Documento chama à reflexão sobre adoção
Representantes do Poder Judiciário, Ministério Público, OAB, Prefeitura de Jaboticabal, empresas de comunicação e entidades da sociedade civil da região divulgaram um abaixo assinado para propor uma reflexão em relação à abordagem do tema e utilização da palavra 'adoção'.
O objetivo é utilizar os meios de comunicação de massa como um instrumento para influir positivamente visando uma mudança nas estatísticas que expõem as dificuldades do Brasil em construir a cultura da adoção.
De acordo com estatísticas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), no Brasil, a maioria das crianças aptas a serem adotadas tem mais de sete anos; no entanto, a maior parte das pessoas inscritas no cadastro de pretendentes à adoção preferem crianças entre um e dois anos de idade. Portanto, é urgente que se esclareça alguns mitos e fantasias que cercam a adoção de crianças maiores (acima de três ou quatro anos) ou adolescentes. Isso porque muita gente pensa – erroneamente, diga-se de passagem – que a criança mais velha traz consigo herança de comportamentos negativos ou desastrosos de seus pais biológicos, associando-as, por exemplo, à drogadição, criminalidade e violência.
É nesse sentido que as empresas de comunicação de massa podem colaborar positivamente, fazendo com que a palavra 'adoção' ou o termo 'filho adotivo' sejam empregados com o devido cuidado, evitando que sejam utilizadas de forma pejorativa no noticiário.
O abaixo-assinado termina chamando à reflexão: a palavra adoção deve ter seu significado reconstruído dentro de cada um de nós, dando a ela simplesmente o significado de pais e filhos tão somente, já que tal relação independe de consanguinidade. Da mesma forma o termo 'filho adotivo', deve ser entendido apenas como filho, até porque o art. 47, § 4º do Estatuto de Criança e do Adolescente não observa o vínculo adotivo na nova certidão de nascimento.
Assinaram o documento, entre outros, o prefeito de Jaboticabal, a presidente do Fundo Social do Município, psicólogos e assistentes sociais judiciários, o juiz da Vara da Infância e da Juventude de Jaboticabal, médicos e representantes da sociedade civil e de empresas de comunicação das cidades de Jaboticabal, Taiaçu, Taiúva e Barrinha.
Comunicação Social TJSP – RP (texto) / DS (foto ilustrativa)