Há um século, Palácio da Justiça começava a ser construído
Edifício foi projetado por Ramos de Azevedo.
Há exatos 100 anos, no dia 24 de fevereiro de 1920, era lançada, no quadrilátero formado pelas ruas Onze de Agosto, Praça Doutor João Mendes (antiga Rua do Teatro), Anita Garibaldi e Travessa do Quartel, a pedra fundamental do Palácio da Justiça. O evento marcou o início da construção de um dos ícones arquitetônicos da cidade de São Paulo.
Criado para ser a sede do Poder Judiciário paulista, o Palácio da Justiça acompanhou e fez parte de todo o processo de desenvolvimento urbano da cidade de São Paulo, patrocinado pela riqueza gerada pela industrialização e pelo café. O escritório do arquiteto Ramos de Azevedo, responsável por grandes projetos da cidade - como o Teatro Municipal, Mercado Central, Escola Estadual Caetano de Campos, Palácio das Indústrias e a Pinacoteca do Estado – , foi o escolhido para concretizar o desejo de erguer um edifício que fosse compatível com a Justiça bandeirante. Ramos de Azevedo foi responsável, também, pela decoração do prédio.
Inspirado no Palácio da Justiça de Roma, o edifício paulista combina ornamentações neoclássicas e barrocas numa construção de mais 42.000m2, revestida em mármore de Carrara, mármore português e granito rosa. No interior do prédio foram utilizados diversos tipos de madeiras de lei, as quais a madeira de Jacarandá, presente no Salão do Júri, que até 1988 recebeu casos de grande repercussão como os julgamentos do Cabo Bruno, Lindomar Castilho, Osmani Ramos e Chico Picadinho. No hall de entrada, denominado Salão dos Passos Perdidos – onde o público permanecia à espera do final dos julgamentos - 16 colunas de granito vermelho, de 15 toneladas cada, permeiam o espaço revestido em mármore chiampo.
O Liceu de Artes e Ofícios, antiga escola técnica e de belas-artes de São Paulo, deixou o seu legado artístico no Palácio da Justiça no trabalho feito em madeira de lei brasileira, incluindo o mobiliário, e no trabalho feito em bronze, notadamente os lustres do prédio. A Casa Conrado, o primeiro atelier de vitrais do Brasil, comandada por Conrado Sorgenicht Filho, confeccionou os vitrais que adornam o Salão do Júri, o Salão Nobre e outras salas do prédio.
No lançamento da pedra fundamental estiveram presentes autoridades federais, estaduais e municipais, entre elas o presidente do TJ na época, desembargador Francisco da Silva Saldanha, e o governador de São Paulo, Altino Arantes Marques. A colher de pedreiro que assentou a pedra fundamental, oferecida ao presidente Saldanha, atualmente faz parte do acervo do Museu do Tribunal de Justiça em exposição na Sala Advogado José Adriano Marrey Júnior, no 4ª andar do Palácio da Justiça. Nela, estão os dizeres “o Governador de São Paulo inaugura para o serviço da Justiça na terra Paulista as obras deste Palácio em 24 de fevereiro de 1920”.
A primeira inauguração do Palácio ocorreu em 1933 com a conclusão parcial das obras. Em 25 de janeiro de 1942, no aniversário de 388 anos de São Paulo, o Palácio da Justiça foi inaugurado oficialmente. Em 1981, o prédio foi tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico (Condephaat) e até hoje é considerado monumento histórico de valor arquitetônico e interesse cultural, estudado por arquitetos e cenário de séries e filmes.
Visite o Palácio – O Tribunal disponibiliza ao público visitas guiadas e monitoras, que acontecem de forma gratuita. É possível conhecer um pouco da história do Judiciário paulista por meio de palestras e visitação aos espaços do prédio. Saiba mais na página das visitas.
Comunicação Social TJSP – AA (texto) / AC (fotos)
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