A "Sala Advogado José Adriano Marrey Júnior", conhecida como “Salão da Biblioteca” e que está entre as mais bonitas do Palácio da Justiça, foi reinaugurada hoje (24) em cerimônia que contou a presença de integrantes do Conselho Superior da Magistratura, muitos desembargadores, juízes e servidores. O espaço passou por um longo restauro – ficou fechado por cerca de sete anos – e foi totalmente recuperado, mantendo-se a riqueza de detalhes das pinturas nas paredes, os belos vitrais e revestimentos de madeira.
        No local funcionava, até a década de 80, o 2º Tribunal do Júri de São Paulo. Após transferência da unidade para o Foro Regional de Santana, a sala passou a abrigar a Biblioteca do TJSP, que hoje está no edifício Gade MMDC e se chama “Biblioteca Desembargador Marcos Nogueira Garcez”. Como o Palácio da Justiça já não comporta o imenso acervo, uma parte dos livros – obras mais antigas e raras – ficarão no  Salão para exposição. Está aberto para visitação das 13 às 18 horas, localizado no quarto andar do Palácio da Justiça. 
        Para a desembargadora Maria Lúcia Ribeiro de Castro Pizzotti Mendes, que coordena a Comissão de Restauração do Palácio da Justiça, a sala é bastante emblemática, pois muitos magistrados, promotores e advogados utilizaram o local para estudos, especialmente aqueles que se preparavam para concursos públicos. “Fico muito feliz que a reinauguração tenha ocorrido na Presidência do desembargador José Renato Nalini, um homem que valoriza como ninguém a história e a cultura. Essa data é um marco para perpetuar a história do Poder Judiciário e de São Paulo”, disse na solenidade. 
        O supervisor da Biblioteca do TJSP, desembargador Ricardo Henry Marques Dip, também agradeceu ao presidente pela reabertura do espaço e destacou a importância do setor para as atividades do Tribunal, por oferecer aos magistrados e servidores uma alternativa ao uso exclusivo da jurisprudência pretoriana como fonte de pesquisa. “A reinauguração da Biblioteca tem um significado metafórico: de que estamos recuperando a doutrina, para que os mais novos tenham a possibilidade de escolher outras fontes”, disse. 
        O presidente do TJSP, desembargador José Renato Nalini, parabenizou a todos que colaboraram para a concretização do trabalho. “A biblioteca é um organismo vivo, um lugar onde nos renovamos”. E concordou com o pronunciamento do desembargador Ricardo Dip: “Não precisamos obedecer cegamente à jurisprudência. Podemos, talvez, procurar naqueles doutos que nos antecederam, na sólida doutrina, inspiração para que possamos fazer com que a Justiça de São Paulo seja cada vez mais humana e mais justa”. 
        Prestigiaram o evento o vice-presidente do TJSP, desembargador Eros Piceli; o presidente da Seção de Direito Criminal do TJSP, desembargador Geraldo Francisco Pinheiro Franco; o presidente da Seção de Direito Público, desembargador  Ricardo Mair Anafe; o presidente da Seção de Direito Privado, desembargador Artur Marques da Silva Filho; o vice-diretor em exercício da Escola Paulista da Magistratura e membro do Conselho Consultivo e de Programas, desembargador Itamar Gaino, representando o diretor; a coordenadora auxiliar do Núcleo Especializado de Segunda Instância e Tribunais Superiores da Defensoria Pública de São Paulo, Stéfanie Kornreich, representando o defensor-público geral, desembargadores; o advogado João Ibaxe Junior, representando o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção São Paulo; magistrados e servidores.    

        Palácio da Justiça – a construção é um projeto do escritório do arquiteto Ramos de Azevedo, da década de 30. A decoração é inspirada na cultura grega clássica e inclui vitrais de autoria de Conrado Sergenicht Filho. Suas pinturas foram confeccionadas por artesãos italianos sob orientação do pintor Antonio Venccittore. Considerado monumento histórico de valor arquitetônico e interesse cultural, foi tombado pelo Condephaat em dezembro de 1981.   

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