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‘Agenda 150 Anos’ recorda legado do desembargador Camargo Aranha

        Em novo passo para a preservação da memória oral do Tribunal de Justiça de São Paulo, foi realizada ontem (18) homenagem ao desembargador Adalberto José Queiroz Telles de Camargo Aranha. O evento fez parte do projeto Agenda 150 Anos de Memória Histórica do Tribunal de Justiça Bandeirante.

        Recebeu a incumbência de falar sobre a vida e carreira do homenageado um de seus filhos, o desembargador Adalberto José Queiroz Telles de Camargo Aranha Filho, integrante da 15ª Câmara Criminal do TJSP. “Meu pai não se cansava de contar a alegria de ter sido aprovado em 3º lugar no concurso de ingresso na Magistratura. Dizia, sempre emocionado: ‘filho, eu não tinha condições financeiras para me dedicar exclusivamente aos estudos, precisava trabalhar muito, mas tinha o sonho de ser juiz. Deus me iluminou. Tive uma única chance. Eram três vagas. Fiquei com a última! Honrei a toga que vesti. Dei o meu melhor! Devo tudo que tenho à Magistratura!’”, contou Aranha Filho.

        Adalberto José Queiroz Telles de Camargo Aranha nasceu em São Paulo (SP), no dia 7 de janeiro de 1933. Bacharelou-se em Direito pela Universidade de São Paulo na turma de 1958. Tomou posse no cargo de juiz substituto em 1960, na cidade de Araçatuba.  Nos quase 20 anos seguintes, passou por diversas cidades do Estado, até que, em 1979, foi promovido para o Tribunal de Alçada Criminal, do qual chegou a ser presidente. Em 1983 foi alçado ao posto de desembargador, aposentando-se no ano seguinte. “Integrar a Magistratura de São Paulo, em especial o Tribunal de Alçada Criminal, ‘um Tribunal com alma’, como afirmou na dedicatória de um de seus livros, sempre foi seu orgulho”, afirmou Aranha Filho.

        O homenageado foi professor por quase 50 anos, lecionando nas Faculdades Integradas de Guarulhos, Faculdades Metropolitanas Unidas e na Faculdade de Direito da Universidade Presberitana Mackenzie – onde deu aulas por 30 anos, até pouco antes de falecer, aos 79 anos, em 2012. Também foi autor de diversos livros, como “Dos Recursos no Processo Penal”, “Crimes Contra a Honra” e “Da Prova no Processo Penal”. Em nome de toda a família, o orador agradeceu pela oportunidade. “Por isso estamos aqui reunidos. Para mais uma vez reverenciarmos sua memória e agradecer a ele pelo o quê nos tornamos”.

        Em seguida falou o presidente do TJSP, desembargador José Renato Nalini. Para ele, o projeto Agenda 150 Anos é “uma singela reunião daqueles que veem motivos concretos para reverenciar vultos que fizeram a história deste Tribunal”. “Por aqui passaram pessoas que foram exemplares no cumprimento do dever e, mais do que isso, deixaram sinais luminosos no terreno ético, no terreno cultural, na esfera acadêmica – assim como o desembargador Adalberto José Queiroz Telles de Camargo Aranha”, disse.

        Também prestigiaram a solenidade ocorrida no Salão do Júri do Palácio da Justiça o vice-presidente do TJSP, desembargador Eros Piceli; o presidente da Seção de Direito Privado do TJSP, desembargador Artur Marques da Silva Filho; o presidente da Seção de Direito Público, desembargador Ricardo Mair Anafe; o presidente da Seção de Direito Criminal, desembargador Geraldo Francisco Pinheiro Franco; o juiz assessor e chefe do Gabinete Civil da Presidência do TJSP, Ricardo Felício Scaff; o conselheiro da Associação dos Advogados de São Paulo, Rogério de Menezes Corigliano, representando o presidente; o chefe da Assessoria Policial Militar do TJSP, cel PM Washington Luiz Gonçalves Pestana; o chefe de gabinete da Presidência do TJSP e decano da Academia Paulista de Letras, poeta Paulo Bomfim; os filhos Carlos, Maria Helena, Fernando, Eduardo e Luiz Henrique; noras e netos; desembargadores; juízes; advogados; servidores e amigos. 

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