Visitas monitoradas na primeira semana da exposição “1 julgamento, 4 línguas”

Visita monitorada e palestras aconteceram no Palácio da Justiça.

O Tribunal de Justiça de São Paulo realizou nesta semana a primeira série de encontros entre a academia e a exposição 1 julgamento, 4 línguas: os pioneiros da interpretação simultânea em Nuremberg, que acontece no Salão dos Passos Perdidos do Palácio da Justiça. Na segunda-feira, (13) aconteceu a visita da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), com abertura realizada pelo desembargador Carlos Otávio Bandeira Lins. Na quinta-feira (16) foi transmitida, também no Salão do Júri do Palácio da Justiça, a palestra Como tudo começou!, da curadora da exposição, Elke Limberger-Katsumi,.
No primeiro dia as atividades começaram com palavras de agradecimento aos presentes proferidas pela presidente da Associação Profissional de Intérpretes de Conferência (APIC), Laura Arruda Mortara. Depois foi realizada visita à exposição, seguida de palestras da professora Ellen Spiemann, com o tema “O Tribunal de Nuremberg na perspectiva de Hannah Arendt”. Ela trouxe comparações entre os julgamentos de Nuremberg e o de Adolf Eichmann, bem como discorreu sobre o impacto da opinião pública no segundo julgamento.
Em seguida, a professora Elza Antonia Pereira Cunha Boiteux proferiu a palestra “O paradigma socrático e as leis de Nuremberg”, sobre o filósofo grego e o julgamento que o condenou à morte. Sócrates preferiu aceitar o resultado, recusando uma proposta para ser inocentado – desde que abandonasse a filosofia - e uma oportunidade de fuga. O argumento do grego, afirmou a professora, era de que a “obediência às leis é a função primeira para se ter um sistema democrático. Se você desobedece as leis, esse sistema será colocado em dúvida”.
Ao final do primeiro dia, o desembargador Carlos Otávio Bandeira Lins destacou o ineditismo da interação entre uma exposição externa e a academia. “Antigamente aqui era um fórum - que nada mais é que uma ágora, um lugar de reunião. Estamos aqui criando essa semente da retomada da ágora”, destacou o magistrado, que fez questão de agradecer o presidente da Corte, desembargador Ricardo Mair Anafe, por possibilitar o evento.
Na quinta-feira (16) foi transmitida, também no Salão do Júri do Palácio da Justiça, a palestra Como tudo começou!, da curadora da exposição, Elke Limberger-Katsumi, em formato de bate-papo conduzido pela presidente da APIC, Laura Arruda Mortara, e com participação de uma das fundadoras da associação, Ursula Schneider, que contou um pouco sobre as inspirações que levaram à criação da mostra.
Elke Limberger-Katsumi narrou que chegou a Nuremberg em 1975 e a cidade sempre carregou uma carga muito negativa por conta do regime nazista e sentia a necessidade existente da mudança dessa imagem. “Ao longo dos anos foi erguida uma estátua, construída uma Avenida dos Direitos Humanos e em 2010 criado um memorial sobre o julgamento”, lembra a curadora que atuou nesses eventos como intérprete. Devido à sua área de atuação e o interesse em divulgar o trabalho que os tradutores tiveram durante o julgamento, a exposição surgiu em 2013, fruto de um árduo trabalho de pesquisa: “Eram pessoas anônimas e que tiveram um papel fundamental no julgamento”.
Após o sucesso da primeira edição da exposição, foi elaborada uma forma para que a mostra pudesse viajar pelo mundo e tornar público o trabalho desses profissionais. “É um trabalho que nunca para, as pesquisas seguem até hoje. Sempre recebemos contato de familiares de pessoas que atuaram no julgamento querendo saber se temos mais informações”, destaca a curadora.

Exposição

  A exposição “1 julgamento, 4 línguas: os pioneiros da interpretação simultânea em Nuremberg" traz à tona as atrocidades cometidas pelo Terceiro Reich durante a Segunda Guerra Mundial e que foram reveladas à humanidade e julgadas pelo Tribunal Militar Internacional graças à primeira interpretação simultânea oficial realizada no mundo, durante o Julgamento de Nuremberg, na Alemanha. A mostra, organizada pela Associação Internacional de Intérpretes de Conferencia no Brasil – Brasil (AIIC) e pela Associação Profissional de Intérpretes de Conferência (APIC), pode ser visitada até 10 de abril, de segunda a sexta-feira, das 13 às 17 horas (Praça da Sé, s/nº, 2º andar, no Salão dos Passos Perdidos).

Comunicação Social TJSP – GC (texto) / KS (fotos) 
imprensatj@tjsp.jus.br

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