'Agenda 150 Anos' relembra desembargador Nelson Schiesari
O desembargador Nelson Schiesari, ex-presidente do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo, foi homenageado hoje (11) na Agenda 150 Anos de Memória Histórica do Tribunal Bandeirante. O desembargador Décio de Moura Notarangeli discursou em nome do Tribunal de Justiça.
Notarangeli conviveu com o homenageado, especialmente quando o auxiliou como juiz assessor da Presidência do TRE-SP. “Mais que assessorá-lo, tive a ventura de privar de sua amizade, conhecer a integridade do caráter, o fulgor do intelecto, a solidez das convicções, a retidão de conduta, a humildade da alma e a bondade do coração, valioso atributo na personalidade do juiz”, afirmou.
Nelson Schiesari nasceu em 19 de agosto de 1929, em São Paulo, o 12º filho de casal de imigrantes italianos. Trabalhou desde os 12 anos para arcar com os estudos e foi o primeiro da família a ter acesso a curso superior. Estudou na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco entre os anos de 1952 e 1956 e, após concluir o curso, dedicou-se à Advocacia. Em 1963 ingressou na Procuradoria do Estado, onde “ocupou cargos de grande relevo”, afirmou Notarangeli. Paralelamente, também exerceu a atividade de professor a partir de 1968. Schiesari ingressou na Magistratura pelo critério do 5º Constitucional em outubro de 1980, tomando posse no cargo de juiz do Tribunal de Alçada Criminal de São Paulo.
O homenageado era vice-presidente do Tacrim quando foi promovido ao posto de desembargador do Tribunal de Justiça, em agosto de 1985. Integrou o Órgão Especial e, no final de sua careira, foi presidente do TRE, de fevereiro de 1998 a agosto de 1999, mês de sua aposentadoria compulsória aos 70 anos. Depois disso, Schiesari atuou como conciliador no Fórum de Vargem Grande Paulista e integrou o Movimento Voto Consciente. Faleceu em julho deste ano.
Na Presidência do TRE, supervisionou as eleições gerais de outubro de 1998 para os cargos de presidente, senador, deputado federal, governador e deputado estadual, pleito que mobilizou 23 milhões de eleitores. “Consciente de seu papel à frente do Tribunal, imprimiu novo estilo de administração baseado numa visão moderna, realista e corajosa, revelando grande talento e habilidade de interlocução com os outros poderes, advogados, juízes, servidores, partidos políticos, candidatos e, em especial, com a imprensa”, relembrou Notarangeli.
Em nome da família, discursou a juíza Maria Cecilia Cesar Schiesari, filha do homenageado, que falou sobre o lado pessoal de seu pai, “homem reto, de valores morais rigorosos, que foram a marca de seu trabalho e de sua vida”. Era também marido afetuoso e companheiro dos filhos, “sempre um bom conselheiro para todos nós”, contou a magistrada. “Otimista, acreditou até o fim de seus dias numa sociedade mais fraterna e mais justa e num país sem tantas desigualdades e sem tantas contradições, fazendo-nos compreender que as mazelas que atravessa a sociedade atual constituem uma etapa necessária do seu aprimoramento, sem significar desesperança ou inércia”, contou.
O presidente do TJSP, desembargador José Renato Nalini, conheceu o homenageado. “Um dos privilégios que a carreira nos oferece é conhecer pessoas esplêndidas como o Nelson Schiesari”, disse. O presidente, que conclui sua gestão no final do ano, reafirmou a importância do resgate da memória histórica do Tribunal. “Alguns dos bons momentos da Presidência aconteceram nas oportunidades de rememorar os vultos, as grandes personalidades que nos deixaram exemplos”, declarou.
Participaram da solenidade o presidente eleito do TJSP para o biênio 2016-2017, desembargador Paulo Dimas de Bellis Mascaretti; o vice-presidente do TJSP, desembargador Eros Piceli; o vice-presidente eleito, desembargador Ademir de Carvalho Benedito; o presidente da Seção de Direito Público do TJSP, desembargador Ricardo Mair Anafe; o presidente da Comissão de Resgate da Memória da Ordem dos Advogados do Brasil, José de Ávila Cruz, representando o presidente; a viúva do homenageado, Maria Lúcia Cesar Schiesari; os filhos Maria Beatriz, Nelson, Laura Maria, Maristela e Luis; os genros Wagner, Mike e Georges; as noras Celine e Karina; os netos Marina, Valentina, Lígia, Catarina, Lucas e Ana Luiza; demais desembargadores, juízes, autoridades civis e militares, advogados, amigos e servidores.
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