SAS inicia ciclo de palestras sobre assédio moral
A Secretaria da Área da Saúde (SAS) do Tribunal de Justiça de São Paulo iniciou hoje (2) mais uma edição do Programa Cuide de Sua Mente com o ciclo de palestras Assédio Moral no Âmbito do Serviço Público, no Fórum João Mendes Júnior. O evento contou com o apoio da Escola Judicial dos Servidores (EJUS), da Coordenadoria de Apoio aos Servidores (Caps) e do Serviço Psicossocial Clínico.
O presidente da Corte, desembargador Paulo Dimas de Bellis Mascaretti, explicou que é preciso preservar um ambiente de trabalho adequado em que todos se respeitam e estejam direcionados a um objetivo comum. “É importante desenvolver uma política de respeito, de harmonia e de amor pelo que fazem e aos companheiros de trabalho. Temos procurado desenvolver várias frentes, sempre com a ideia de valorizar e qualificar melhor nossos servidores. É um trabalho constante e quero agradecer o comprometimento e apoio de todos. Vamos continuar unidos, emanados para produzir o melhor, com a mesma finalidade, a de prestar melhor Justiça – tão almejada e necessária para a nossa sociedade.”
Primeira palestrante do ciclo, a psicóloga clínica Leila Josefina Rodrigues Viana afirmou que, como a característica principal do assédio moral é a repetição, somente depois de ser regularmente acuada é que a vítima percebe que os ataques multiplicaram-se e seu estado de fragilidade torna mais difícil sua reação. “Essas agressões geralmente não são infligidas diretamente, mas são constantes o suficiente para provocar uma queda da autoestima da vítima, que se sente humilhada e marcada. Quanto mais isolada, mas frágil e atacada”, explicou.
Ela também pontuou que o assédio moral no ambiente corporativo leva à destruição das redes de comunicação, o que perturba o exercício do trabalho e viola os direitos fundamentais como saúde, trabalho, dignidade, igualdade e integridade pessoal. “As humilhações repetitivas e sistemáticas, em ambiente constrangedor e de certas exigências, atuam no organismo, alterando a fisiologia, desequilibrando a bioquímica, modificando o comportamento nas relações sociais, deixando marcas e sequelas que se prolongam no tempo.”
Ainda de acordo com ela, nem todas as pessoas que se dizem assediadas o são de fato – por isso a importância da cautela na avaliação – e que as instituições são espaços férteis para o surgimento do assédio moral. “O Tribunal tem lançado iniciativas no combate ao problema, como a criação de canais como o Fale com o Presidente, Instituto de Remoção, Caps, Mensagem do Presidente – Conexão Justiça, e o Serviço Psicossocial Clínico, dando voz à vítima frente à queixa de assédio”, finalizou.
Ao final, o desembargador responsável pela Caps, Antonio Carlos Malheiros, esclareceu, juntamente com a palestrante, dúvidas dos participantes sobre o assunto. Leila Josefina Rodrigues Viana recebeu um certificado de participação pela palestra, acompanhada por 181 servidores e magistrados na Capital e transmitida pela internet para outros 561 inscritos no interior do Estado. O secretário da Área da Saúde, Tarcísio dos Santos, também compôs a mesa dos trabalhos.
Os próximos encontros do ciclo de palestras estão marcados para os dias 9 e 16/9, com os convidados Roberto Vieira de Almeida Rezende (juiz do tribunal Regional do Trabalho) e José Roberto Montes Heloani (doutor em psicologia).
Comunicação Social TJSP – AG (texto) / RL (fotos)
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