Vários servidores do Judiciário de São Paulo atenderam ao pedido da Comunicação Social do Tribunal de Justiça e compartilharam suas experiências com o trabalho remoto, instituído na Corte paulista desde 25/3 (Provimentos nº 2.549/2020 e 2.550/2020). Eles relataram suas histórias, rotinas e como se organizaram para atender à demanda do TJSP pelo sistema de teletrabalho.

 

Os funcionários em trabalho remoto relatam que suas unidades estão utilizando ferramentas corporativas para reuniões on-line e para se comunicarem ao longo do expediente, como o Microsoft Teams e o Skype for Business, já utilizados no TJSP. O aplicativo WhatsApp também tem sido útil na organização. 

Em São José dos Campos, os servidores do 5º Ofício Cível se organizaram no que chamaram de “home office coletivo”: criaram um grupo de WhatsApp exclusivamente para tratar de assuntos relativos ao trabalho, tirar dúvidas com a juíza da 5ª Vara Cível (adicionada ao grupo), informar sobre as orientações da Presidência e da Corregedoria Geral da Justiça, estabelecer diretrizes de trabalho, entre outros. “Também ajudamos remotamente em alguma dificuldade em informática que um ou outro apresenta, damos suporte para aqueles que sentem mais estresse nessa situação de pandemia, de distanciamento social, de incerteza quanto à economia”, relatou o escrivão judicial Roberto Layaun Chiappeta.

A escrevente Maria do Carmo Trainoti, do Ofício Judicial de Águas de Lindoia, contou que sua unidade montou grupos no WhatsApp e no MS Teams. “Assim, qualquer urgência que surge, somos comunicados imediatamente e nos mantemos em sintonia”, disse. 

No 2º Ofício Cível de São Vicente, os servidores trocam informações e esclarecem dúvidas pelo Skype for Business e pelo WhatsApp. “Principalmente pelo Skype for Business temos recebido todas as orientações necessárias para a execução dos trabalhos”, disse o escrevente Diener Jorge Holdefer, que adaptou seu espaço de trabalho em casa com dois monitores, da mesma forma que trabalha no fórum com processos digitais: “com duas telas o trabalho flui melhor, sem necessidade de ficar abrindo várias janelas no mesmo monitor”, explicou.

 

Os servidores que compartilharam suas experiências com o teletrabalho relatam aumento de 15 a 30% em sua produção no sistema de trabalho a distância. 

“Em relação aos processos digitais, acredito ter tido um aumento na produção em 25%, considerando a média das minutas de despachos/decisões e sentenças”, contou o assistente judiciário Silvio José Medeiros, da Comarca de Campinas.

Em Ribeirão Preto, as servidoras da Diretoria de Serviço de Administração Geral têm atendido por e-mail a diversas dúvidas e solicitações de funcionários. Para a supervisora Sueli Garcia Campos, o trabalho remoto tem sido uma experiência única: “não imaginava que seria tão produtivo”. Quem também se diz surpreso com o aumento da produção é o escrevente Júlio Cesar Ignacio Barboza, da 2ª Vara Criminal de São Manuel. “Com disciplina e foco, é possível ter uma visão mais clara dos processos e, consequentemente, um trabalho mais preciso”, relatou.

Para Maria do Carmo Trainoti, “o essencial é ter uma equipe unida e comprometida com o bom trabalho, pois, mesmo trabalhando a distância, todos devem estar disponíveis para dar uns aos outros todo o suporte necessário”, ressaltou.

 

De olho nas mudanças provenientes do trabalho a distância, a 1ª Vara de São Joaquim da Barra encontrou na criatividade uma forma de se ajustar à nova realidade: foram desenvolvidas videoaulas explicativas para que servidores do local que tinham experiência somente com processos físicos passassem, também, a lidar com processos digitais. 

O ponto inicial da ideia surgiu a partir da necessidade de uma funcionária que havia sido relotada no 1º Ofício recentemente. “Ela fez audiências por um tempo e depois foi prestar serviços na administração. Quando foram suspensas as nossas atividades presenciais, ela ainda estava em fase de aprendizagem de processos digitais, mas queria muito trabalhar. Foi, então, que tivemos a ideia de gravar algumas videoaulas sobre cumprimentos de processos e o resultado foi bastante positivo”, contou a servidora Paula Sant’Anna Cardoso, responsável pela iniciativa. 

“Achei a ideia sensacional e completamente espontânea. Estabeleceu-se um plano de trabalho com a participação de todos os servidores e, aos que não estavam familiarizados com o processo digital, foi possível integrá-los à equipe, contribuindo para a efetiva e incessante prestação do serviço, obtendo maior produtividade na execução de expedientes neste momento de trabalho remoto”, disse o juiz Augusto Rachid Reis Bittencourt Silva. 

 

O trabalho remoto foi instituído parcialmente no dia 16 pelo Provimento CSM nº 2.545/2020 e estendido a todos os servidores e magistrados do Estado pelos Provimentos nº 2.549/2020 (1º Grau) e 2.550/2020 (2º Grau), para o período de 25 de março a 30 de abril. Só no período de 16 a 25/3, a 1ª Instância da Corte paulista proferiu 205.915 despachos, 336.094 decisões interlocutórias e 76.195 sentenças. 

As palavras da servidora Rosana Villa Roza, 4ª Vara da Família e Sucessões do Fórum de Santo André, resumem o espírito do Judiciário paulista na adoção do sistema de teletrabalho: “O Judiciário não pode parar. Estamos em casa trabalhando para atender todos os cidadãos que necessitam da Justiça”.

 

Os cartórios e equipes que queiram compartilhar suas histórias e rotinas com a Comunicação Social do Tribunal de Justiça podem enviar e-mail para redessociais@tjsp.jus.br com fotos e informações da organização do trabalho. 

Também vale publicar fotos nas redes sociais e marcá-las com as hashtags #TrabalhoRemotoTJSP e #AJustiçaNãoPara, informando sua unidade. A foto pode ser publicada no Instagram @TJSPoficial. 

 

Comunicação Social TJSP – DM e SB (texto) / arquivo (fotos)