TJSP e Casa Guilherme de Almeida promovem evento sobre Modernismo
O Tribunal de Justiça de São Paulo, em parceria com a Casa Guilherme de Almeida (CGA) – Centro de Estudos de Tradução Literária –, apresentou ontem (6) a palestra-recital 'Revelação do Brasil pela Poesia Moderna', em mais uma etapa do projeto Arte e Cultura no TJ. O evento aconteceu no Palacete Conde de Sarzedas, sede do Museu do Tribunal.
A palestra ficou a cargo do diretor da CGA, Marcelo Tápia. Poeta, tradutor e ensaísta, ele iniciou a exposição com a apresentação do espaço cultural que dirige. “O objetivo da Casa Guilherme de Almeida é revitalizar o interesse pela obra desse autor, que ficou durante muito tempo esquecido como poeta, e particularmente, como poeta modernista”, afirmou.
O professor explicou que Guilherme de Almeida teve participação ativa no Modernismo. “Vou me valer aqui de uma palestra que ele fez para divulgar o movimento modernista, na qual abordou pontos importantes do mesmo, que ainda possui efeitos sobre a nossa arte e sobre a nossa literatura até os dias de hoje.”
Tápia fez considerações sobre o Parnasianismo e o Simbolismo (movimentos que antecederam o Modernismo) e a exposição de Anita Malfatti de 1917, objeto de duras críticas de Monteiro Lobato e cuja repercussão motivou artistas, como Mário de Andrade e Oswald de Andrade, a saírem em defesa da pintora e a articularem a Semana de Arte Moderna de 1922.
A Semana foi o marco da vontade de mudança pleiteada pelos artistas que dela participaram. “Todas as transformações ocorridas em nossa cultura se originaram na Semana de Arte Moderna de 22”, definiu o palestrante.
“Vivemos hoje uma grande diversidade no campo da literatura e da poesia. Essa diversidade não existiria sem essa pedra fundamental que foi a ação modernista, no sentido de ultrapassar limites, de criar uma linguagem que fosse relacionada com a nossa cultura e que, no dizer de Oswald de Andrade, deglutisse as influências estrangeiras, as transformasse.”
A revista Klaxon, o texto modernista de Mário de Andrade intitulado ‘O Hino do Grupo do Gambá’ e a música homônima de Villa-Lobos composta a partir do poema “Desejo”, de Guilherme de Almeida, também foram discutidos.
A desembargadora do TJSP Christine Santini, servidores do Tribunal e interessados também prestigiaram a palestra-recital.
Comunicação Social TJSP – VG (texto) / RL (fotos)
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