Embasado na Lei nº 8.666/93, art. 17, II, “a”, o Tribunal de Justiça de São Paulo entregou, na última sexta-feira (30), cinco motorhomes para o Hospital de Amor (nova denominação do Hospital de Câncer) de Barretos, que promove saúde por meio de atendimento médico hospitalar qualificado em Oncologia, de forma humanizada para pacientes do Sistema Único de Saúde, apoiado em programas de Prevenção, Ensino e Pesquisa. 

        A doação – permitida exclusivamente para fins e uso de interesse social, após avaliação de sua oportunidade e conveniência socioeconômica – foi possível porque, com o avanço dos processos digitais, não há mais a necessidade de o Judiciário ter unidades itinerantes. Depois de os veículos passarem por dois leilões sem êxito de venda, a Presidência do TJSP optou pela doação ao Hospital de Amor de Barretos por ter conhecimento dos muitos casos em que a Fundação Pio XII, mantenedora do HA, atuou – e atua – no tratamento de elevado número de paulistas, incluindo integrantes do Judiciário, além de brasileiros e de pessoas de toda a América Latina, que procuram no local a cura ou os tratamentos paliativos para o câncer, doença que atinge crianças e adultos indistintamente. Os veículos serão utilizados pela instituição de saúde na realização de exames e transporte de equipe multidisciplinar e de passageiros.

        Para oficializar o ato foi assinado o Termo de Doação, no auditório do Centro de Pesquisa em Oncologia Molecular (CPOM) do HA, com a participação do presidente do TJSP, desembargador Manoel de Queiroz Pereira Calças, e do presidente do Hospital de Amor, Henrique Prata, além de diretores do hospital, médicos e colaboradores. Também participaram Maria Amélia Junqueira de Andrade Pereira Calças; o coordenador da 14ª Circunscrição Judiciária – Barretos, desembargador Fábio de Oliveira Quadros; os magistrados de Barretos Fernanda Martins Perpetuo de Lima Vazquez (1ª Vara Criminal e diretora do fórum), Luciano de Oliveira Silva (2ª Vara Criminal e coordenador da Associação Paulista de Magistrados na comarca, representando o presidente da Apamagis) e Hélio Alberto de Oliveira Serra e Navarro (auxiliar); os juízes Hermano Flávio Montanini de Castro (Vara do Juizado Especial Cível e Criminal de Bebedouro) e Hélio Rubens Pereira Navarro (aposentado e integrante do Conselho Curador da Fundação Pio XII); os promotores de Justiça da Comarca de Barretos Renato Gonçalves Azevedo (representando o procurador-geral de Justiça) e Walter de Souza Vicentini Vilela; e o delegado seccional de Polícia de Barretos, José Luiz Ramos Cavalcanti. Todos acompanharam a visita à instituição filantrópica, referência nacional em tratamentos oncológicos, que se iniciou no recinto infanto-juvenil e se encerrou no Instituto de Prevenção e de Ensino e Pesquisa.

        O presidente Pereira Calças, recepcionado pelos diretores das respectivas unidades (no caso da infantil, o médico PhD Luiz Fernando Lopes), conheceu o funcionamento e o comprometimento daqueles que procuram mudar a história oncológica pediátrica no País e que enfrentam problemas como o atraso no diagnóstico e as dificuldades no tratamento de alta complexidade. Segundo os médicos, “quanto mais cedo se trata, mais se cura o paciente”. A superação dessas dificuldades, atreladas ao investimento tecnológico da medicina colocaram o HA em primeiro lugar no ranking da América Latina.

        Para o presidente Henrique Duarte Prata o momento era de emoção ímpar. “Nossos ônibus estão sucateados porque damos prioridade à compra de remédios. Temos hoje muito orgulho em receber essa doação do Poder Judiciário e sua presença (referindo-se ao presidente do TJSP) é motivo de reconhecimento ao trabalho que fazemos com a medicina pública, que é superior à privada. Em câncer, se não restabelecermos a autoestima do paciente, o remédio não faz efeito. Aqui todas as pessoas são tratadas de forma igual e com o mesmo amor.”

        Pereira Calças não escondeu a satisfação de conhecer in loco o trabalho desenvolvido pela Fundação Pio XII. “Essa obra tem que ser mostrada para o Brasil e para o mundo. Vocês são do amor e trabalham no Hospital de Amor.” De forma informal falou da época em que judicou, por 30 dias, em Barretos, e lembrou-se que fez a homologação da abertura do testamento do avô de Henrique Prata. “Tive aqui uma visão importante da oncologia humanista, tive uma aula com os médicos que me receberam. Fico muito feliz que os veículos possam servir a essa instituição de saúde. Esses veículos são do contribuinte e o que o hospital faz pelo contribuinte paulista não tem preço. Não é o Tribunal de Justiça que está doando e sim o povo paulista que está devolvendo um pouco do que recebe.” 

        Ao término da visita ao complexo hospitalar, depois da constatação de que o HA é referência na América Latina por conta de seus indicadores, os visitantes foram agraciados com apresentações típicas da cidade de Barretos: Alceu do Berrante (berranteiro oficial da Festa do Peão), os violeiros Diogo Silva e Carlinhos Catireiro, a comitiva da ‘Queima do Alho” (sob o comando de Carlos Laurindo) e a apresentação de um grupo de catira.

 

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