‘Agenda 150 anos’ reaviva história do juiz Nelson Galvão de França
Com o objetivo de mostrar às atuais gerações que os alicerces do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo repousam “nos ombros de gigantes”, como costuma afirmar o presidente da Corte, desembargador José Renato Nalini, a Agenda 150 Anos de Memória Histórica do Tribunal de Justiça Bandeirante realizou ontem (29) homenagem ao juiz Nelson Galvão de França.
O orador em nome do TJSP foi o desembargador Roberto Galvão de França Carvalho. Ele realizou extensa pesquisa biográfica e colheu depoimentos de contemporâneos do homenageado. Trouxe, inclusive, palavras do ex-secretário de Administração Penitenciária do Estado, juiz Nagashi Furukawa, amigo pessoal e colega de concurso de ingresso na Magistratura: “A judicatura que Nelson exerceu caracterizava-se pela vontade suprema de fazer justiça. Não tinha pressa para solucionar as causas que lhe eram submetidas. Cheguei a presenciá-lo gastando mais de duas horas para ouvir um casal em processo de separação judicial. Não foram poucos os que se reconciliaram ouvindo o juiz Nelson”. Outro entrevistado por Roberto Galvão de Carvalho foi o juiz José Teixeira Júnior, “segundo o qual, Nelson, ‘além de brilhante juiz e bom chefe de família’, destacava-se por uma atuação que sobejava bondade”, afirmou.
“Essa data representa para a família de Nelson Galvão de França um belíssimo capítulo em sua trajetória como magistrado e como a pessoa humana que tantos exemplos nos deixou”, discursou o advogado Nelson Galvão de França Filho, filho do homenageado, que falou em nome dos parentes. Destacou a paciência, o humanismo e a inteligência de seu pai, atributos que possibilitaram ao juiz influenciar positivamente a vida de diversos jurisdicionados. “Causa alegria e intensifica a saudade em nós familiares a aproximação de pessoas que relembram situações em que puderam contar com alguma colaboração, auxílio ou providência, aparentemente sem grande relevância, mas que de fato as marcaram, dez, vinte, trinta anos depois. Num mundo em que prevalecem muitas vezes a omissão e o desinteresse pelas questões alheias, preferia ele agir”, disse França Filho.
O vice-presidente do TJSP, desembargador Eros Piceli, lembrou que conviveu com o homenageado, embora rapidamente, e afirmou: “Sua memória é importante não apenas para nós que o conhecemos, mas para a Justiça”. Segundo Piceli, “a ideia do Tribunal é fazer com que os juízes que deixaram o nome gravado na História sejam reavivados”.
Nelson Galvão de França nasceu em 16 de novembro de 1937, na cidade de Itápolis, São Paulo. Formou-se pela Faculdade de Direito da Pontifícia Universidade Católica de Campinas, turma de 1971. Após o exercício da atividade docente, ingressou na Magistratura paulista em 1978. Atuou em Mogi Mirim, Bragança Paulista, Paraibuna, Atibaia e na Capital. Aposentou-se em agosto de 1993 e faleceu em abril de 2007.
Também prestigiaram a solenidade o presidente da Seção de Direito Criminal do TJSP, desembargador Geraldo Francisco Pinheiro Franco; o presidente da Seção de Direito Público, desembargador Ricardo Mair Anafe; o ex-presidente da Seção de Direito Criminal, desembargador Maurílio Gentil Leite; o juiz assessor da Seção de Direito Privado, Fábio Aguiar Munhoz Soares, representando o presidente; o juiz assessor e chefe do Gabinete Civil da Presidência, Ricardo Felicio Scaff; o chefe de gabinete da Presidência e decano da Academia Paulista de Letras, poeta Paulo Bomfim; a viúva do homenageado, Vera Maria Santos Galvão de França; o filho Adriano Galvão de França; demais desembargadores, juízes, advogados, servidores, familiares e amigos.
Comunicação Social TJSP – GA (texto) / GD (fotos)
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