Judiciário de Ribeirão Preto desenvolve projeto de desfavelamento

        O projeto “Moradia Legal”, desenvolvido pelo juiz da 2ª Vara da Fazenda Pública da comarca de Ribeirão Preto, João Agnaldo Donizeti Gandini, conseguiu solucionar um problema comum a milhares de brasileiros: a moradia precária. 
        Noventa famílias tiveram suas vidas transformadas, ao aceitarem a proposta de sair da comunidade Monte Alegre. Essas pessoas passaram a residir em casas novas, de alvenaria, com energia elétrica e saneamento básico, pagando uma mensalidade de R$ 65. 
        A ideia surgiu a partir da quantidade de ações de despejo que o magistrado decidia em seu dia-a-dia: “O projeto visa a dignidade humana e nós sabemos que não há dignidade nenhuma em morar em uma favela”, afirmou.         
        Nascido em uma família pobre, Gandini se viu obrigado, muitas vezes, a morar em condições precárias, fato que o incentivou a ajudar as pessoas que vivem na mesma situação: “Morei vários anos em São Paulo, inicialmente em um porão de uma casa bem pequena. Depois consegui me mudar para uma casa de dois cômodos, que era um verdadeiro cortiço, pois havia 14 residências no mesmo terreno. Parecia uma favela de alvenaria”, completou o juiz.         
        Lembrou, ainda, que seus pais foram muito importantes para que ele chegasse à magistratura: “Apesar de meus pais serem analfabetos, eles sempre consideraram o estudo fundamental e fizeram o que puderam para que eu e meus irmãos continuássemos a aprender. Nós somos cinco irmãos e, graças ao apoio dos nossos pais, conseguimos estudar e vencer na vida. Acho que a minha obrigação como ser humano, como cristão, é tentar tirar as pessoas das favelas”, comentou. 
        Para a implantação do projeto, Gandini fotografou toda a favela do alto. Depois procurou os governos municipal, estadual e federal, além de ONGs, empresas e as pessoas que moram na comunidade, a fim de melhorar as condições precárias em que se encontravam: “As pessoas saíam pela rua e se deparavam com o esgoto a céu aberto, onde as crianças brincavam e não havia, sequer, água potável”, lembrou. 
        Este projeto foi o vencedor do Prêmio Inovare, em 2008, criado para incentivar a democratização do acesso à justiça.  

Assessoria de Imprensa TJSP- AM (texto) e arquivo pessoal (fotos)

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