TJSP realiza campanha no Dia Mundial de Combate às Hepatites Virais

Hepatite C é uma emergência global.

 

        Na manhã desta sexta-feira (28), o Tribunal de Justiça de São Paulo, por meio da Secretaria da Área da Saúde (SAS), em parceria com a ONG “C Tem que Saber –C Tem Que Curar,” realizou evento para promover aCampanha de Detecção da Hepatite C, no Salão do Júri do Palácio da Justiça, marcando o Dia Mundial de Combate às Hepatites Virais.

        Na abertura da solenidade, o secretário da SAS, Tarcísio dos Santos, falou sobre o objetivo da iniciativa. “A hepatite é uma doença silenciosa. Quando os sintomas aparecem, o paciente já está com a saúde muito comprometida. Este evento serve para prestar informação e permitir que os participantes sejam multiplicadores da questão no ambiente de trabalho, junto a familiares e amigos.”

        O médico infectologista Alexandre Naime Barbosa afirmou que a hepatite C é uma epidemia que afeta milhões de brasileiros e é pouco diagnosticada. Dados oficiais recentes apontam que existem 71 milhões de pessoas com a enfermidade no planeta. Morrem 400 mil pessoas por ano, no mundo, em virtude da doença. No Brasil, há entre 1,4 e 1,7 milhões de infectados e o número de pessoas diagnosticadas com a doença vem aumentando de forma alarmante, desde 2003. “A hepatite C é 100% passível de cura, mas o tratamento é muito caro, embora o SUS ofereça o tratamento para casos específicos”, disse.

        Segundo Barbosa, o vírus foi descoberto em 1989. Os testes para detecção só chegaram ao mercado entre 1992 e 1994, ou seja, quem sofreu transfusão de sangue ou tomou injeção com seringas de vidro antes dessa data pode ter contraído o vírus – lembrando-se que o uso de seringas descartáveis só se tornou padrão após o advento da epidemia de AIDS, na década de 1980. “A Organização Mundial de Saúde tem como meta erradicar a hepatite C até 2030. No Brasil, em torno de 10% dos infectados foram diagnosticados. Temos as ferramentas para diagnosticar a doença e tratá-la, curando o paciente. Resta encontrar os infectados.”

        Em seguida, o médico cirurgião Carlos Eduardo Sandoli Baía explicou o funcionamento do fígado e os vários tipos de hepatite. “Existem tratamentos específicos para cada tipo de vírus.” Falou sobre as fases da doença e como, em casos de cirrose avançada, é necessário o transplante do órgão. Segundo Baía, em análise feita em 30 países, o Brasil é o segundo em transplantes de fígado realizados, mas é o 20º em proporção ao número de habitantes. “É preciso entender que, mesmo depois de curada a hepatite, o fígado ainda permanecerá com fibrose ou cirrose e com chance de surgir câncer. É preciso acompanhamento médico para toda a vida.”

        Manoel Agostinho da Silva Neto, transplantado de fígado há mais de 8 anos deu depoimento sobre sua difícil experiência no tratamento da doença, desde o diagnóstico até a vida pós-transplante. “Hoje, levo uma vida normal. Disse uma vez, durante o tratamento, que eu iria ver meus filhos crescer, se formarem e me darem netos. Isso tudo aconteceu."

        Ao final, participantes da palestra fizeram perguntas aos médicos e a diretora da ONG “C Tem que Saber – C Tem Que Curar,” Tina Martucci agradeceu o apoio dos médicos e a parceria com o Tribunal. No encerramento, houve a apresentação do grupo musical “Choro Marginal”.

        Após o evento, iniciou-se testagem gratuita da hepatite C para magistrados e servidores, no ambulatório do Palácio da Justiça. Homens e mulheres, com idade acima de 45 anos, realizaram o teste, que se encerrou por volta de 18 horas.

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        Comunicação Social TJSP – DI (texto) / AC (fotos)

        imprensatj@tjsp.jus.br

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