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Pirassununga em três em um – título de cidadão, patronato e projeto Arte e Cultura

        Desta vez, o evento foi diferente. Emoção, música e gratidão permearam a cerimônia ocorrida na tarde de ontem (22), no fórum da Comarca de Pirassununga. Numa mesma sessão, o fórum foi denominado “Desembargador Francisco Papaterra Limongi Neto”, o presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, desembargador José Renato Nalini, tornou-se “Cidadão Pirassununguense” e o promotor de Justiça José Carlos Gallucci Thomé e sua esposa Sylvia Thomé inauguraram o Projeto Arte e Cultura no TJ.
        
O que mais tinha de encanto na cerimônia, além da emoção dos que se pronunciaram? A apresentação do Grupo de Violeiros da USP Pirassununga que acompanhou a exibição de um vídeo com o homenageado desembargador Francisco Papaterra Limongi Neto declamando o poema “Violeiro dos Fino” (ver texto ao final).
        
A juíza 2ª vara e juíza diretora do fórum Flavia Pires de Oliveira, que recepcionou os convidados, ao fazer uso da palavra ressaltou a trajetória dos dois homenageados: o patrono da comarca e o presidente do TJSP.
        
Quem o viu ontem a falar sobre seu pai, presenciou um misto de alegria, lágrima e emoção. O procurador de Justiça Mário de Magalhães Papaterra Limongi dirigiu palavras de gratidão ao Tribunal de Justiça e à comarca e não disfarçou o orgulho de filho, que muito aprendeu com o pai. Falou do Francisco pai, poeta e profissional. Citou sua trajetória desde o ingresso no Ministério Público até se tornar desembargador. Disse de suas características humanitárias e das defesas de teses inovadoras e destemidas. Contou de sua paixão pelos textos de Guimarães Rosa. “Foi exemplo de superação. Agarrou-se à vida e, tenho certeza, um dia contrariado e revoltado teve que nos abandonar.”
        
Segundo a prefeita Cristina Aparecida Batista, Pirassununga se sentia “especialmente agradecida e honrada ao homenagear duas grandes figuras da Justiça... Assim o que se destaca na figura dos homenageados, como se percebe, é a presença do humano e da alma, alidada a uma cultura vasta e sólida, erudita e popular, que se fundem e se colocam ao alcance dos jurisdicionados para melhor atender a suas demandas”.
        
Ao presidente da Câmara, Alcimar Siqueira Montalvão, coube conduzir a entrega do título de “Cidadão Pirassununguense”, de autoria do vereador Otacilio José Barreiros, ao presidente Nalini. Ambos os vereadores ressaltaram as qualidades do mais novo filho de Pirassununga e agradeceram o que o Tribunal de Justiça tem feito em prol dos jurisdicionados da comarca, que aguarda com aprovação da PLC 49/14 a elevação à entrância final. Segundo o vereador Otacilio José Barreiros, “a nova classificação permitirá o aporte de mais recursos e consequentemente mais celeridade e eficácia da prestação jurisdicional, com mais funcionários, juízes e varas especializadas”.
        
José Renato Nalini disse que, em 1971, quando ingressou no Minsitério Público, conheceu nomes legendários como o de Francisco Papaterra Limongi Neto. Ao se decidir pela necessidade de denominação nos fóruns que ainda não a tinham, queria que os jovens de hoje soubessem que houve pessoas que muito fizeram pelo Judiciário. “Nossos mortos só morrem de verdade quando nos esquecemos deles. Esse pensamento era constantemente realçado nas discussões da Academia Paulista de Letras por Maria de Lourdes Teixeira, a primeira mulher eleita para frequentar o cenáculo dos imortais bandeirantes.”
        
Sobre a cidade  o presidente assegurou: “Há muita vinculação entre a função da Justiça e do padroeiro de Pirassununga, Bom Jesus dos Aflitos. A aflição é o que faz com que as pessoas procurem o Poder Judiciário, com vistas a atender suas angústias e solver suas atribulações”. Sobre a homenagem, disse estar lisonjeado de pertencer à terra natal de pessoas admiráveis.
        
À cerimônia estiveram presentes os familiares do patrono Márcia Andréa Henriques Limongi (nora), Tiago Henriques Papaterra Limongi (juiz auxiliar da Capital e neto), desembargador Aldo Almeida Prado de Magalhães e Walmira Vieira do Nascimento Magalhães (cunhados); os juízes de Pirassununga Donek Hilsenrath Garcia (1ª Vara) e Jorge Corte Júnior (3ª Vara); a juíza Nélia Aparecida Toledo Azevedo (diretora do fórum de Santa Rita do Passo Quatro); os promotores de Justiça de Pirassununga Luiz Henrique Rodrigues de Almeida, José Carlos Gallucci Thomé e Telma Regina Fernandes Rego Pagoto; a presidente da 9ª Subseção da OAB Pirassununga, Sandra Valéria Vadalá Muller; os vereadores Leonardo Francisco Sampaio de Souza Filho e Luciana Batista; o chefe da Assessoria Policial Militar do TJSP, coronel PM Washington Luiz Gonçalves Pestana; o comandante da Academia da Força Aérea Brasileira, Saulo Valadares do Amaral; o comandante do 13º Regimento de Cavalaria Mecanizado, tenente coronel do Exército Alexandre de Oliveira Moço; o comandante do 3ª Cia do 36º BPM-I, capitão PM Hamilton Cesar Domingues; os delegados de policia de Pirassununga João Pinheiro Neto e Francisco Paulo Oliveira Lima; magistrados, integrantes do Ministério Público, Defensoria Pública, Advocacia, Polícias Civil e Militar, secretários municipais e cidadãos pirassununguenses.   

        Violeiros dos fino

        (De Francisco Papaterra - em Carmela, Assunta & Companhia)

        Se Deus me desse uma chance, de eu trocar de destino,
        Eu queria ser violeiro, 
        É, Mas violeiro dos fino! 
        Desses que toca de ouvido, mas toca musga quarqué, 
        Que quando toca incendeia os coração das muié. 
        Da viola tirar gemido, em rio abaixo, cebolão, 
        Solando Tião Carreiro, Bambico e Gedeão, 
        Sortá o som da dez-cordas, feito o Ivan e o Braz, 
        E compor como Almir Sater, canções à terra e à paz.. 
        E quando a pinga subisse, num pagode bem ponteado, 
        Que ferve o sangue nas veia 
        Desses que dá arrepio 
        E deixa as face vremeia 
        Pagode que num só instante é coisa alegre e tristeza, 
        Que lembra amor dos ardente 
        Mas também lembra frieza. 
        Ah, Se Deus me desse uma chance, de eu trocar de destino! 
        Mas se eu fosse violeiro e violeiro dos fino, 
        É caso de se perguntar, saber do poder divino, 
        Talvez tivesse morrido de morte não naturár 
        Morrido nalgum fandango, de tiro faca o punhár... 
        Ou talvez já nem siquer tocasse, por mor di tanto bebê, 
        As mão não me obedecesse, por mór di tanto tremê, 
        Mesmo assim, às vêiz, eu quero fosse outro meu destino 
        Queria ser violeiro, mas violeiro dos fino.

        Projeto CultivAR – Em todas as solenidades do Judiciário, o presidente da Corte planta uma árvore nativa no fórum em razão do projeto CultivAR, lançado em janeiro pelo TJSP com a finalidade de contribuir para a qualidade de vida nas áreas urbanas e, ao mesmo tempo, estimular o reflorestamento. Em Pirassununga, o presidente Nalini plantou muda de Manacá-da-Serra (Tibouchina mutabilis) – árvore pioneira da Mata Atlântica brasileira.

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        Comunicação Social TJSP – RS (texto) AC (fotos)
        
imprensatj@tjsp.jus.br


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