Fórum do Brás recebe jovens da Fundação Casa em sarau poético

Projeto “Cantando no Fórum” chega à 4ª edição.

 

        “Em que espelho ficou perdida a minha face?” pergunta o reeducando Nicolas ao público presente, durante sarau poético realizado nesta sexta-feira (26), no Fórum do Brás, que abriga as Varas Especiais da Infância e Juventude. O evento faz parte da 4ª edição do projeto “Cantando no Fórum”, fruto de uma parceria entre o Departamento de Execuções da Infância e da Juventude (DEIJ) e a Fundação Casa, cujo objetivo é mostrar o trabalho artístico desenvolvido nos centros da instituição pelos adolescentes em internação.

        “A ideia surgiu em dezembro de 2017, mas só se concretizou neste ano”, explicou a coordenadora do DEIJ e idealizadora do projeto, juíza Luciana Antunes Ribeiro Crocomo. Os centros de atendimento da fundação são convidados a participar, com apresentações culturais no Fórum do Brás, que abriga as Varas Especiais da Infância e da Juventude e o DEIJ.

        O secretário de Estado da Justiça e Cidadania, desembargador Paulo Dimas Debellis Mascaretti, ressaltou a necessidade de investimentos em saúde, educação e cultura. “Cada jovem que se ressocializa é um prêmio para todos nós”, declarou. E respondendo à pergunta do jovem Nicolas (na verdade, um verso do poema “Retratos”, de Cecília Meireles), Paulo Dimas afirmou que todos temos que nos olhar no espelho e encontrar a face da solidariedade, da irmandade. “A cultura salva as pessoas. Precisamos cantar nossas alegrias, tristezas, erros e acertos a fim de nos tornarmos seres humanos melhores.”

        Desde abril deste ano, o projeto já contou com eventos musicais, teatrais e de artes plásticas. Desta vez, um sarau poético elaborado pela “Oficina Projeto de Vida” foi apresentado por dez reeducandos do Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente Governador Mário Covas, situado no bairro Belenzinho, na Capital paulista. Os jovens atores declamaram poemas de Vinícius de Moraes, Fernando Pessoa, Cora Coralina, Cecília Meireles, Gonçalves Dias, Carlos Drummond de Andrade, entre outros, sempre acompanhados de um fundo musical. Ao final de cada esquete, um envelope com o poema apresentado era entregue a alguém da plateia. “Os educandos aceitaram este desafio e, através do contato com a poesia, eles ampliaram sua capacidade de expressão e melhoraram suas relações interpessoais”, afirmou o coordenador da oficina Anderson Soares de Souza. “Nossa missão é contribuir para que estes jovens retornem ao convívio social como protagonistas de sua história”, disse.

        Ao final, o juiz da 4ª Vara Especial da Infância e da Juventude e diretor do Fórum, Raul Khairallah de Oliveira e Silva, parabenizou os jovens pela apresentação e os funcionários responsáveis pelo projeto. “Muitos destes artistas estão na Fundação Casa porque fomos incompetentes como famílias, cidadãos e Estado”, disse. “O lado bom que estes jovens têm para mostrar fica confinado entre as paredes das unidades. Este espaço do Fórum é a janela e a porta para mostrar o potencial que eles têm”.

        Também estiveram prestigiando o evento o juiz Rodrigo Marzola Colombini, funcionários do CASA Governador Mário Covas e servidores do fórum.

 

        Comunicação Social – DM (texto) / AC (fotos)
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