O  presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, Roberto Antonio Vallim Bellocchi, acompanhado pela juíza assessora da Presidência, Ana Amazonas  visitaram hoje (13/11) a aldeia  Tenonde Porã, em Parelheiros. Eles foram recebidos na Casa de Reza  pelo cacique Timóteo Vera Potygua da Silva e a comunidade indígena, como também  pelos funcionários  da Funai. 
        Na cerimônia de  recepção, denominada de nheyxyrô na língua Guarani, crianças do Coral Memória Viva Guarani  cantaram  e dançaram  uma música de agradecimento. O cacique agradeceu a presença de Vallim Bellocchi e frisou ser a primeira vez que um presidente de Tribunal vai à Tenonde Porã. Timóteo ressaltou que embora a aldeia esteja bem perto da  metrópole, seus moradores  mantêm a cultura, religião e costumes. Ele falou ainda da necessidade de ter uma  área maior  para a comunidade viver, pois são 127 famílias, quase mil pessoas vivendo em 26 hectares de terra. 
        O presidente recebeu de duas crianças um tacape. “O presente é um símbolo de respeito à autoridade, uma forma de receber o visitante, mesmo que não seja um Guarani. A dança e o canto também são formas de mostrar  a cultura local”,  salientou o cacique. 
        Na continuidade, Vallim Bellocchi  falou que pertence à 6ª geração da tribo Guaianases, do cacique Tibiriçá, que teve grande participação na fundação da cidade de São Paulo. O presidente do TJSP disse, ainda,  que sempre acompanhou as causas indígenas  e recordou momentos de convívio com tribos durante sua vida. 
        Bellocchi  afirmou que os indígenas  têm uma  grande capacidade compreensão e  evolução, mas a legislação os tratam de forma diferenciada. “Isso precisa acabar”, reforçou o presidente e assegurou: “o Judiciário poderá em parceria com a Funai  contribuir com as causas indígenas”. “O Tribunal de Justiça homenageia a tribo Guarani, à Funai e a todos que de uma maneira ou de outra possam ajudar esse povo”, concluiu. 
        Em seguida, o pajé Laurindo fez uma oração  pedindo ao deus Tupã que protegesse todos contra o mal e abençoasse o trabalho, agradecendo  a visita.  Depois Vallim Bellocchi conheceu   os trabalhos  artesanais confeccionados  pelos  artesãos da aldeia e o Centro Educacional Cultural Indígena.   O cacique Timóteo e os funcionários da Funai, Maria Lúcia Brant de Carvalho, Amauri Viera, Gilberto Abreu Amaral, Flávio Luis Gorni e Marcos Cantuária  explicaram  sobre a cultura indígena.