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De servidora do TJSP à rainha da Polônia – a vida de Rosemary

        As partes de um processo chegam num setor do Tribunal de Justiça de São Paulo e nem imaginam a vida daquelas pessoas que ali trabalham. Quem são elas? Como vivem? Como é o seu cotidiano? O que fazem para desestressar do trabalho diário. Neste mês, vamos contar sobre Rosemary de Aguiar Gomiero Sassi, do Foro Regional de Santana, que encontrou no teatro uma forma de equilibrar suas energias, se aperfeiçoar como profissional e crescer como ser humano. A concretização de um sonho que acaba sendo revertido para os colegas de trabalho, família e a sociedade que busca prestação de serviço no fórum. Ela participa da Cia Teatral Dom Caixote e está em cartaz, no Teatro Itália, com a peça “A vida é um Sonho”.
        Nascida em São Paulo, no Bairro do Brás, sempre gostou de assistir a peças e a filmes, mas a vida foi levando para outros lados. Casada, mãe de um menino. Rosemary entrou na turma dos "enta" (40 anos) e se despertou  para buscar algo que sempre sonhou: o teatro. "Quando completei 40 anos, decidi que não poderia encerrar essa vida sem realizar o sonho de atuar em pelo menos uma peça e sentir o gosto de estar em um palco de verdade. Então procurei uma companhia de teatro e nunca mais consegui sair. Já atuei em seis peças", declara emocionada. Os ensaios, em geral, acontecem uma vez por semana e quando a peça vai se aproximando da estreia, eles ensaiam quantas vezes for necessário, sempre à noite e finais de semana.
        A primeira apresentação de Rose (carinhosamente chamada) foi no Teatro Plínio Marcos com a peça “A Família Roceira”, de Martins Pena. Na peça atual "A Vida é Sonho", ela interpreta uma mãe (a rainha da Polônia) que, para proteger sua filha, a mantém presa em uma torre. “E isso faz refletir o que os pais de hoje sentem, diante da necessidade de proteger os filhos, mas sem lhes tirar a liberdade e a oportunidade de crescer e se entregar para o mundo. Tarefa extremamente difícil de se desempenhar, sem errar em algum momento. Aprendemos a olhar do ponto de vista da mãe, mas também da filha e tudo o que envolve a super proteção.”
        Rose sente um imenso orgulho de fazer parte do maior Tribunal de Justiça do mundo e ama verdadeiramente o seu trabalho. "Sinto muito orgulho dos funcionários e juízes com quem trabalho. Somos verdadeiramente uma equipe, ao qual sou muito agradecida.” Formada em Direito, ingressou no Judiciário, em dezembro de 1991, pois queria trabalhar na área correspondente ao seu curso. Trabalhou no 37º Ofício Cível até 2007, exercendo as funções de escrevente, escrevente de sala, escrevente-chefe e oficial maior, quando foi convidada para assumir a direção do 7º Ofício Cível do Foro de Santana, onde está até o presente momento.
        Nesse caminho, viveu algumas mudanças como a passagem do uso da máquina de escrever comum para a elétrica. "Foi uma emoção tão grande. Era leve, tinha corretor de texto, além da velocidade surpreendente. Depois vieram os primeiros computadores (com sistema operacional DOS), cheios de comandos e requeriam estudar apostilas para decorá-los.”
        Rose enfatiza que o teatro a faz tornar uma pessoa melhor e, profissionalmente, ajuda a enxergar as coisas de uma maneira mais clara, além de proporcionar um bem estar que se reflete em todas as áreas.
        Mensagem – a servidora-atriz deixa uma mensagem para quem tem algum sonho e ainda não realizou, seja pelo preconceito em relação à da idade ou falta de outras condições. "Deixo aqui uma mensagem que é um trecho da nossa peça - E tem idade pra ser feliz? Faça o que você tem vontade, desde que não prejudique ninguém, porque essa vida passa muito rápido. Como diz Charles Chaplin: 'A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos'."

        Projeto Jus_Social
– Este texto faz parte do Projeto Jus_Social, implementado em março de 2011. Consiste na publicação no site do TJSP, sempre no primeiro minuto do primeiro dia de cada mês, de um texto diferente do padrão técnico-jurídico-institucional. São histórias de vida, habilidades, curiosidades, exemplos de experiências que pautam as notícias publicadas sobre aqueles que – de alguma forma – realizam atividades que se destacam entre os servidores ou magistrados. Pode ser no esporte, campanhas sociais, no trabalho diário, enfim, qualquer atividade ou ação que o diferencie. Com isso, anônimos ganham vida e são apresentados. Com o projeto "Jus_Social", o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo ganhou o X Prêmio Nacional de Comunicação e Justiça 2012 (categoria Endomarketing).

        Comunicação Social TJSP – LV (texto) / Arquivo Pessoal (fotos)
        imprensatj@tjsp.jus.br


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