Desembargador Alves Bevilacqua se despede da magistratura

        O paulistano Francisco Roberto Alves Bevilacqua, quando ingressou na magistratura paulista, não imaginou que por ocasião de sua aposentadoria receberia tantas homenagens. A primeira delas, na última sexta-feira (26), foi durante a reunião do Conselho Superior da Magistratura (CSM), que integra na condição de decano. Discreto e dono de poder de síntese, agradeceu os desembargadores Ivan Sartori, José Gaspar Gonzaga Franceschini, José Renato Nalini, Samuel Alves de Melo Júnior, Antonio José Silveira Paulilo e Antonio Carlos Tristão Ribeiro. “Estou imensamente feliz. Senti um prazer imenso quando decidi ser juiz e esse prazer só aumentou com o correr do tempo. Não sei administrar, por isso nunca me candidatei a nenhum cargo, mas espero ter ajudado este Tribunal a se engrandecer.” Ao término, foi aplaudido. O corregedor-geral da Justiça, José Renato Nalini, disse ser a primeira vez que via e ouvia palmas em uma sessão do CSM.

        As homenagens prosseguiram ao longo desta semana. Na segunda-feira (29), na Câmara Especial, o vice-presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, José Gaspar Gonzaga Franceschini, expressou sua admiração ao homenageado. “Realmente um magistrado modelo, equilibrado, ponderado, muito objetivo em suas decisões”, afirmou.

        Os presidentes das Seções de Direito Privado, Público e Criminal, desembargadores Silveira Paulilo, Samuel Alves de Melo Júnior e Tristão Ribeiro, respectivamente, destacaram traços marcantes da personalidade de Alves Bevilacqua. “Ele deixa um exemplo de honradez, trabalho e dignidade”, disse Silveira Paulilo. Samuel Alves de Melo Júnior afirmou que, em seus 30 anos de magistratura, nunca teve a oportunidade de conhecer um magistrado que tivesse tamanha capacidade de síntese. Tristão Ribeiro destacou que sua admiração por Bevilacqua só aumentou com a convivência.

        Familiares do homenageado também fizeram uso da palavra. O genro Airton Vieira, juiz assessor da Corregedoria Geral da Justiça, falou sobre a nova fase da vida do desembargador. “O senhor soube semear, soube plantar e agora está em vias de colher, definitivamente, tudo o que de bom semeou e plantou. Estes são dias de alegria, porque poucos chegam a esta idade e podem orgulhar-se do passado.”

        A filha Claudia Caputo Bevilacqua Vieira, juíza da 11ª Vara da Família e Sucessões do Foro Central, agradeceu o pai pelos conselhos, ensinamentos e ajuda nos momentos mais importantes de sua vida.  O filho de criação José Ivo Alves de Almeida contou que ficou órfão e foi acolhido pelo desembargador. “Hoje sou responsável por uma Organização Não Governamental que ajuda outras famílias da mesma forma que ele me ajudou. Vejo nele o exemplo de um verdadeiro pai”, frisou.

        O desembargador Alves Bevilacqua recebeu também homenagens dos juízes integrantes da Câmara Especial: Roberto Caruso Costabile e Solimene, Claúdia Grieco Tabosa Pessoa, Claudia Lúcia Fonseca Fanucchi, Marcelo Coutinho Gordo, Adalberto José Queiroz Telles de Camargo Aranha Filho, além do representante do Ministério Público, procurador de Justiça Paulo Sérgio Puerta dos Santos.

        Emocionado, o desembargador Alves Bevilacqua agradeceu as manifestações carinhosas dos colegas e familiares e a presença e dedicação dos funcionários que trabalham em seu gabinete e no decanato. Sobre a Câmara Especial, afirmou: “é especial, especialíssima, pois possui a condução segura do nosso maestro Gonzaga Franceschini, que com sua simplicidade e afabilidade consegue nos reunir à sua volta”, disse.

        O decano foi homenageado, ainda, na terça-feira (30) em sua última sessão na 2ª Câmara de Direito Público. O presidente da Câmara, desembargador Renato Delbianco, falou sobre o colega. “Uma pessoa pela qual temos um imenso carinho. Um grande juiz, um grande conhecedor do Direito.” Alves Bevilacqua foi saudado também pelos magistrados Edson Ferreira da Silva, Vera Lúcia Angrisani, Henrique Nelson Calandra, Antonio Carlos Malheiros, José Luiz Germano e Claudio Augusto Pedrassi. Todos ressaltaram suas qualidades: serenidade, cordialidade, tranquilidade, gentileza e amizade.

        Nelson Calandra, amigo de longa data do homenageado, definiu-o como um mestre na fidalguia, na educação, na profundidade de suas considerações. O desembargador Malheiros destacou ser uma feliz coincidência estar auxiliando a 2ª Câmara na última sessão do colega. “Nossa ligação é genética, porque meu pai já era um grande amigo do seu pai”, contou. “Eu o conheço desde quando você era um dos melhores juízes de Família, e eu, um advogado, que, já naquela época, aprendia contigo.”

Alves Bevilacqua agradeceu por ter participado da 2ª Câmara. “Por aqui passaram juízes das mais diferentes origens. O aprendizado foi grande e continua sendo, pois os colegas tem uma grande bagagem”, declarou.

        O encerramento da semana de homenagens ocorreu na tarde de hoje (31), na sessão do Órgão Especial.  “Vossa Excelência é um exemplo de magistrado. Um homem probo, culto, de conduta sem jaça. São mais de 40 anos na magistratura, dedicados a fazer justiça. Todos nós do Tribunal de Justiça continuaremos a seguir seu exemplo”, afirmou o presidente do TJSP, desembargador Ivan Sartori.

        Também fizeram uso da palavra os desembargadores Carlos Eduardo Cauduro Padin, Paulo Dimas de Bellis Mascaretti, José Renato Nalini, Antonio Carlos Malheiros, Luis Antonio Ganzerla e Hamilton Elliot Akel, e o procurador de Justiça Motauri Ciocchetti de Souza. Todos destacaram sua admiração pelo homenageado e afirmaram ser um juiz brilhante, possuidor de imensa capacidade jurídica e um ser humano gentil, ponderado e humilde.

        Alves Bevilacqua declarou que haverá um vazio após 43 anos de magistratura. E referiu-se ao Órgão Especial: “palco de elevadíssimas discussões jurídicas, debates acirrados, ocasiões em que pude auferir lições importantíssimas para minha vida e para o meu conhecimento”. O decano também falou de sua realização profissional. “Procurei, no meu mutismo habitual, apenas escutar para aprender. Estou alegre por ter obtido a aprovação dessa rigorosíssima banca examinadora [referindo-se ao Órgão Especial] e estou realizado profissionalmente. Espero que vocês se lembrem condescendentemente de mim”, concluiu.

        Também estiveram presentes à homenagem na sessão do Órgão Especial os desembargadores Gonzaga Franceschini, Sérgio Jacintho Guerrieri Rezende, José Carlos Gonçalves Xavier de Aquino, Antonio Luiz Pires Neto, Antonio Vilenilson Vilar Feitosa, Fernando Antonio Ferreira Rodrigues, Péricles de Toledo Piza Júnior, Roberto Nussinkis Mac Cracken, Kioitsi Chicuta, Enio Santarelli Zuliani, Luis Soares de Mello Neto, Paulo Roberto Grava Brazil, Itamar Gaino e Vanderci Álvares.

        
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