revela.
Luciano acredita que, entre apresentações solo e parcerias com outros cantores, já fez mais de dois mil shows. Atualmente, é vocalista de uma banda que se apresenta na Baixada Santista e em alguns eventos na Capital e no interior. “Nesses vinte e sete anos de cantoria, a música me trouxe muita coisa boa e sustentou minhas despesas por bastante tempo”, diz. Por conta da agenda de shows, a graduação em Química pela Universidade de São Paulo demorou 12 anos para ser concluída.
Em 2016, ao tomar posse como escrevente técnico judiciário, ele acreditou que tinha chegado o momento de dizer adeus aos palcos. Mas após quatro meses morando em Praia Grande, fez amizade com artistas locais e logo estava de volta aos palcos. “Foi o suficiente para me mostrar que não estava preparado para aposentar o microfone, e hoje estou com a minha banda,” diz Luciano, que adota Ralph como nome artístico.
Entre processos e palcos, o escrevente se sente realizado. “Gosto de transitar em universos tão distintos. Uma coisa não tem absolutamente nada a ver com a outra. É como se eu fosse duas pessoas, o Luciano e o Ralph”, explica. Quando colegas de trabalho vão prestigiar seus shows, ele confessa que se sente confuso. “Não estou acostumado a ser chamado pelo meu nome quando estou tocando.”
O sucesso no litoral paulista fez com que a banda do servidor fosse convidada a se apresentar em eventos da Secretaria de Cultura local. O próximo, nas comemorações das festas juninas, promete grandes emoções. “Isso me deixa muito realizado, pois posso sentir o gostinho de cantar para grandes multidões e receber um carinho enorme de cima do palco”, comemora.

 

Comunicação Social TJSP – GC (texto) / Divulgação (fotos)
imprensatj@tjsp.jus.br

 

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