Presidente do STF e do CNJ encerra o I Fórum Nacional de Mediação e Conciliação
Foi
concluído hoje (10), na Escola Paulista da Magistratura (EPM), o I Fórum
Nacional de Mediação e Conciliação (Fonamec), promovido pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, em parceria com
a EPM e o Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos
(Nupemec). A palestra de encerramento foi proferida pelo ministro
Enrique Ricardo Lewandowski, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do
Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
A mesa de
trabalhos teve a participação dos desembargadores José Roberto Neves
Amorim, presidente do Fonamec e
coordenador do Nupemec; e José Carlos Ferreira Alves, vice-coordenador do
Nupemec; e dos juízes Hildebrando da Costa Marques (TJMT), vice-presidente do
Fonamec; André Gomma de Azevedo, assessor da presidência do Supremo Tribunal
Federal (STF); e Ricardo Pereira Júnior, coordenador do Cejusc Central.
O
desembargador Neves Amorim agradeceu o apoio do CNJ, da Presidência do TJSP e
da direção da EPM e a todos os envolvidos na realização do Fórum e lembrou que ele
nasceu por ocasião de uma reunião do CNJ, realizada no ano passado, para
discussão das novas obrigações impostas aos tribunais e aos núcleos permanentes
pelo novo Código de Processo Civil. “O novo CPC trará mudanças significativas
no sistema de conciliação e mediação até então realizado com base apenas na
Resolução 125 do CNJ”. Ele saudou a presença do presidente do STF e do CNJ no
evento e destacou seu apoio aos métodos consensuais, desde o seu discurso de
posse. “A participação do chefe do Judiciário brasileiro neste evento muito nos
honra e representa um estímulo enorme para todos nós, porque demonstra que
estamos no caminho certo”, ressaltou.
Neves
Amorim acrescentou que, durante os dois dias de debates, foi constatado o
sucesso da política pública de Justiça dos métodos consensuais e seu alcance
social. “Temos uma visão de que a mediação e a conciliação vão ultrapassar o
âmbito do Judiciário e estamos procurando preparar os integrantes do Poder
Público em geral, bem como prepostos das instituições que nos procuram, para
que possam minimizar os conflitos onde quer que estejam, sem a necessidade
sequer de chegarem aos Cejuscs ou serem judicializados”, frisou.
O ministro Lewandowski cumprimentou a todos,
salientando a importância do evento para o Judiciário nacional. Ele recordou
que, ao assumir a presidência do STF e do CNJ, deparou-se com dois problemas
aparentemente insuperáveis: a superlotação do sistema carcerário e a explosão
de litigiosidade, com a instalação, no Brasil, de uma situação de conflito. Nesse
contexto, frisou que os participantes do Fórum estão prestando um relevante
serviço que não se restringe ao Judiciário, mas contribui para o avanço social.
“A mediação e a conciliação são importantes não apenas para resolver o problema
da progressão geométrica dos feitos em tramitação, mas também porque são
mecanismos de pacificação social e podem contribuir para alcançarmos condições
mais harmônicas de convivência, possibilitando o salto qualitativo para o
futuro que o Brasil merece”.
Nesse sentido, o ministro lembrou que a
Constituição Federal de 1988 introduziu um novo elemento na democracia, que passou
a ser participativa e não apenas representativa, e ponderou que a mediação e a
conciliação significam, na essência, a participação do povo na solução dos próprios
conflitos, porque o Estado não tem condições de solucioná-los por si só. “Essa
associação da cidadania com o Estado, da sociedade civil com o governo é
fundamental, e a iniciativa dos Cejuscs irá se disseminar na sociedade,
conforme demonstrado nesse evento”, concluiu, parabenizando a todos e augurando
muito sucesso para os trabalhos do Fórum.
Evento
O Fonamec
reuniu, durante dois dias, presidentes e representantes dos Tribunais de
Justiça dos Estados, magistrados dirigentes dos centros de conciliação,
coordenadores dos núcleos permanentes, promotores de Justiça, defensores
públicos e advogados.
A
programação teve início ontem (9), com a palestra do presidente do TJSP,
desembargador José Renato Nalini, que discorreu sobre o tema Visão geral da
conciliação e mediação. Na sequência, foram realizadas as palestras Parâmetros
da remuneração dos conciliadores/mediadores diante do novo Código de Processo
Civil, ministrada pelo conselheiro do CNJ Emmanoel Pereira; Estruturação
e produtividade, com o juiz Ricardo Pereira Júnior; Atuação dos Cejuscs
nos conflitos envolvendo a administração pública, proferida pelo juiz Hildebrando da Costa Marques; e Desafios
gerenciais de Cejuscs diante do novo CPC, apresentada pelo juiz André Gomma
de Azevedo. Concluindo as atividades do dia, foram discutidos o estatuto do fórum
e os enunciados do encontro, que em breve serão divulgados.
Nesta sexta-feira, participaram como expositores a sócia fundadora da empresa
ITKOS – Mediação Inteligente, Sandra Assali, que discorreu sobre o tema Mediação on line; o secretário nacional da Reforma do Judiciário, Flávio
Crocce Caetano, que falou sobre O papel
da Secretaria de Reforma do Judiciário na mediação; a vice-presidente
do Banco Itaú, Claudia Politanski, com o tema Mediação como forma de ampliar o
acesso à Justiça; a
defensora Laís Rabello Zaros, que palestrou sobre Mediação e conciliação
na Defensoria Pública: desafios e conquistas; o juiz do TJRS Marcelo Malizia Cabral,
coordenador do Cejusc da comarca de Pelotas, que falou sobre Os Cejuscs como novos paradigmas na
prevenção e no tratamento de conflitos e na construção da paz social; e a
juíza do TJSP Vanessa
Aufiero da Rocha, coordenadora do Cejusc de São Vicente, que ministrou a
palestra Oficinas de
parentalidade.
Comunicação Social TJSP –
MA (texto e fotos)
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