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Juiz Mariano Cassavia Neto é homenageado no último evento da ‘Agenda 150 anos’ em 2015

        Sob forte emoção, aconteceu ontem (16) a última Agenda 150 Anos de Memória Histórica do Tribunal Bandeirante de 2015, que homenageou o juiz Mariano Cassavia Neto. Nenhum dos magistrados, servidores, familiares e amigos que compareceram à cerimônia deixaram de ser tocados pela saudosa lembrança do juiz que se foi cedo, aos 48 anos, vítima de acidente automobilístico.

        O desembargador Mário Devienne Ferraz, presidente em exercício do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo, foi orador em nome da Corte. Grande amigo do homenageado, chegou a ser padrinho do casamento dele. “Não tive o privilégio de judicar ao lado de Sua Excelência, mas acompanhei de perto seus passos e pude testemunhar seu caráter reto, suas virtudes de homem probo, simples, proficiente, trabalhador, prudente, de notável senso jurídico com que impregnava suas decisões, mormente nas árduas e trabalhosas áreas Criminal e da Infância e da Juventude, que sabidamente exigem muita dedicação, equilíbrio, sensibilidade e ponderação nos julgamentos.”

        O orador deu vida à solenidade ao ler uma carta escrita por Mariano para os integrantes dos Alcoólicos Anônimos de Carapicuíba (o texto pode ser visto no discurso em anexo). Nela, o homenageado demonstra o humanismo de um juiz preocupado com os rumos da sociedade, mas com esperança na luta contra as injustiças.

        Em seguida falou Agnes Maria Hernandez Cassavia, viúva do homenageado. Ela agradeceu em nome da família ao presidente em final de mandato do TJSP, desembargador José Renato Nalini, por “se despedir deixando mais essa marca de carinho e nobreza”.  “Mariano vive em nossas memórias e em nossos corações, nos protege e nos ampara”, completou.

        O presidente da Seção de Direito Público, desembargador Ricardo Mair Anafe, era amigo do homenageado. “Foi uma pessoa muito boa. Em termos de Direito, Mariano se identifica com o Direito romano, que dizia: ‘é a arte do bom e do justo’. Mariano era extremamente bom e extremamente justo”, discursou.

        Mal tomou a palavra, o presidente eleito para o biênio 2016/2017, desembargador Paulo Dimas de Bellis Mascaretti, emocionou-se e não conseguiu conter as lágrimas. Isto porque a situação pela qual passou a família Cassavia lembrou-o de sua própria história, pois perdeu o pai quando tinha apenas 17 anos. “Agnes é uma guerreira, como minha mãe”, disse ele. “Apenas aqueles que passaram por isso sabem como dói a perda. Mas você transforma essa dor em uma força gigante”. Mascaretti testemunhou de perto as dificuldades da família e a fibra de Agnes, pois era integrante da Associação Paulista de Magistrados (Apamagis) na época do trágico acidente. “O Mariano, onde estiver, reconhecerá que tem uma esposa guerreira e filhos fortes, que amam a vida”, elogiou, com a voz embargada.

        O presidente do TJSP, desembargador José Renato Nalini, afirmou que é um bom sinal a emoção demonstrada pelo próximo presidente. “Precisamos de mais sentimentos e menos teoria”, declarou. Ele próprio sofreu perdas na família e, assim, pôde afirmar com segurança: “Só o amor da mãe faz com que essas situações sejam superadas.”

        Mariano Cassavia Neto nasceu em 12 de novembro de 1957, na cidade de Rio Claro (SP). Bacharelou-se em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito da Universidade Católica de Campinas, na turma de 1981. Recém-formado, passou a advogar em Rio Claro, até que em 1986 ingressou na Magistratura. Foi nomeado juiz substituto da então 34ª Circunscrição Judiciária, com sede em Piracicaba. Nos anos seguintes judicou nas comarcas de General Salgado, Itapevi, Cotia, Barueri e Capital.

        “Em todas as Comarcas pelas quais passou, o juiz Mariano Cassavia Neto granjeou simpatia e admiração dos colegas, dos servidores e dos jurisdicionados, que certamente nele viram o juiz humano, culto e interessado na busca da verdade e na solução dos conflitos que lhe eram postos para julgamento”, afirmou o desembargador Devienne Ferraz. O homenageado faleceu em 30 de julho de 2006, quando voltava de carro do interior para a Capital após ter passado a noite no hospital onde seu pai estava internado.

        Compareceram à solenidade o desembargador Fernando Antonio Torres Garcia, representando o presidente da Seção de Direito Criminal do TJSP; a juíza Claudia Lucia Fonseca Fanucchi; os juízes assessores da Presidência Ricardo Felicio Scaff e Maria de Fatima Pereira da Costa e Silva; o presidente da Comissão de Resgate da Memória da Ordem dos Advogados de São Paulo, José de Ávila Cruz, representando o presidente da OAB-São Paulo; o chefe da Assessoria Policial Militar do TJSP, coronel PM Washington Luiz Gonçalves Pestana; a irmã do homenageado, Gilberta Cassavia; os filhos Giovana, Marcello e Bruno; demais desembargadores, juízes, familiares, amigos e servidores.
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Comunicação Social TJSP – GA (texto) / AC (fotos)
        
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