Magistrados recebem especialistas americanos e debatem estudo sobre institucionalização de crianças

Professores mostraram os impactos da vivência longe da família.

        Na manhã desta quinta-feira (26), juízes assessores da Corregedoria Geral da Justiça (CGJ) e das Varas da Infância e da Juventude do TJSP reuniram-se com os professores Nathan Fox (Desenvolvimento Infantil na Universidade de Maryland) e Charles Nelson (Pediatria em Harvard), no gabinete da Corregedoria. Eles apresentaram projeto desenvolvido com crianças romenas institucionalizadas, debateram os efeitos sobre o desenvolvimento infantil e a possibilidade de realizarem estudos parecidos aqui no Brasil.
        
Nathan Fox falou sobre estudo que estão conduzindo em Bucareste (Romênia) e afirmou que a longa permanência em instituições, adoção tardia ou falta de cuidados podem acarretar baixo desenvolvimento de QI, déficit de aprendizado, atenção e dificuldades de integração. “Essas crianças criadas em instituições são privadas de experiências-chave para o desenvolvimento. Constatamos que, se colocadas em lares adotivos antes dos dois anos, em média, elas conseguem se desenvolver plenamente. Para as mais velhas, não houve melhora, elas estão semelhantes às que ficaram nas instituições.”
        
Para Charles Nelson, o estudo mostrou que mesmo as crianças que vivem nos melhores abrigos não têm o desenvolvimento da atividade cerebral que poderiam ter se estivessem vivendo com suas famílias. “É importante fazer o processo de reabilitação da família, desde que não haja risco para essas crianças. Queremos apresentar dados sólidos para que vocês tomem decisões, como juízes e legisladores. Queremos aprofundar esse assunto”, concluiu.
        
O juiz assessor da Corregedoria Marco Fábio Morsello – que na ocasião representou o corregedor-geral da Justiça, desembargador Manoel de Queiroz Pereira Calças – colocou a TJSP à disposição para colaborar com os estudiosos da melhor possível. “Também estamos fortemente envolvidos com programas de acolhimento e com a importância da primeira infância. Parabéns pelos esforços, desejo boa sorte a todos. Vocês têm total apoio institucional”, finalizou.
        
Ao final da troca de experiências, os convidados fizeram uma visita monitorada pelo Palácio da Justiça e receberam informações sobre arquitetura, salas e história do prédio. Também participaram da reunião os juízes Daniel Issler (assessor da vice-presidência), Ana Rita de Figueiredo Nery e Gabriel Pires de Campos Sormani (assessores da Corregedoria), Mônica Gonzaga Arnoni (1ª Vara da Infância e da Juventude da Capital), Maria Silvia Gomes Sterman (Vara da Infância e da Juventude do Foro Regional de Santo Amaro), Helena Campos Refosco (4ª Vara Cível do Foro Regional de Santo Amaro); a project manager da Universidade de Maryland, Julei Staples Watson; e os funcionários do escritório da Harvard no Brasil Jasmine Fernandez e Tin Linden.

        Comunicação Social TJSP – AG (texto) / DG e KS (fotos)
        
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